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quinta-feira, 29 de agosto de 2019

O LIVRO DOS ESPÍRITOS: ELEMENTOS GERAIS DO UNIVERSO – ESPÍRITO E MATÉRIA


*As respostas são dos Espíritos Superiores.

LIVRO PRIMEIRO/ AS CAUSAS PRIMEIRAS
CAPÍTULO II – ELEMENTOS GERAIS DO UNIVERSO


ESPÍRITO E MATÉRIA.

21 – A matéria existe desde o princípio, como Deus, ou foi criada por ele em determinado momento?
- Só Deus o sabe. Entretanto, há uma coisa que a vossa razão deve indicar: Deus, modelo de amor e de caridade, jamais esteve inativo. Por mais distante que se consiga imaginar o início da sua ação, poder-se-á compreendê-lo um segundo sequer na ociosidade?

22 – Define-se, geralmente, a matéria como sendo o que tem extensão, impressiona os nossos sentidos e é impenetrável. São exatas estas definições?
- Do vosso ponto de vista essas definições são exatas, porque não falais senão do que conheceis. Mas a matéria existe em estados que vos são desconhecidos. Por ser, por exemplo, tão etérea e sutil que nenhuma impressão vos cause aos sentidos; entretanto, é sempre matéria, embora para vós não o seja.
- Que definição podeis dar da matéria?
- A matéria é o laço que retém o espírito; é o instrumento de que ele se serve e, ao mesmo tempo, sobre o qual exerce a sua ação.
Nota de Kardec: Sob este ponto de vista, pode-se dizer que a matéria é o agente, o meio com o auxílio do qual e sobre o qual atua o espírito.

23 – Que é o espírito?
- O princípio inteligente do Universo.
- Qual é a natureza íntima do espírito?
- O espírito, com a linguagem humana, não é fácil de ser analisado. Porque o espírito não é uma coisa palpável, para vós ele não é nada; mas para nós é alguma coisa. Sabei bem: o nada é coisa nenhuma, e o nada não existe.

24 – O Espírito é sinônimo de inteligência?
-  A inteligência é um atributo essencial do espírito. Todavia, como ambos se confundem num princípio comum, para vós são a mesma coisa.

25 – O Espírito é independente da matéria ou não é mais que uma propriedade desta, como as cores são propriedades da luz e o som uma propriedade do ar?
- Ambos são distintos; mas é necessária a união do espírito e da matéria para dar inteligência à matéria.
- Esta união é igualmente necessária para a manifestação do Espírito? (Entendemos, aqui, por Espírito, o princípio da inteligência, abstração feita das individualidades designadas sob esse nome).
- Ela é necessária para vós porque não tendes organização para perceber o espírito sem a matéria; vossos sentidos não estão aptos para isso.

26 – Pode-se conceber o espírito sem a matéria e a matéria sem o espírito?
- Pode-se, sem dúvida, pelo pensamento.

27 – Haveria assim, dois elementos gerais do Universo: a matéria e o espírito?
- Sim, e acima de tudo Deus, o criador, o pai de todas as coisas; essas três coisas são o princípio de tudo o que existe, a trindade universal. Mas, ao elemento material é preciso juntar o fluido universal, que desempenha papel intermediário entre o espírito e a matéria propriamente dita, muito grosseira para que o espírito possa ter uma ação sobre ela. Ainda que, sob certo ponto de vista se possa incluí-lo no elemento material, ele se distingue por propriedades especiais; se fosse matéria não haveria razão para que o espírito também não o fosse. Ele está colocado entre o espírito e a matéria; é fluido, como a matéria é matéria, suscetível, pelas inumeráveis combinações com esta e sob a ação do espírito, de produzir uma infinita variedade de coisas das quais não conheceis senão uma pequena parte. Esse fluido universal, ou primitivo, ou elementar, sendo agente que o espírito utiliza, é o princípio sem o qual a matéria estaria em perpétuo estado de divisão e jamais adquiriria as propriedades que a gravidade lhe dá.
- Esse fluido seria o que designamos sob o nome de eletricidade?
- Dissemos que ele é suscetível de inúmeras combinações e o que chamais fluido elétrico, fluido magnético são modificações do fluido universal, que não é, propriamente falando, senão uma matéria mais perfeita, mais sutil, e que pode ser considerada como independente.

28 – Uma vez que o espírito é, ele mesmo, alguma coisa, não seria mais exato, e menos sujeito a confusões, designar esses dois elementos gerais pelas palavras: matéria inerte e matéria inteligente?
- As palavras pouco nos importam. Cabe a vós formular linguagem adequada a vos entenderdes. As controvérsias surgem, quase sempre, por não vos entenderdes sobre as palavras, visto que a vossa linguagem é incompleta para exprimir as coisas que não ferem os vossos sentidos.
Nota de Kardec: Um fato patente domina todas as hipóteses: vemos matéria que não é inteligente e vemos um princípio inteligente independente da matéria. A origem e a conexão dessas duas coisas nos são desconhecidas. Que elas tenham, ou não, uma fonte comum, com pontos de contato necessários; que a inteligência tenha sua existência própria ou que ela seja uma propriedade, um efeito; que seja mesmo, segundo a opinião de alguns, uma emanação da Divindade, é o que ignoramos. Elas nos parecem distintas e, por isso, admitimo-las como formando os dois princípios constituintes do Universo. Vemos, acima de tudo isso, uma inteligência que domina todas as outras e as governa, distinguindo-se por atributos essenciais. A esta inteligência suprema é que chamamos Deus.

sábado, 24 de agosto de 2019

O LIVRO DOS ESPÍRITOS: ELEMENTOS GERAIS DO UNIVERSO - CONHECIMENTO DO PRINCÍPIO DAS COISAS.


*As respostas são dos Espíritos Superiores.

LIVRO PRIMEIRO/ AS CAUSAS PRIMEIRAS
CAPÍTULO II – ELEMENTOS GERAIS DO UNIVERSO


CONHECIMENTO DO PRINCÍPIO DAS COISAS.

17 – É dado ao homem conhecer o princípio das coisas?
- Não. Deus não permite que tudo seja revelado ao homem, neste mundo.

18 – Um dia o homem penetrará o mistério das coisas que lhe estão ocultas?
- O véu se levanta para ele à medida que se depura; contudo, para compreender certas coisas, precisa de faculdades, que ainda não possui.

19 – Pelas investigações científicas, não pode o homem penetrar alguns dos segredos da natureza?
- A ciência lhe foi dada para o seu adiantamento em todos os campos, mas Le não pode ultrapassar os limites fixados por Deus.
Nota de Kardec: Quanto mais é dado ao homem penetrar nesses mistérios, mais cresce sua admiração pelo poder e sabedoria do Criador; mas, seja por orgulho, seja por fraqueza, sua própria inteligência o faz joguete da ilusão. Ele amontoa sistemas sobre sistemas e cada dia que passa lhe mostra quantos erros tomou por verdades e quantas verdades rejeitou como erros. São outras tantas decepções para o seu orgulho.

20 – Fora das investigações científicas, pode o homem receber comunicações de ordem mais elevada acerca do que lhe escapa ao testemunho dos sentidos?
- Sim, se Deus o julgar útil, pode revelar-lhe o que a ciência não consegue aprender.
Nota de Kardec: É por essas comunicações que o homem adquire, dentro de certos limites, o conhecimento do seu passado e do seu futuro.


domingo, 11 de agosto de 2019

O PROCESSO DE ENVELHECIMENTO


         Tudo que nasce fatalmente irá morrer sob a ação dos mecanismos biológicos que geraram a sua permanência na Natureza.

         O processo de envelhecimento é inevitável.

         A maturidade psicológica que se adquire com o transcorrer do tempo é um fator muito positivo para o indivíduo, porque se traduz como um fenômeno enriquecedor. A sabedoria em lidar com a passagem do tempo está em ver beleza na idade que se tem, não importando qual seja a faixa etária.

        É tão maravilhoso viver a cada momento com as possibilidades que a cada etapa nos proporciona! Não pode haver nada melhor do que uma velhice concentrada nos seus valores e na sua sabedoria.

        Por isso, precisamos preparar-nos para o envelhecimento e para a morte, que é outro fenômeno biológico natural. Mas esta morte é a porta que se abre na direção da vida! Estamos em um mundo relativo, que está inserido no de natureza perene. Tecnicamente falando não existem dois mundos. O que existem são duas dimensões da realidade. Há uma dimensão que se expressa no campo da energia pura e uma dimensão que se manifesta no campo da energia condensada, que é a matéria
conforme a conhecemos.

         A velhice tem a sua beleza própria. A experiência de ter vivido atribui ao indivíduo uma luminosidade interior que não pode ser subtraída, porque cada momento da vida possui a sua beleza específica. E não adianta tentarmos forjar uma juventude que não mais nos pertence, pois em algum momento esta artificialidade saltará aos olhos de quem nos conhece.


Fonte: Livro Sexo e Consciência. Divaldo Franco. Organizado por Luiz Fernando Lopes.


sexta-feira, 2 de agosto de 2019

O PODER DA FÉ

Quando veio até o povo, um homem se aproximou dele, lançou-se-lhe de joelhos aos pés, e lhe disse: Senhor, tende piedade de meu filho, que está lunático e sofre muito, porque ele cai frequentemente no fogo e frequentemente na água. Eu o apresentei aos vossos discípulos, mas não puderam curá-lo. E Jesus respondeu, dizendo: Ó raça incrédula e depravada, até quando estarei convosco? Até quando vos sofrerei? Trazei-me aqui essa criança. E Jesus, tendo ameaçado o demônio, ele saiu da criança, que foi curada no mesmo instante. Então os discípulos vieram encontrar Jesus em particular, e lhe disseram: Por que não puderam, nós outros, expulsar esse demônio? Jesus lhe respondeu: É por causa da vossa incredulidade. Porque eu vô-lo digo em verdade: se tivésseis fé como um grão de mostarda, diríeis a esta montanha: Transporta-te daqui para ali, e ela se transportaria, e nada vos seria impossível. (São Mateus, cap. XVII, v. de 14 a 20).


                No sentido próprio, é certo que a confiança nas próprias forças torna capaz de executar coisas materiais que não se pode fazer quando se duvida de si; mas aqui é unicamente no sentido moral que é preciso entender essas palavras. As montanhas que a fé transporta são as dificuldades, as resistências, a má vontade, numa palavra, que se encontra entre os homens, mesmo quando se trata das melhores coisas; os preconceitos da rotina, o interesse material, o egoísmo, a cegueira do fanatismo, as paixões orgulhosas, são outras tantas montanhas que barram o caminho de todo aquele que trabalha pelo progresso da humanidade. A fé robusta dá a perseverança, a energia e os recursos que fazem vencer os obstáculos, nas pequenas como nas grandes coisas; a que é vacilante dá a incerteza, a hesitação de que se aproveitam aqueles que se quer combater; ela não procura os meios de vencer, porque não crê poder vencer.

                Noutra acepção, a fé se diz da confiança que se tem no cumprimento de uma coisa, da certeza de atingir um fim; ela dá uma espécie de lucidez que faz ver, no pensamento, o fim para o qual se tende e os meios de atingi-lo, de sorte que aquele que a possui caminha, por assim dizer, com certeza. Num e noutro caso, ela pode fazer realizar grandes coisas.

                 A fé sincera e verdadeira é sempre calma; dá a paciência que sabe esperar, porque tendo seu ponto de apoio na inteligência e na compreensão das coisas, está certa de chegar; a fé incerta sente a sua própria fraqueza; quando está estimulada pelo interesse, torna-se colérica e crê suprir a força pela violência. A calma na luta é sempre um sinal de força e de confiança; a violência, ao contrario, é uma prova de fraqueza e de duvida de si mesmo.

                É preciso se guardar de confundir a fé com a presunção. A verdadeira fé se alia à humildade; aquele que a possui coloca sua confiança em Deus mais do que em si mesmo, porque sabe que, simples instrumento da vontade de Deus, não pode nada sem Ele; por isso, os bons espíritos vêm em sua ajuda. A presunção é menos a fé do que o orgulho, e o orgulho é sempre castigado, cedo ou tarde, pela decepção e pelos fracassos que lhe são infligidos.

                O poder da fé recebe uma aplicação direta e especial na ação magnética; por ela o home age sobre o fluido, agente universal, lhe modifica as qualidades e lhe dá uma impulsão, por assim dizer, irresistível. Por isso, aquele que, a um grande poder fluídico normal junta uma fé ardente, pode, apenas pela vontade dirigida para o bem, operar esses fenômenos estranhos de cura e outros que, outrora, passariam por prodígios e que não são, todavia, senão consequências de uma lei natural. Tal o motivo pelo qual Jesus disse aos seus apóstolos: se não curastes é que não tínheis a fé.


Fonte: O Evangelho Segundo o Espiritismo. Allan Kardec. Cap.: XIX – itens de 1 à 5.