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terça-feira, 30 de janeiro de 2018

ALGUMAS OBSERVAÇÕES SOBRE O PENSAMENTO

          


          O pensamento é a linguagem universal. A criação mental é quase tudo em nossa vida.

         O pensamento é a base das relações espirituais dos seres entre si, mas não olvidemos que somo milhões de almas dentro do universo, algo insubmissas ainda às leis universais. Não somos, por enquanto, comparáveis aos  irmãos mais velhos e mais sábios, próximo do Divino, mas milhões de entidades a viverem nos caprichosos ‘mundos inferiores’ do nosso ‘eu’. Os grandes instrutores da humanidade carnal ensinam princípios divinos, expõem verdades eternas e profundas, nos círculos do globo. Em geral, porém, nas atividades terrenas, recebemos notícias dessas leis sem nos submetermos a elas, e tomamos conhecimento dessas verdades sem lhes consagrarmos nossas vidas.

         Será crível que, somente por admitir o poder do pensamento, ficasse o homem liberto de toda a condição inferior? Impossível!

         Uma existência secular, na carne terrestre, representa período demasiadamente curto para aspirarmos à posição de cooperadores essencialmente divinos. Informamo-nos a respeito da força mental no aprendizado mundano, mas esquecemos que toda a nossa energia, nesse particular, tem sido empregada por nós, em milênios sucessivos, nas criações mentais destrutivas ou prejudiciais a nós mesmos.

         Somos admitidos aos cursos de espiritualização nas diversas escolas religiosas do mundo, mas com frequência agimos exclusivamente no terreno das afirmativas verbais. Ninguém, todavia, atenderá ao dever apenas com palavras. Ensina a Bíblia que o próprio Senhor da Vida não estacionou no verbo e continuou o trabalho criativo na ação.

        Todos sabemos que o pensamento é a força essencial, mas não admitimos nossa milenária viciação no desvio dessa força.

        (...) Uma ideia criminosa produzirá gerações mentais da mesma natureza; um princípio elevado obedecerá à mesma lei. (...)

        O pensamento é força viva, em toda parte; é atmosfera criadora que envolve o Pai e os filhos, a causa e os efeitos, no Lar Universal. Nele, transformam-se homens em anjos, a caminho do Céu, ou se fazem gênios diabólicos, a caminho do inferno.

        (...) Nas mentes envolvidas, entre os desencarnados e encarnados, basta o
intercâmbio mental sem necessidade de formas, e é justo destacar que o pensamento em si é a base de todas as mensagens silenciosas da ideia, nos maravilhosos planos da intuição, entre os seres de toda espécie. Dentro desse princípio, o espírito que haja vivido exclusivamente em França poderá comunicar-se no Brasil, pensamento a pensamento, prescindindo de forma verbalista especial, que, nesse caso, será sempre a do receptor, mas isso também exige a afinidade pura. Não estamos, porém, nas esferas  de absoluta pureza mental, onde todas as criaturas tem afinidade entre si. Afinamo-nos uns com os outros, em núcleos insulados, e somos compelidos a prosseguir nas construções transitórias da Terra, a fim de regressar aos círculos planetários com maior bagagem evolutiva.

       Quando numerosas almas se congregam no círculo de tal ou qual atividade, seus pensamentos se entrelaçam, formando núcleos de força viva, pelos quais cada um recebe seu quinhão de alegria ou sofrimento, da vibração geral. É por essa razão que, no planeta, o problema do ambiente é sempre fator ponderável no caminho de cada homem. Cada criatura viverá daquilo que cultiva. Quem se oferece diariamente à tristeza nela se movimentará; quem enaltece a enfermidade sofrer-lhe-á o dano. 

        É lei da vida, tanto nos esforços  do bem como nos movimentos do mal. Das reuniões de fraternidade, de esperança, de amor e de alegria, sairemos com a fraternidade, a esperança, o amor e a alegria de todos; porém, de toda assembleia de tendência inferiores, em que predominam o egoísmo, a vaidade ou o crime, sairemos envenenados com as vibrações destrutivas desses sentimentos.

        Igualmente, os princípios que regem a vida nos lares humanos. Quando há compreensão recíproca, vivemos na antecâmara da ventura celeste, e, se permanecemos em desentendimento e maldade, temos o inferno vivo.   

       Compreendamos a grandiosidade das leis do pensamento e submetamos-nos a elas, desde de hoje.   

       O campo das ideias é igualmente campo de luta. Toda luz que acendermos, de fato, na Terra, lá ficará para sempre, porque a ventania das paixões humanas jamais apagará uma só das luzes de Deus.

      (...) Nossa zona mental é campo de batalha incessante. É preciso aniquilar o mal e a treva dentro de nós mesmos, surpreendê-los no reduto a que se recolhem, sem lhes dar a importância que exigem.

      Dentro do nosso mundo individual, cada ideia é como se fora uma entidade à parte... É necessário pensar nisso. Nutrindo os elementos do bem, progredirão eles para nossa felicidade, constituirão nossos exércitos de defesa; todavia, alimentar quaisquer elementos do mal é construir base segura para os nossos próprios verdugos.  



Fonte: Livro Nosso Lar. Pelo Espírito André Luiz. Psicografia de Chico Xavier. Cap. 37 , 44  e 47. 

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