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quinta-feira, 16 de fevereiro de 2023

IDADE MÉDIA, VISÃO ESPIRITUAL

A DESTRUIÇÃO DO IMPÉRIO

        A fraqueza e a impenitência dos homens não lhes deixou compreender que o Cristianismo fora chamado à tarefa do governo tão somente para educar o sentimento dos governantes, preparando-os para levar o esclarecimento e a fraternidade aos outros povos da Terra, então considerados bárbaros pela cultura do Império.

        Não obstante todos os esforços em contrário, dos mensageiros de Jesus, Bonifácio III cria o Papado em 607, contrapondo-se a todas as disposições de humildade que deveriam reger a vida da Igreja. As forças do mal, aliadas à incúria e vaidade dos homens, haviam obtido um triunfo relativo e transitório.

        Os gênios do Espaço, todavia, à claridade soberana da misericórdia do Senhor, reúnem-se no Infinito, adotando providências novas, concernentes ao progresso dos homens.

        Todos os recursos haviam sido prodigalizados a Roma, a fim de que as suas expressões políticas e intelectuais se estendessem pelo orbe, abrangendo todas as gentes no mesmo amplexo de amor e de unidade; sua alma coletiva, no entanto, havia deturpado todas as possibilidades sagradas de edificação e renegado todos os grandes ensinamentos. Advertências penosas não lhe faltaram do Alto, como nos acontecimentos inesquecíveis e dolorosos do Vesúvio, nas cidades da Campânia. Séculos de luta e de ensinamento se haviam escoado, sem que a alma do Império se compenetrasse dos seus deveres necessários.

        É então que Jesus determina a transformação do Império organizado e poderoso. Suas águias orgulhosas haviam singrado todos os mares, o Mediterrâneo era propriedade sua, todos os povos se lhe curvavam para a homenagem e para a obediência, mas uma força invisível arrancou-lhe todos os diademas, tirou-lhe as energias e lhe reduziu as glórias a um punhado de cinzas.

        Até hoje, o espírito que investiga o passado inquire o motivo desses sinistros arrasamentos; mas a verdade é que todos os fundamentos da Terra residem em Jesus Cristo.

        (...)

        A grande cidade dos Césares poderia ter evitado a catástrofe do desmembramento, se levasse a sua cultura a todos os corações, em vez de haver estacionado tantos séculos à mesa farta dos prazeres e das continuadas libações.


RAZÕES DA IDADE MÉDIA

        A queda do Império Romano determinara no mundo extraordinárias modificações. Muitas almas heroicas e valorosas, que se haviam purificado nas lutas depuradoras, não obstante o ambiente pantanoso dos vícios e das paixões desenfreadas, ascenderam definitivamente a planos espirituais mais elevados, apenas voltando às atmosferas do planeta para o cumprimento de enobrecedoras e santificantes missões.

        A desorganização geral com os movimentos revolucionários dos outros povos do globo terrestre, que embalde esperam o socorro moral do governo dos imperadores, originara um longo estacionamento nos processos evolutivos. É ai, nessa época de transições que agora atinge as suas culminâncias, que vamos encontrar as razões da Idade Média, ou o período escuro da história da Humanidade. Só esse ascendente místico da civilização pôde explicar o porque das organizações feudais, depois de tão grandes conquistas da mentalidade humana, nos grandes problemas da unidade e da centralização política do mundo. É que um novo ciclo de civilização começava sob a amorosa proteção do Divino Mestre, e as últimas expressões espirituais do grande Império retiravam-se para o silêncio dos santuários e dos retiros espirituais, para chorar na solidão dos conventos, sobre o cadáver da grande civilização que não soubera prover ao seu glorioso destino.


FIM DA IDADE MEDIEVAL

        Do plano invisível e em todos os tempos, os Espíritos abnegados acompanharam a Humanidade em seus dias de martírio e glorificação, lutando sempre pela paz e pelo bem de todas as criaturas.

        Referindo-nos, de escantilhão, à nobre figura de Joana d'Arc, que cumpriu elevada missão adstrita aos princípios de justiça e de fraternidade na Terra, e às guerras dolorosas que assinalaram o fim da idade medieval, registramos aqui, que, com as conquistas tenebrosas de Gêngis Khan e de Tamerlão e com a queda de Constantinopla, em 1453, que ficou para sempre em poder dos turcos, verificava-se o término da época medieval. Uma nova era despontava para a Humanidade terrestre, com a assistência contínua do Cristo, cujos olhos misericordiosos acompanham a evolução dos homens, lá dos arcanos do Infinito.



Fonte: Livro – A Caminho da Luz. Pelo Espírito Emmanuel. Psicografia de Chico Xavier. Cap. XVI e XIX.



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