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sábado, 6 de dezembro de 2014

Post.187: CARIDADE E AMOR AO PRÓXIMO

O verdadeiro sentido da palavra caridade, como a entendia Jesus é Benevolência (boa vontade) para com todos, indulgência (tolerância) para com as imperfeições alheias, perdão das ofensas.

O amor e a caridade são o complemento da lei de justiça, porque amar ao próximo é fazer-lhe todo o bem que está ao nosso alcance e que gostaríamos nos fosse feito a nós mesmos. Tal é o sentido das palavras de Jesus: Amai-vos uns aos outros, como irmãos.

A caridade, segundo Jesus, não está restrita à esmola. Ela abrange todas as relações que temos com nossos semelhantes, quer sejam nossos inferiores, nossos iguais ou nossos superiores. Ela nos ordena a indulgência (tolerância) porque nós mesmos temos necessidade dela. Proíbe-nos de humilhar o infortúnio, contrariamente ao que se pratica muito frequentemente. Se uma pessoa rica se apresenta, tem-se por ela mil atenções, mil amabilidades; se é pobre , parece não haver mais necessidade de se incomodar com ela. Quanto mais sua posição seja lastimável, mais se deve respeitar antes de aumentar seu sofrimento pela humilhação. O homem verdadeiramente bom procura realçar o inferior aos seus próprios olhos, diminuindo a distância entre ambos.


Disse Jesus também: amai mesmo vossos inimigos. Ora, o amor por nossos inimigos não é contrario às nossas tendências naturais e a inimizade não provém da ausência de simpatia entre os espíritos? Sem dúvida, não se pode ter pelos inimigos um amor terno e apaixonado; não foi isso que Jesus quis dizer. Amar os inimigos é perdoar-lhes e retribuir bem por mal. Por este meio nos tornamos superiores a eles; pela vingança, colocamo-nos abaixo deles.

Que pensar da esmola?
O homem reduzido a pedir esmola se degrada moral e fisicamente: ele se embrutece. Numa sociedade baseada sobre a lei de Deus e a justiça, deve-se prover a vida do fraco sem humilhação para ele. Ela deve assegurar a existência daqueles que não podem trabalhar, sem deixar sua vida à mercê do acaso e da boa vontade.

Há homens reduzidos à mendicância por suas faltas, mas se uma boa educação moral os houvesse ensinado a praticar a lei de Deus, eles não cairiam nos excessos que causam sua perda; é disso sobreduto que depende o melhoramento do nosso planeta.

“Não é a esmola que é reprovável, frequentemente, é a maneira pela qual é feita. O homem de bem, que compreende a caridade segundo Jesus, se antecipa ao infeliz sem esperar que ele lhe estenda a mão.
A verdadeira caridade é sempre boa e benevolente; ela está mais no gesto que no fato. Um serviço feito com delicadeza duplica de valor; se é feito com ostentação, a necessidade pode fazê-lo aceitar, mas o coração não é tocado por ele.
Lembrai-vos também que a ostentação, aos olhos de Deus, tira o mérito do favor. Disse Jesus: Que a vossa mão esquerda ignore o que dá vossa mão direita; Ele vos ensina com isso a não deslustrar a caridade pelo orgulho.
É preciso distinguir a esmola propriamente dita da benevolência. O mais necessitado não é sempre aquele que pede; o receio de uma humilhação retém o verdadeiro pobre e, frequentemente, ele sofre sem se lamentar. É a este que o homem, verdadeiramente humano, sabe ir procurar sem ostentação.
Amai-vos uns aos outros é toda a lei, a lei divina pela qual Deus governa os mundos. O amor é a lei de atração para os seres vivos e organizados; a atração é a lei de amor para a matéria inorgânica.
Não esqueçam jamais que o espírito, qualquer que seja seu grau de adiantamento, sua situação como reencarnação ou erraticidade, está sempre colocado entre um superior que o guia e o aperfeiçoa, e um inferior diante do qual tem os mesmos deveres a cumprir. Portanto, sede caridosos, não somente dessa caridade que vos leva a tirar de vossa bolsa o óbolo que dais friamente àquele que ousa vo-lo pedir, mas ide ao encontro das misérias ocultas. Sede indulgentes para com os defeitos dos vossos semelhantes; em lugar  de menosprezar a ignorância e o vício, instruí-os e moralizai-os. Sede dóceis e benevolentes para com todos os que vos são inferiores, assim como em relação aos seres mais inferior da criação, e tereis obedecido à lei de Deus.”  SÃO VICENTE DE PAULO.


Fonte: O Livro dos Espíritos, questões 886 à 889.

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