Devemos lembrar que mediunidade não
está ligada essencialmente ao Espiritismo. Allan Kardec na Codificação Espírita
nos fala que, mediunidade pertence a todos, todos carregam o dom da
mediunidade, independente de religião, de idade, de gênero... Agora que em
diferentes graus. As pessoas e os meios de comunicação desinformados confundem
mediunidade com Espiritismo, e confundem Espiritismo com Espiritualismo. Não podemos
confundir mediunidade com Espiritismo, temos que saber diferenciar mediunidade
do Espiritismo.
No Espiritismo não se cobra
dinheiro para fazer tratamentos, ou fluidificar água, nunca é cobrado nenhuma
taxa monetária para nenhuma das atividades, ou tratamentos dentro de uma casa
espírita, pois um dos lemas da Doutrina Espírita é: daí de graça o que
recebeste de graça. Isto porque o dom da mediunidade foi nos dado por Deus de graça,
jamais poderemos cobrar pelos trabalhos mediúnicos, ou dentro de um centro
espírita. Assim, como as casas espírita não se faz uso de imagens de santos, ou
uso de cores determinadas para as pessoas e trabalhadores vestirem, ou ser usada
na casa espírita, ou uso de pedras. Nas casas espíritas não há nenhum ritual, e as casas
espíritas não são chamadas de santuários, e não é necessário contato físico como
por exemplo na hora do passe.
Em relação a João de Deus, no “santuário”
de cura como chamam, pelo o que vemos nos vídeos percebemos varias imagens de
santos, como venda de remédios e de água fluidificada, assim como tem um vídeo
em que ele fala que ele não se denomina como um espírita, mas ele é de todas a religiões.
Como sabemos a mediunidade não está ligada com o Espiritismo. E será que ainda
ele carrega o dom mediúnico depois de tantos e tamanhos desvios morais? Devemos
acolher essas vítimas de João de Deus, em que nos momentos de mais fragilidade
e que mais precisavam de apoio foram abusadas, não apenas as abusadas por ele,
mas todas as vítimas de abuso sexual em todas as partes, seja nos meios
religiosos – que o abuso acontece em muitos segmentos religiosos, seja na rua,
seja em casa, seja no trabalho... em todos os lugares, precisam ser ouvidas,
apoiadas, acolhidas.
No livro, Seara dos Médiuns,
capitulo 12, psicografia de Chico Xavier, o espírito Emmanuel nos fala que: “A
Doutrina Espírita atua com o trabalho da caridade material e espiritual
desinteressada, sem nenhum propósito a não ser ao de auxiliar os necessitados.”
Ou
seja, toda a pratica do Espiritismo é gratuita, não se pode jamais cobrar
dinheiro. E a cura se dar pelo merecimento do indivíduo, e não pelo poder de ninguém
ou de nenhum médium, se existe uma cura é pelo poder da fé que tem, pelo
merecimento. E o Espiritismo orienta que o serviço espiritual não deve ocorrer
isoladamente, apenas com o médium e a pessoa assistida na mesma sala, não recomenda
o trabalho de médium que atende individualmente e por conta própria esses não estão
vinculados ao movimento da Doutrina Espírita, nem seguindo a sua orientação.
Assim, a Federação Espírita Brasileira –FEB, fundamentada na tríade: Deus,
Cristo e Caridade, pratica o bem, levando consolo e esclarecimento a
humanidade. Lembremos a frase de Emmanuel no livro Seara dos Médiuns, capitulo
12, psicografia de Chico Xavier : “Não é a mediunidade que te distingue. É aquilo
que faz dela.”
“Reconhece-se o verdadeiro
espírita por sua transformação moral e pelos esforços que faz para dominar as
más inclinações.” – Allan Kardec.
Abaixo segue o texto do livro:
Emmanuel, psicografia de Chico Xavier, pelo espírito Emmanuel; com o titulo
Mensagem aos Médiuns, contido no capitulo 11:
Mensagem aos Médiuns
Venho exortar a quantos se entregaram na Terra à missão da mediunidade,
afirmando-lhes que, ainda em vossa época, esse posto é o da renúncia, da
abnegação e dos sacrifícios espontâneos. Faz-se mister que todos os Espíritos,
vindos ao planeta com a incumbência de operar nos labores mediúnicos,
compreendam a extensão dos seus sagrados deveres para a obtenção do êxito no
seu elevado e nobilitante trabalho.
Médiuns! A vossa tarefa deve ser encarada como um santo sacerdócio; a
vossa responsabilidade é grande, pela fração de certeza que vos foi
outorgada, e muito se pedirá aos que muito receberam. Faz-se, portanto,
necessário que busqueis cumprir, com severidade e nobreza, as vossas
obrigações, mantendo a vossa consciência serena, se não quiserdes tombar
na luta, o que seria crestar com as vossas próprias mãos as flores da
esperança numa felicidade superior, que ainda não conseguimos alcançar! Pesai
as consequências dos vossos mínimos atos, porquanto é preciso renuncieis à
própria personalidade, aos desejos e aspirações de ordem material, para que
a vossa felicidade se concretize.
11.1 Vigiar para Vencer
Felizes daqueles que, saturados de boa-vontade e de fé, laboram
devotadamente para que se espalhe no mundo a Boa-Nova da imortalidade.
Compreendendo a necessidade da renúncia e da dedicação, não repararam nas
pedras e nos acúleos do caminho, encontrando nos recantos do seu mundo
interior os tesouros do auxílio divino. Acendem nos corações a luz da
crença e das esperanças, e se, na maioria das vezes, seguem pela estrada
incompreendidos e desprezados, o Senhor enche com a luz do seu amor
os vácuos abertos pelo mundo em suas almas, vácuos feitos de solidão e
desamparo.
Infelizmente, a Terra ainda é o orbe da sombra e da lágrima, e toda
tentativa que se faz pela difusão da verdade, todo trabalho para que a luz
se esparja fartamente encontram a resistência e a reação das trevas que
vos cercam. Daí nascem as tentações que vos assediam, e partem as ciladas
em que muitos sucumbem, à falta da oração e da vigilância apregoadas no
Evangelho.
11.2 Quem são os Médiuns na sua
Generalidade
Os médiuns, em sua generalidade, não são missionários na acepção comum
do termo; são almas que fracassaram desastradamente, que contrariaram,
sobremaneira, o curso das leis divinas, e que resgatam, sob o peso de
severos compromissos e ilimitadas responsabilidades, o passado obscuro e
delituoso. O seu pretérito, muitas vezes, se encontra enodoado de graves
deslizes e de erros clamorosos. Quase sempre, são Espíritos que tombaram
dos cumes sociais, pelos abusos do poder, da autoridade, da fortuna e da
inteligência, e que regressam ao orbe terráqueo para se sacrificarem
em favor do grande número de almas que desviaram das sendas luminosas da
fé, da caridade e da virtude. São almas arrependidas que procuram
arrebanhar todas as felicidades que perderam, reorganizando, com
sacrifícios, tudo quanto esfacelaram nos seus instantes de criminosas
arbitrariedades e de condenável insânia.
11.3 As Oportunidades do Sofrimento
As existências dos médiuns, em geral, têm constituído romances
dolorosos, vidas de amargurosas dificuldades, em razão da necessidade do
sofrimento reparador; suas estradas, no mundo, estão repletas de provações, de
continências e desventuras. Faz-se, porém, necessário que reconheçam o
ascetismo e o padecer, como belas oportunidades que a magnanimidade da
Providência lhes oferece, para que restabeleçam a saúde dos seus organismos
espirituais, combalidos nos excessos de vidas mal orientadas, nas quais se
embriagaram à saciedade com os vinhos sinistros do vício e do despotismo.
Humilhados e incompreendidos, faz-se mister que reconheçam todos os
benefícios emanantes das dores que purificam e regeneram, trabalhando para que
representem, de fato, o exemplo da abnegação e do desinteresse, reconquistando
a felicidade perdida.
11.4 Necessidade da Exemplificação
Todos os médiuns, para realizarem dignamente a tarefa a que foram
chamados a desempenhar no planeta, necessitam identificar-se com o ideal de
Jesus, buscando para alicerce de suas vidas o ensinamento evangélico, em sua
divina pureza; a eficácia de sua ação depende do seu desprendimento e da sua
caridade, necessitando compreender, em toda a amplitude, a verdade contida na
afirmação do Mestre: “Dai de graça o que de graça receberdes.”
Devendo evitar, na sociedade, os ambientes nocivos e viciosos, podem
perfeitamente cumprir seus deveres em qualquer posição social a que forem
conduzidos, sendo uma de suas precípuas obrigações melhorar o seu meio ambiente
com o exemplo mais puro de verdadeira assimilação da doutrina de que são
pregoeiros.
Não deverão encarar a mediunidade como um dom ou como um privilégio, sim
como bendita possibilidade de reparar seus erros de antanho, submetendo-se,
dessa forma, com humildade, aos alvitres e conselhos da Verdade, cujo
ensinamento está, frequentemente, numa inteligência iluminada que se nos
dirige, mas que se encontra igualmente numa provação que, humilhando, esclarece
ao mesmo tempo o espírito, enchendo-lhe o íntimo com as claridades da
experiência.
11.5 O Problema das Mistificações
O problema das mistificações não deve impressionar os que se entregam às
tarefas mediúnicas, os quais devem trazer o Evangelho de Jesus no coração.
Estais muito longe ainda de solucionar as incógnitas da ciência espírita,
e se aos médiuns, às vezes, torna-se preciso semelhante prova, muitas vezes os
acontecimentos dessa natureza são também provocados por muitos daqueles
que se socorrem das suas possibilidades. Tende o coração sempre puro. É
com a fé, com a pureza de intenções, com o sentimento evangélico, que se
podem vencer as arremetidas dos que se comprazem nas trevas persistentes.
É preciso esquecer os investigadores cheios do espírito de mercantilismo!…
Permanecei na fé, na esperança e na caridade em Jesus Cristo, jamais
olvidando que só pela exemplificação podereis vencer.
11.6 Apelo aos Médiuns
Médiuns, ponderai as vossas obrigações sagradas! preferi viver na maior
das provações a cairdes na estrada larga das tentações que vos atacam,
insistentemente, em vossos pontos vulneráveis. Recordai-vos de que é
preciso vencer, se não quiserdes soterrar a vossa alma na escuridão dos séculos
de dor expiatória. Aquele que se apresenta no Espaço como vencedor de si
mesmo é maior que qualquer dos generais terrenos, exímio na estratégia e tino
militares. O homem que se vence faz o seu corpo espiritual apto a ingressar em
outras esferas e, enquanto não colaborardes pela obtenção desse organismo
etéreo, através da virtude e do dever cumprido, não saireis do círculo
doloroso das reencarnações.
Do livro: Emmanuel
Pelo Espírito: Emmanuel
Psicografia: Francisco Cândido Xavier
FEB Editora