Este gênero
de mediunidade consiste na faculdade, que certas pessoas possuem, de curar pelo
simples toque, pela imposição das mãos, o olhar, um gesto mesmo, sem a ajuda de
nenhum medicamento. Esta faculdade, incontestavelmente, tem o seu princípio na
força magnética; dela difere, todavia, pela energia e pela instantaneidade da
ação, ao passo que as curas magnéticas exigem um tratamento metódico mais ou
menos longo. Todos os magnetizadores estão quase aptos para curar se sabem a
isso se ligar convenientemente; eles tem a ciência adquirida; nos médiuns
curadores a faculdade é espontânea e alguns a possuem sem jamais terem ouvido
falar do magnetismo.
A faculdade de curar pela
imposição das mãos tem, evidentemente, o seu princípio numa força excepcional
de expansão, mas é aumentada por diversas causas, entre as quais é necessário
colocar em primeira linha: pureza dos sentimentos, o desinteresse, a
benevolência, o ardente desejo de aliviar, a prece fervorosa e a confiança em
Deus em uma palavra, todas as qualidades morais. A força magnética é puramente
orgânica; pode ser, como a força muscular, dada a todo o mundo, mesmo a homens
perversos; mas só o homem de bem dela se serve exclusivamente para o bem, sem
dissimulação de interesse pessoal, nem satisfação do orgulho ou da vaidade; seu
fluido depurado possui propriedades benfazejas e reparadoras que não pode ter
aquele do homem vicioso ou interessado.
Todo efeito mediúnico, como foi
dito, é o resultado da combinação dos fluidos emitidos por um espírito e pelo
médium: por essa união, esses fluidos adquirem propriedades novas que não
teriam separadamente, ou pelo menos não teriam no mesmo grau. A prece, que é
uma verdadeira evocação, atrai os bons espíritos solícitos em virem secundar os
esforços do homem bem intencionado; seu fluido benfazejo se une facilmente ao
dele, ao passo que o fluido do homem vicioso se alia com o dos mau espíritos
que o cercam.
O homem de bem que não tivesse a
força fluídica não poderia pois, senão pouca coisa por si mesmo; ele não pode
senão chamar a assistência dos bons espíritos, mas a sua ação pessoal é quase
nula; uma grande força fluídica, aliada à maior soma possível de qualidades
morais, pode operar verdadeiros prodígios de curas.
A ação fluídica, por outro lado,
é poderosamente secundada pela confiança do enfermo, e Deus recompensa,
frequentemente, a sua fé pelo sucesso.
Só a supertição pode ligar uma
virtude a certas palavras, e só os espíritos ignorantes e mentirosos podem
manter semelhantes idéias prescrevendo quaisquer formulas. Entretanto, pode
ocorrer que, para pessoas pouco esclarecidas e incapazes de compreenderem as
coisas puramente espirituais, o emprego de uma fórmula de prece ou de uma
pratica determinada, contribui para lhes dar confiança; neste caso, não é a
fórmula que é eficaz, mas a fé que é aumentada pela idéia ligada ao emprego da
formula.
Não é necessário confundir os
médiuns curadores com os médiuns receitistas; estes últimos são simples médiuns
escreventes, cuja especialidade é de servirem, mais facilmente, de intérpretes
aos espíritos para as prescrições medicas; mas não fazem absolutamente senão
transmitir o pensamento do espírito, e não tem, por si mesmos nenhuma
influência.
Fonte: Obras
Póstumas. Allan Kardec. Cap.: Manifestações dos Espíritos. Caráter e
consequências. Itens 52 à 55.
*Jesus é o maior
exemplo de médiuns curadores. Outro exemplo são as benzedeiras.
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