É grande o interesse em querer saber sobre as vidas
passadas, no entanto, esta é uma questão delicada e complexa. Pois, o
esquecimento das vidas passadas é fundamental ao progresso humano, sem esse
esquecimento haveria um entrave na marcha do progresso. Esquecer o passado é um
presente divino. Quando o indivíduo tem algum conhecimento sobre alguma das
suas vidas passadas é porque Deus permitiu para o ajudar em algum entrave em
que esteja vivenciando em relação a tal existência passada.
No O Livro dos Médiuns, de Allan Kardec, capitulo XXVI –
item 15; encontramos a seguinte informação passada por espíritos superiores
sobre nos fazer conhecer nossas existências passadas: “Deus permite, algumas
vezes, que sejam reveladas, segundo o objetivo; se é para vossa edificação a
vossa instrução, serão verdadeiras, e, nesse caso, a revelação é quase sempre
feita espontaneamente, de modo inteiramente imprevisto; mas jamais o permite
para satisfazer a uma vã curiosidade.”
Assim, de forma espontânea e de modo inteiramente
imprevisto, e não por nossa curiosidade; com a permissão de Deus podemos sonhar
com alguma vida passada, relembrar algumas cenas que seja necessária para
trazer algum entendimento que estamos precisando na vida atual, pois o exame do
passado clareia algumas incógnitas, ajudando nas lutas da atual conjuntura.
Mas, como é esta experiência de relembrar o passado por meio
de sonho? Algumas vezes as cenas desenrolam-se como se fossemos telespectadores
de nós mesmos, nos vendo como se fosse em um filme, mas sentindo todo o
sentimento, emoções, dramas, dores... das cenas mostradas. Ou em outras vezes
acompanhamos as lembranças como nós mesmos, ou seja, vivenciando toda cena por nossa perspectiva, e sentindo as
emoções e sentimentos dos acontecimentos. Podendo também as lembranças serem
mostradas das duas formas, tanto da perspectiva de nós como telespectadores de
nós mesmos, como em outras cenas do mesmo sonho estarmos na perspectiva da visão
de nós mesmos. Nas lembranças de vidas passadas é possível vivenciar todo o
drama envolvido, como sentir o clima do ambiente, se frio ou quente, assim como
hostil ou amigável; o cheiro; a noção do tempo, se frio ou quente, ou o século
do ocorrido; ter noção do local; sentir literalmente todos os sentimentos e
emoções sejam bons ou ruins vivenciados naquelas lembranças, as dores, os
dramas, as alegrias... É um processo desnorteante, de carga emocional
fortíssima, que muitas vezes pode causar perplexidade devido a intensidade das
lembranças, e que causa uma mudança na forma de encarar a vida e nos levando a
reflexões profundas.
Outro fato é que, em
uma cena podemos entender toda as circunstâncias do que levou a tal cena sem
nenhuma explicação. A consciência se assevera dos fatos contidos nas cenas.
Brota da mente o motivo do acontecimento. É como se toda uma existência
passasse em cenas rápidas, que não parecem rápidas e que se compreende todo
aquele desenrolar por trás de cada cena sem que ninguém explique, seja durante
o sonho ou antes ou depois. É como se fosse uma explicação automática, ou uma
auto explicação, que não tem nenhuma necessidade de explicação, pois brota em
nossa mente, assim como as emoções e sentimentos que são fortíssimos. É
vivenciar tudo novamente. Todas essas experiências são complicadas para
explicar, pois só quem viveu tal experiência sabe como é, e a intensidade.
No livro Do Abismo às Estrelas, ditado pelo Espírito Victor
Hugo, psicografado por Divaldo Franco; este livro narrando uma historia real. A
personagem central do livro, Suzette-Sara, vivencia enquanto dorme esta
experiência de relembrar o passado por meio de sonho, em que nos é explicado o
processo em que ela passou para
relembrar. O espírito dela em desdobramento pode meio do sono físico foi levado
a uma reunião espiritual com espíritos amigos para que ela relembrasse um
determinado acontecimento de uma existência passada para ela entender-se certas
circunstancias daquela vida presente dela. Então, o processo em que ela passou para relembrar, foi da seguinte forma
explicado no livro: Graças a um processo de mentalização hipnótica, à medida em
que o espírito narrava, as cenas se desenrolavam como uma imensa tela viva de
um peculiar cinemascópio. Os presentes acompanhavam os acontecimentos,
enquanto, os nele implicados, experimentavam as emoções e dramas do momento
evocado.
Para que nos lembremos dessas lembranças quando nosso
espírito volte ao corpo físico, quando acordamos, os espíritos benfeitores
atual de modo especial sobre nós para que, ao acordar lembremos do necessário daquelas
lembranças mostradas, recuperadas.
Na questão 396 de O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec,
nos é esclarecido que, certas pessoas creem ter uma vaga lembrança de um
passado desconhecido que se lhes apresenta como a imagem fugida de um sonho que
se procura em vão reter. Essa ideia algumas vezes é real; mas frequentemente, é
uma ilusão contra a qual é preciso se colocar em guarda, porque pode ser o
efeito de uma imaginação superexcitada.
No O Livro dos Médiuns, de Allan Kardec, capitulo XXVI-
item15. Encontramos a seguinte informação: As questões de vidas passadas que
podem serem reveladas em que podemos tirar proveito para nossa melhoria, são o
gênero de existência que se teve, a posição social que se ocupou, com as
qualidades e defeitos que predominaram em nós. Mas, os espíritos superiores nos
diz que, estudando nosso presente, nós mesmos podemos deduzir nosso passado.
A verdade é que, sempre queremos saber quem formos em existências
passadas, no entanto, nem tão doce é a realidade e a verdade.
Escrito pelo Jardim Espírita.
Fontes:
O Livro dos
Médiuns. Allan Kardec.
O Livro dos
Espíritos. Allan Kardec.
Do Abismo às
Estrelas. Ditado pelo Espírito Victor Hugo, psicografado por Divaldo Franco.
A outra vez
em que eu morri. Frederico Menezes.
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