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quarta-feira, 29 de maio de 2019

O LIVRO DOS ESPÍRITOS: ATRIBUTOS DA DIVINDADE E PANTEÍSMO

*As respostas são dos Espíritos Superiores.

LIVRO PRIMEIRO/ AS CAUSAS PRIMEIRAS
CAPÍTULO I – DEUS



ATRIBUTOS DA DIVINDADE.

1) O homem pode compreender a natureza íntima de Deus?
- Não; é um sentido que lhe falta.

2) Um dia será dado ao homem compreender o mistério da Divindade?
- Quando seu espírito não estiver mais obscurecido pela matéria e, pela sua perfeição, estiver próximo dele, então, ele O verá e O compreenderá.
Nota de Kardec: A inferioridade das faculdades do homem não lhe permite compreender a natureza íntima de Deus. Na infância da Humanidade, o homem o confunde, frequentemente, com a criatura, da qual lhe atribui as imperfeições. Mas, à medida que o senso moral se desenvolve nele, seu pensamento peneira melhor o fundo das coisas, e dele faz uma ideia mais justa e mais conforme a sã razão, embora sempre incompleta.

3) Se não podemos compreender a natureza íntima de Deus, podemos ter uma ideia de algumas de suas perfeições?
- Sim, de algumas. O homem as compreende melhor à medida que se eleva acima da matéria; ele as entrevê pelo pensamento. 


4) Quando dizemos que Deus é eterno, infinito, imutável, imaterial, único, todo-poderoso, soberanamente justo e bom, não temos uma ideia completa dos seus atributos?
- Do vosso ponto de vista, sim, porque credes tudo abraçar. Mas sabei bem que há coisas acima da inteligência do homem mais inteligente, e para as quais vossa linguagem limitada às vossas ideias e às vossas sensações, não tem expressão adequada. A razão vos diz, com efeito, que Deus deve ter essas perfeições no supremo grau, porque se o tivesse uma só de menos ou não fosse de um grau infinito, ele não seria superior a tudo, e por conseguinte não seria Deus. Por estar acima de todas as coisas, Deus não deve suportar nenhuma vicissitude e não ter nenhuma das imperfeições que a imaginação pode conceber.


Nota de Kardec:
     Deus é eterno; se ele tivesse um começo, teria saído do nada, ou teria sido criado, ele mesmo, por um ser anterior. É assim que, de degrau em degrau, remontamos ao infinito e à eternidade.
     É imutável; se estivesse sujeito às mudanças, as leis que regem o Universo não teriam nenhuma estabilidade.
     É imaterial; quer dizer, sua natureza difere de tudo o que chamamos matéria, de outro modo Ele não seria imutável, porque estaria sujeito às transformações da matéria.
     É único; se houvesse vários deuses, não haveria unidade de vistas, nem unidade de poder no ordenamento do Universo.
     É todo-poderoso; porque é único. Se não tivesse o soberano poder, haveria alguma coisa mais poderosa ou tão poderosa quanto ele; não teria feito todas as coisas, e as que não tivesse feito seria obras de um outro Deus.
     É soberanamente justo e bom. A sabedoria providencial das leis divinas se revela nas menores coisas, como nas maiores, e essa sabedoria não permite duvidar da sua justiça, nem da sua bondade.




PANTEÍSMO.

5) Deus é um ser distinto, ou seria, segundo a opinião de alguns, o resultante de todas as forças e de todas as inteligências do Universo reunidas?
- Se o fora assim, Deus não seria, porque seria o efeito e não a causa; ele não pode ser ao mesmo tempo um e outra.
Deus existe, não o podeis duvidar, é o essencial. Crede-me, não vades além. Não vos percais num labirinto de onde não podereis sair. Isso não vos tornaria melhores, mas talvez um pouco mais orgulhosos, porque acreditaríeis saber o que na realidade nada saberíeis. Deixai, pois, de lado todos esses sistemas; tendes muitas coisas que vos tocam mais diretamente, a começar por vós mesmos. Estudai as vossas próprias imperfeições, a fim de vos desembaraçar delas, isto vos será mais útil do que querer penetrar o que é impenetrável.


6) Que pensar da opinião segundo a qual todos os corpos da Natureza, todos os seres, todos os globos do Universo seriam partes da Divindade e constituiriam, pelo seu conjunto, a própria Divindade: ou seja, da doutrina panteísta? - O homem, não podendo se fazer Deus, quer ao menos ser uma parte dele. 

7) Aqueles que professam esta doutrina pretendem nela encontrar a demonstração de alguns atributos de Deus. Os mundos sendo infinitos, Deus é, por isso mesmo, infinito; o vazio ou nada não estando em nenhuma parte, Deus está por toda parte; Deus estando por toda parte, uma vez que tudo é parte integrante de Deus, ele dá a todos os fenômenos da Natureza uma razão de ser inteligente. Que se pode opor a esse raciocínio?
- A razão. Refleti maduramente e não vos será difícil reconhecer-lhe o absurdo. 

Nota de Kardec: Esta doutrina faz de Deus um ser material que, embora dotado de uma inteligência suprema, seria em grande o que somos em pequeno. Ora, a matéria se transformando sem cessar, se o fosse assim, Deus não teria nenhuma estabilidade, e estaria sujeito a todas as vicissitudes, a todas as necessidades, mesmo da Humanidade; faltar-lhe-ia um dos atributos essenciais da Divindade: a imutabilidade. As propriedades da matéria não podem se aliar à ideia de Deus sem o rebaixar em nosso pensamento e todas as sutilezas do sofisma não chegariam para resolver o problema de sua natureza íntima. Não sabemos tudo o que Ele é, mas sabemos o que Ele não pode deixar de ser, e esse sistema está em contradição com as suas propriedades mais essenciais. Ele confunde o criador com a criatura, absolutamente como se se quisesse que uma máquina engenhosa fosse uma parte integrante do mecânico que o concebeu. 
A inteligência de Deus se revela em suas obras, como a de um pintor em seu quadro; mas as obras de Deus não são mais o próprio Deus que o quadro não é o pintor que o concebeu e executou.


Fonte: O Livro dos Espíritos. Allan Kardec. Capítulo I - Questões de 10 à 16.

quarta-feira, 22 de maio de 2019

O LIVRO DOS ESPÍRITOS: DEUS


*As respostas são dos Espíritos Superiores. 

LIVRO PRIMEIRO/ AS CAUSAS PRIMEIRAS
CAPÍTULO I – DEUS



DEUS E O INFINITO.

1) O que é Deus?
- Deus é a inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas.

2) Que se deve entender por Infinito?
- O que não tem começo e nem fim; o desconhecido; tudo o que é desconhecido é infinito.

3) Poder-se-ia dizer que Deus é o infinito?
- Definição incompleta. Pobreza da linguagem dos homens, que é insuficiente para definir as coisas que estão acima de sua inteligência.

Nota de Kardec: Deus é infinito em suas perfeições, mas o infinito é uma abstração. Dizer que Deus é o infinito é tomar o atributo pela própria coisa, e definir uma coisa que não é conhecida, por uma coisa que também não o é.


PROVAS DA EXISTÊNCIA DE DEUS.

4) Onde se pode encontrar a prova da existência de Deus?
- Num axioma que aplicais às vossas ciências: não há efeito sem causa. Procurai a causa de tudo o que não é obra do homem, e vossa razão vos responderá.

Nota de Kardec: Para crer em Deus basta lançar os olhos sobre as obras da criação. O Universo existe; ele tem, pois, uma causa. Duvidar da existência de Deus seria negar que todo efeito tem uma causa, e adiantar que o nada pode fazer alguma coisa.

5) Que consequência se pode tirar do sentimento intuitivo que todos os homens carregam em si mesmos da existência de Deus?
- Que Deus existe; porque de onde lhe viria esse sentimento se ele não repousasse sobre o nada? É ainda uma consequência do princípio de que não há efeito sem causa.

6) O sentimento íntimo, que temos em nós mesmos, da existência de Deus, não seria o fato da educação e o produto de ideias adquiridas?
- Se assim fosse, porque os vossos selvagens teriam esse sentimento?

Nota de Kardec: Se o sentimento da existência de um ser supremo não fosse senão o produto de um ensinamento, ele não seria universal, e não existiria, como as noções de ciência, senão naqueles que teriam podido receber esse ensinamento.

7) Poder-se-ia encontrar a causa primeira da formação das coisas nas propriedades íntimas da matéria?
- Mas então qual seria a causa dessas propriedades? É preciso sempre uma causa primeira.

Nota de Kardec: Atribuir a formação primeira das coisas às propriedades íntimas da matéria seria tomar o efeito pela causa, porque essas propriedades são eles mesmas um efeito que deve ter uma causa.

8) Que pensar da opinião que atribui a formação primeira a uma combinação fortuita da matéria, isto é, ao acaso?
- Outro Absurdo! Que homem de bom senso pode olhar o acaso como um ser inteligente? Aliás, que é o acaso? Nada.

Nota de Kardec: A harmonia que regula as atividades do Universo revela combinações e fins determinados e, por isso mesmo, revela a força inteligente. Atribuir a formação primeira ao acaso seria um contrassenso, porque o acaso é cego e não pode produzir os efeitos da inteligência. Um acaso inteligente não seria mais o acaso.

9) Onde se vê, na causa primeira, uma inteligência suprema e superior a todas as inteligências?
- Tendes um provérbio que diz isto: pela obra se reconhece o artífice. Pois bem! Olhai a obra e procurai o artífice. É o orgulho que engendra a incredulidade. O homem orgulhoso não vê nada acima dele e é por isso que ele se chama de espírito forte. Pobre ser, que um sopro de Deus pode abater!

Nota de Kardec: Julga-se o poder de uma inteligência pelas suas obras; nenhum ser humano não podendo criar o que produz a Natureza, a causa primeira, pois, é uma inteligência superior à Humanidade.
Quais que sejam os prodígios realizados pela inteligência humana, essa inteligência tem, ela mesma, uma causa, e quanto mais o que ela realiza é grande, mais a causa primeira deve ser grande. Esta inteligência é a causa primeira de todas as coisas, qualquer que seja o nome sob o qual o homem a designe.



Fonte: O Livro dos Espíritos. Allan Kardec. Capítulo I - Questões de 1 a 9.

sexta-feira, 17 de maio de 2019

O FILME DE KARDEC


          Está nos cinemas brasileiros com laçamento em dia 16 de maio de 2019 o filme: Kardec - A história por trás do nome. Filme brasileiro de Wagner de Assis, mesmo diretor de Nosso Lar - O filme. 

         A cinebiografia acompanha a trajetória de Hypolite Leon Deizard Rivaoil desde o período em que atuava como educador, passando pela investigação dos fenômenos das mesas girantes, pelo processo de codificação da doutrina espírita, até a publicação e repercussão de “O Livro dos Espíritos”, que usou o pseudônimo Allan Kardec.

        Assista abaixo o trailer oficial do filme: 


VAMOS PRESTIGIAR esta grande história que deu inicio a enormes transformações na vida de milhões de pessoas desde a época das mesas girantes e que continua a transformar milhões a quem se permite.  


terça-feira, 14 de maio de 2019

O CONTROLE UNIVERSAL DO ENSINAMENTO DOS ESPÍRITOS

O texto abaixo está contido no livro O Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan Karde, na introdução da obra, item II. Em que Kardec explica como se deu o recebimento da Doutrina e como se deu o controle dos ensinamentos passados pelos Espíritos Superiores. 
Há várias edições de editoras diversas dos livros acima,
em que as capas mudam, mas o conteúdo é o mesmo. 


        Se a Doutrina Espírita fosse uma concepção puramente humana, ela não teria por garantia senão as luzes daquele que a tivesse concebido; ora, ninguém neste mundo teria a pretensão fundada de possuir só para si a verdade absoluta. Se os Espíritos que a revelaram tivessem se manifestado a um único homem, nada lhe garantiria a origem, porque seria preciso crer sobre a palavra em quem dissesse ter recebido seus ensinamentos. Admitindo uma perfeita sinceridade da sua parte, quando muito, poderia convencer as pessoas do seu meio; poderia ter seus seguidores, mas não chegaria jamais a reunir a todos. 

       Deus quis que a nova revelação chegasse aos homens por uma via mais rápida e mais autentica; por isso encarregou os Espíritos de irem levá-la de um polo a outro, manifestando-se por toda parte, sem dar a ninguém o privilégio exclusivo de ouvir sua palavra. Um homem pode ser enganado, pode enganar a si mesmo, mas isso não ocorreria quando milhões veem e ouvem a mesma coisa: é uma garantia para cada um e para todos. Aliás, pode-se fazer desaparecer um homem, mas não se pode fazer desaparecerem as massas; podem-se queimar os livros, mas não se podem queimar os Espíritos; ora, queimem-se os livros, e a fonte da doutrina não seria, por isso, menos inesgotável, pelo fato mesmo de que ela não está na Terra, as surge de toda parte e cada um a pode haurir. Na falta dos homens para propagá-la, haverá sempre os Espíritos, que alcançam todo o mundo e que ninguém pode atingir.

        São, pois, os próprios Espíritos, em realidade, que fazem a propaganda, com a ajuda dos inumeráveis médiuns que eles suscitam de todos os lados. Se não tivesse havido um interprete único, por mais favorecido que fosse, o Espiritismo seria mal conhecido; o próprio intérprete, a qualquer classe que pertencesse, teria sido objeto de prevenções da parte de muitas pessoas; todas as nações não o teriam aceitado, ao passo que os Espíritos se comunicando por toda a parte, a todos os povos, a todas as seitas e a todos os partidos, são aceitos por todos. O Espiritismo não tem nacionalidade, está fora de todos os cultos particulares e não foi imposto por nenhuma classe social, uma vez que cada um pode receber instruções de seus parentes e de seus amigos de além-túmulo. Era preciso que fosse assim para que se pudessem chamar todos os homens à fraternidade; se não tivesse se colocado sobre um terreno neutro, ele teria mantido as dissensões ao invés de apaziguá-las.

        Esta universalidade no ensinamento dos Espíritos faz a força do Espiritismo, e é também a causa da sua propagação tão rápida; ao passo que a voz de um único homem, mesmo com o socorro da imprensa, empregaria séculos antes de chegar ao ouvido de todos, eis que milhares de vozes se fazem ouvir simultaneamente sobre todos os pontos da Terra, para proclamar os mesmos princípios, e transmiti-los aos mais ignorantes e aos mais sábios, a fim de que ninguém seja deserdado. É uma vantagem da qual não gozou nenhuma das doutrinas que surgiram até hoje. Se, pois, o Espiritismo é uma verdade, ele não teme nem a má vontade dos homens, nem as revoluções morais, nem as comoções físicas do globo, porque nenhuma dessas coisas pode atingir os Espíritos.

(...)

        Sabe-se que os Espíritos, em consequência da diferença que existe e suas capacidades, estão longe de, individualmente, estarem na posse de toda a verdade; que não é dado a todos penetrar certos mistérios; que seu saber é proporcional à sua depuração; que os Espíritos vulgares não sabem mais que os homens, e menos que certos homens; que há entre eles, como entre estes últimos, presunçosos e pseudo-sábios que creem saber o que não sabem e sistemáticos que tomam suas ideias pela verdade; enfim, que os Espíritos de ordem mais elevada, aqueles que estão completamente desmaterializados, são os únicos despojados das ideias e preconceitos terrestres; mas sabe-se também que os Espíritos enganadores não tem escrúpulos em se abrigarem sob nomes que tomam emprestados, para fazerem aceitar suas utopias. Disso resulta que, para tudo o que está fora do ensinamento exclusivamente moral, as revelações que cada um pode obter tem um caráter individual, sem autenticidade; que elas devem ser consideradas como opiniões pessoais de tal ou tal Espírito, e que haveria imprudência em aceitá-las e promulgá-las levianamente como verdades absolutas.

        O primeiro controle é, sem contradita, o da razão, ao qual é preciso submeter, sem exceção, tudo o que vem dos Espíritos; toda teoria em contradição manifesta com o bom senso, como uma lógica rigorosa e com os dados positivos que se possui, com qualquer nome respeitável que esteja assinada, deve ser rejeitada. Mas esse controle é incompleto em muitos casos, em consequência da insuficiência de luzes de certas pessoas, e da tendência de muitos em tomar seu próprio julgamento por único árbitro da verdade. Em semelhante caso, que fazem os homens que não tem em si mesmos uma confiança absoluta? Eles tomam o conselho de maior número, e a opinião da maioria é seu guia. Assim deve ser com respeito ao ensinamento dos Espíritos, que nos fornecem, eles mesmos, os meios de controle.

         A concordância no ensinamento dos Espíritos é, pois, o melhor controle; mas é preciso, ainda, que ela ocorra em certas condições. A menos segura de todas é quando o próprio médium interroga vários Espíritos sobre um ponto duvidoso; é bem evidente que, se está sob o império de uma obsessão ou se relaciona com um Espírito enganador, esse Espírito pode lhe dizer a mesma coisa sob nomes diferentes. Não há uma garantia suficiente na conformidade que se pode obter pelos médiuns de um único centro, porque eles podem sofrer a mesma influência.

         A garantia única, séria, do ensinamento dos espíritos está na concordância que existe entre as revelações feitas espontaneamente, por intermédio de um grande número de médiuns, estranhos uns aos outros, e em diversos lugares.

        Concebe-se que não se trata aqui de comunicações relativas a interesses secundários, mas das que se prendem aos próprios princípios da doutrina. A experiência prova que, quando um princípio novo deve receber sua solução, ele é ensinado espontaneamente sobre diferentes pontos ao mesmo tempo, e de maneira idêntica, se não quanto à forma, pelo menos quanto ao fundo. Se, pois, apraz a um Espírito formular um sistema excêntrico, baseado sobre suas próprias ideias, e fora da verdade, pode-se estar certo que esse sistema ficará circunscrito,e cairá diante da unanimidade das instruções dadas por toda parte, alhures, como já se tem disso vários exemplos. Foi esta unanimidade que fez cair todos os sistemas parciais que despontaram na origem do Espiritismo, quando cada um explicava os fenômenos à sua maneira, e antes que se conhecessem as leis que regem as relações do mundo visível e do mundo invisível.

        Tal é a base a qual nos apoiamos quando formulamos um princípio da doutrina; não é porque está de acordo com as nossas ideias que o damos como verdadeiro; não nos colocamos, de modo algum, como árbitro supremo da verdade, e não dizemos a ninguém: “Crede em tal coisa, porque nós vo-la dizemos”. Nossa opinião não é, aos nossos próprios olhos, senão uma opinião pessoal que pode ser justa ou falsa, porque não somos mais infalíveis que um outro. Não é porque um princípio nos é ensinado que ele é para nós a verdade, mas porque recebeu a sanção da concordância.

        Na nossa posição, recebemos as comunicações de perto de mil centros espíritas sérios,disseminados sobre os diversos pontos do globo, estamos em condições de ver os princípios sobre os quais essa concordância se estabelece; é esta observação que nos tem guiado até hoje, e é, igualmente, a que nos guiará nos novos campos a que o Espiritismo está chamado a explorar. É assim que, estudando atentamente as comunicações chegadas de diversas partes, tanto da França como do exterior, reconhecemos, na natureza toda especial das revelações, que há tendência para entrar em um novo caminho, e que é chegado o momento de dar um passo à frente. Essas revelações, por vezes feitas com palavras veladas, frequentemente, passaram desapercebidas para muitos daqueles que as obtiveram; muitos outros acreditam tê-las com exclusividade. Tomadas isoladamente, para nós seria sem valor; só a coincidência lhes dá gravidade; depois, quando é chegado o momento de liberá-las à luz da publicidade, cada um, então se lembra de ter recebido instruções no mesmo sentido. É este o movimento geral que observamos, que estudamos, com a assistência dos nossos guias espirituais, e que nos ajuda a julgar da oportunidade para fazermos uma coisa ou dela nos abstermos.

       Este controle universal é uma garantia para a unidade futura do Espiritismo, e anulará todas as teorias contraditórias. É nele que, no futuro, se procurará o critério da verdade. O que fez o sucesso da doutrina formulada em O Livro dos Espíritos e em O Livro dos Médiuns, foi que, por toda parte, cada um pode receber diretamente dos Espíritos a confirmação do que eles contêm. Se, de todas as partes, os Espíritos tivessem vindo contradizê-los, esses livros teriam, depois de tanto tempo, suportado a sorte de todas as concepções fantásticas. O próprio apoio da imprensa não os teria salvo do naufrágio, ao passo que, privados desse apoio, não tiveram um caminho menos rápido, porque tiveram o apoio dos Espíritos, cuja boa vontade compensou, em muito, a má vontade dos homens. Assim o será com todas as ideias emanadas dos Espíritos ou de homens que não puderam suportar a prova deste controle, do qual ninguém pode contestar o poder.

(...)

        O princípio da concordância é, ainda, uma garantia contra as alterações que poderiam infligir ao Espiritismo as seitas que gostariam de se apoderar dele em seu proveito, e acomodá-lo à sua maneira. Quem tentasse desviá-lo do seu objetivo providencial, fracassaria, pela simples razão de que os Espíritos, pela universalidade de seu ensinamento, farão cair toda modificação que se afaste da verdade.

        Resulta de tudo isso uma verdade capital: é que quem quisesse se colocar contra a corrente de ideias, estabelecidas e sancionadas, poderia causar uma pequena perturbação local e momentânea, mas jamais dominar o conjunto, mesmo no presente, e ainda menos no futuro.

        Disso resulta mais: que as instruções dadas pelos Espíritos sobre os pontos da doutrina ainda não elucidados, não seriam lei, porquanto ficariam isoladas; que elas não devem, por conseguinte, ser aceitas senão com todas as reservas e a título de informação.

        Daí a necessidade de se ter, na sua publicação, a maior prudência, e, no caso em que se acreditasse dever publicá-las, importaria não as apresentar senão coo opiniões individuais, mais ou menos prováveis, mas tendo, em todos os casos, necessidade de confirmação. É esta confirmação que se precisa alcançar antes de se apresentar um princípio como verdade absoluta, se não se quer ser acusado de leviandade ou de credulidade irrefletida.

        Os Espíritos superiores procedem, nas suas revelações, com uma extrema sabedoria; eles não abordam as grandes questões da doutrina senão gradualmente, à medida que a inteligência está apta a compreender verdades de uma ordem mais elevada, e que as circunstâncias são propícias para a emissão de uma ideia nova. É por isso que, desde o princípio, eles não disseram tudo, e não disseram tudo ainda hoje, não cedendo jamais à impaciência de pessoas apressadas que querem colher os frutos antes de amadurecidos. Seria, pois, supérfluo querer antecipar o tempo assinalado para cada coisa pela Providência, porque então, os Espíritos verdadeiramente sérios recusariam positivamente seu concurso; mas os Espíritos levianos, pouco se incomodando com a verdade, respondem a tudo; é por essa razão que, sobre todas as questões prematuras, há sempre respostas contraditórias.

        Os princípios acima não são o resultado de uma teoria pessoal, mas a consequência inevitável das condições nas quais os espíritos se manifestam. É evidente que, se um espírito diz uma coisa de um lado, enquanto que milhões de espíritos dizem o contrario alhures, a presunção da verdade não pode estar com aquele que está só, ou quase só na sua opinião ora, pretender ter razão sozinho contra todos, seria tão ilógico da parte de um espírito, como da parte dos homens. Os espíritos verdadeiramente sábios, se não se sentem suficientemente esclarecidos sobre uma questão, não a decidem jamais de um modo absoluto; eles declaram não tratá-la senão sob seu ponto de vista, e aconselham esperar sua confirmação.

        Por grande, bela e justa que seja uma ideia, é impossível que ela reúna, desde o princípio, todas as opiniões. Os conflitos que dela resultam são a consequência inevitável do movimento que se opera; são mesmo necessários para melhor fazer ressaltar a verdade, e é útil que eles ocorram no princípio para que as ideias falsas sejam mais prontamente desgastadas. Os espíritas que nisso concebessem alguns temores devem estar, pois, tranquilizados. Todas as pretensões isoladas cairão, pela força das coisas, diante do grande e poderoso critério do controle universal.

        Não é à opinião de um homem que se deverá aliar-se, mas à voz unânime dos espíritos; não é um homem, não mais nós que um outro, que fundará a ortodoxia espírita; não é, tampouco, um espírito vindo se impor a quem quer que seja; é a universalidade dos espíritos se comunicando sobre toda a Terra por ordem de Deus; aí está o caráter essencial da doutrina espírita, sua força e sua autoridade. Deus quis que sua lei fosse assentada sobre uma base inabalável, por isso não a fez repousar sobre a cabeça frágil de um único homem.

(...)


Fonte: O Evangelho Segundo o Espiritismo. Allan Kardec. Introdução – item II.


terça-feira, 7 de maio de 2019

Música Espírita: O Espiritismo

Música Espírita: O Espiritismo
CD: Luz de Chrystal
Cantora: Helena Cristina



LETRA DA MÚSICA: O Espiritismo

Espiritismo é uma Doutrina, que nos ensina a amar,
ensina a fazer o bem e também a perdoar

Ele é o Consolador, prometido por JESUS,
Codificado por Kardec com os Espíritos de luz

Não se espante meu amigo com essa revelação!
O espiritismo é a luz da nossa transformação

Caminho que leva a Jesus nesse imenso turbilhão(bis)
        
Foi Kardec, nosso amigo, e também o nosso irmão,
o precursor da doutrina e da codificação,

Chico Xavier, o médium do amor, Também a divulgou com muita dedicação
                   
Foi um ser iluminado, que o Pai nos enviou para que se faça  fé em nosso coração (bis)

Essa doutrina com certeza nos levará a Jesus enche o coração de paz e o espírito de luz (bis)

Ela também nos revela com confiante precisão que fora da caridade não haverá salvação!

introdução

Foi Kardec, nosso amigo, e também o nosso irmão,
o precursor da doutrina e da codificação,

Chico Xavier, o médium do amor, Também a divulgou com muita dedicação
                   
Foi um ser iluminado, que o Pai nos enviou para que se faça fé em nosso coração (bis)

Essa doutrina com certeza nos levará a Jesus enche o coração de paz e o espírito de luz

Ela também nos revela com confiante precisão

que fora da caridade não haverá salvação 

que fora da caridade não haverá salvação