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quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

6 ANOS DO BLOG JARDIM ESPÍRITA

                 Hoje, 28 de fevereiro de 2019, o Blog Jardim Espírita completa 6 anos. Sempre usarei a palavra gratidão. Gratidão à Deus, Gratidão à Jesus, aos Amigos Espirituais Benfeitores e aos Amigos Leitores.

                O propósito do Blog Jardim Espírita ter sido criado foi para levar aos Amigos Leitores um espaço de luz, harmonia e aprendizado, de sair do óbvio com notícias do cotidiano que nos deixa muitas vezes sem esperança em uma sociedade melhorada. Mas, o Espiritismo nos proporciona olhar mais a frente, ir descortinando a realidade material e descobrindo novos horizontes por meio das máximas do Cristo Jesus. Em uma sociedade em que a futilidade é encontrada facilmente preenchendo a mente de inutilidade, precisamos buscar o que possa nos preencher espiritualmente, e estes aprendizados encontramos por meio de Jesus, e que com alegria no coração o Espiritismo nos auxilia com confiança e razão. A gratidão é enorme pelo Espiritismo está presente nesta minha vida atual, de ter a possibilidade da luz espírita está nesta senda a iluminar os passos pelos caminhos. Caminhos ora de alegria, ora de tristeza, ora de incerteza, ora de incompreensão, ora de reencontro, ora de perseverança, ora de força, ora de erros, ora de falhas, ora de construção, ora de renovação, ora de libertação... Mas, com a certeza que sempre podemos recomeçar, e que Deus, a Força Criadora, está a nos amparar pelos nossos caminhos percorridos, com Jesus a nos iluminar na caminhada por meio dos Seus Ensinos e aos Bons Espíritos a nos auxiliar abnegadamente.

                O Espiritismo traz luz para nossa renovação e ter a convicção de que a vida é infinita. O Espiritismo nos leva a Jesus de forma racional e sem mistificação e nos possibilita a ter a consciência de podermos ir mais longe, mas por meio do trabalho de renovação interior que apenas cabe a cada um de nós.

Arte feita pela nossa Amiga Leitora Josie, em homenagem aos
6 anos do Blog Jardim Espírita!

               
Nesses 6 anos do Blog Jardim Espírita, já algumas postagens foram publicadas, erros acontecem por sermos todos nós aprendizes e não determos todos os conhecimentos e verdades. Mas, tenham certeza todas as postagens são feitas com muito cuidado, pensado e repensado, e em busca de fontes confiáveis. E nesses 6 anos também trocamos aprendizados com muitos Amigos Leitores por meio dos comentários e quando necessário por meio de e-mail. O que percebemos muitas vezes é que as pessoas só precisam de uma palavra amiga, sem julgamentos, é trocarmos experiências, compartilhar uns com os outros o pouco que aprendemos e o que carregamos de melhor. Muitos Amigos Leitores já passaram pelo Blog Jardim Espírita, uns passam de passagem;  outros demoram mais um pouco acessando mais algumas vezes; outros permanecem;  sei que outros acompanham todas as postagens quando é publicada e isto nos traz grande alegria, pois muita vez pensamos que determinada pessoa vai ler o conteúdo e esperamos que tal assunto traga luz, reflexão e aprendizado; e como tem  outros Amigos Leitores que chegam e ficam e que oferta um presente carinhoso para este espaço, como a Amiga Leitora Josie, que presenteou o Blog Jardim Espírita com uma arte de banner para o cabeçalho do Blog  e outra arte para a comemoração dos 6 anos do Blog Jardim Espírita, arte esta que enfeita esta postagem. Gratidão a todos vocês Amigos Leitores, que este espaço possa levar harmonia, aprendizado, novas possibilidades de entendimento para todos nós.

Rogo a Deus perseverança, entendimento, tempo, disponibilidade, discernimento... Para continuar este pequeno trabalho com acerto e confiabilidade que tanto a Doutrina Espírita precisa, honrando o Espiritismo que é luz em minha vida e um grande presente nesta existência atual, posso dizer que sou espírita por convicção. O Blog Jardim Espírita foi um presente me enviado por grandíssimos e amáveis amigos espirituais por meio de inspiração. Que possamos estarmos juntos por mais tempo nesta infinita jornada que é o aprendizado sob a Luz do Espiritismo! Gratidão por nos acompanhar e pela confiança em abrir o coração de vocês nos comentários! Abraço fraterno a todos!

Deus conosco.
Paz, Luz e Harmonia!
Blog Jardim Espírita

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

ANTIGA LENDA EGÍPCIA DO PEIXINHO VERMELHO


                 No centro de formoso jardim, havia grade lago, adornado de ladrilhos azul-turquesa.

                Alimentado por diminuto canal de pedra, escoava suas águas, do outro lado, através de grade muito estreita.

                Nesse reduto acolhedor, vivia toda uma comunidade de peixes, a se refestelarem, nédios e satisfeitos, em complicadas locas1 (1Local sob uma laje que serve de toca para peixes), frescas e sombrias. Elegeram um dos concidadãos de barbatanas para os encargos de rei, e ali viviam plenamente despreocupados, entre a gula e a preguiça.

                Junto deles, porém, havia um peixinho vermelho, menosprezado de todos.

                Não conseguia pescar a mais leve larva, nem refugiar-se nos nichos barrentos.

                Os outros, vorazes e gordalhudos, arrebatavam para si todas as formas larvárias e ocupavam, displicentes, todos os lugares consagrados ao descanso.

                O peixinho vermelho que nadasse e sofresse. Por isso mesmo era visto, em correria constante, perseguido pela canícula2  (2calor muito forte) ou atormentado de fome.

                 Não encontrando pouso no vastíssimo domicílio, o pobrezinho não dispunha de tempo para muito lazer e começou a estudar com bastante interesse.

                Fez o inventário de todos os ladrilhos que enfeitavam as bordas do poço, arrolou todos os buracos nele existentes e sabia, com precisão, onde se reuniria maior massa de lama por ocasião de aguaceiros.

                Depois de muito tempo, à custa de longas perquirições, encontrou a grade do escoadouro.

                 À frente da imprevista oportunidade de aventura benéfica, refletiu consigo: “Não será melhor pesquisar a vida e conhecer outros rumos?”

                Optou pela mudança.

                Apesar de macérrimo pela abstenção completa de qualquer conforto, perdeu várias escamas, com grande sofrimento, a fim de atravessar a passagem estreitíssima.

                Pronunciando votos renovadores, avançou, otimista, pelo rego d’água, encantado com as novas paisagens, ricas de flores e sol que o defrontavam, e seguiu, embriagado de esperança...

                Em breve, alcançou grande rio e fez inúmeros conhecimentos.

                Encontrou peixes de muitas famílias diferentes, que com ele simpatizaram, instruindo-o quanto aos percalços da marcha e descortinando-lhe mais fácil roteiro.

                Embevecido, contemplou nas margens homens e animais, embarcações e pontes, palácios e veículos, cabanas e arvoredo.

                Habituado com o pouco, vivia com extrema simplicidade, jamais perdendo a leveza e a agilidade naturais.

                Conseguiu, desse modo, atingir o oceano, ébrio de novidade e sedento de estudo.

                De início, porém, fascinado pela paixão de observar, aproximou-se de uma baleia para quem toda a água do lago em que vivera não seria mais que diminuta ração; impressionado com o espetáculo, abeirou-se dela mais que deveria e foi tragado com os elementos que lhe constituíam a primeira refeição diária.

                Em apuros, o peixinho aflito orou ao Deus dos peixes, rogando proteção no bojo do monstro e, não obstante as trevas em que pedia salvamento, sua prece foi ouvida, porque o valente cetáceo começou a soluçar e vomitou, restituindo-o às correntes marinhas.

                O pequeno viajante, agradecido e feliz, procurou companhias simpáticas e aprendeu a evitar os perigos e tentações.

                Plenamente transformado em suas concepções do mundo, passou a reparar as infinitas riquezas da vida. Encontrou plantas luminosas, animais estranhos, estrelas móveis e flores diferentes no seio das águas. Sobretudo, descobriu a existência de muitos peixinhos, estudiosos e delegados tanto quanto ele, junto dos quais se sentia maravilhosamente feliz. 

                Vivia, agora, sorridente e calmo, no Palácio de Coral que elegera, com
centenas de amigos, para residência ditosa, quando, ao se referir ao seu começo laborioso, veio a saber que somente no mar as criaturas aquáticas dispunham de mais sólida garantia, uma vez que, quando o estio se fizesse mais arrasador, as águas de outra altitude continuariam a correr para o oceano.

                O peixinho pensou, pensou... e sentindo imensa compaixão daqueles com quem convivera na infância, deliberou consagra-se à obra do progresso e salvação deles.

                Não seria justo regressar e anunciar-lhes a verdade? Não seria nobre ampará-los, prestando-lhes a tempo valiosas informações?

                Não hesitou.

                 Fortalecido pela generosidade de irmãos benfeitores que com ele viviam no Palácio de Coral, empreendeu comprida viagem de volta.

                Tornou ao rio, do rio dirigiu-se aos regatos e dos regatos se encaminhou para os canaizinhos que o conduziram ao primitivo lar.

                Esbelto e satisfeito como sempre, pela vida de estudo e serviço a que se devotava, varou a grade e procurou, ansiosamente, os velhos companheiros.

                Estimulado pela proeza de amor que efetuava, supôs que o seu regresso causasse surpresa e entusiasmos gerais. Certo, a coletividade inteira lhe celebraria o feito, mas depressa verificou que ninguém se mexia.

                Todos os peixes continuavam pesados e ociosos, repimpados nos mesmos ninhos lodacentos, protegidos por flores de lótus, de onde saíam apenas para disputar larvas, moscas ou minhocas desprezíveis.

                Gritou que voltara a casa, mas não houve quem lhe prestasse atenção, porquanto ninguém, ali, dera pela ausência dele.

                Ridiculizado, procurou, então, o rei de guelras enormes e comunicou-lhes a reveladora aventura.

                O soberano, algo entorpecido pela mania de grandeza, reuniu o povo e permitiu que o mensageiro se explicasse.

                O benfeitor desprezado, valendo-se do ensejo, esclareceu, com ênfase, que havia outro mundo líquido, glorioso e sem-fim. Aquele poço era uma insignificância que podia desaparecer de momento para outro. Além do escoadouro próximo desdobravam-se outra vida e outra experiência. Lá fora, corriam regatos ornados de flores, rios caudalosos repletos de seres diferentes e, por fim, o mar, onde a vida aparece cada vez mais rica e mais surpreendente. Descreveu o serviço de tainhas e salmões, de trutas e esqualos. Deu notícias do peixe-lua, do peixe-coelho e do galo-do-mar. Contou que vira o céu repleto de astros sublimes e que descobrira árvores gigantescas, barcos imensos, cidades praieiras, monstros temíveis, jardins submersos, estrelas do oceano e ofereceu-se para conduzi-los ao Palácio de Coral, onde viveriam todos, prósperos e tranquilos. Finalmente os informou de que semelhante felicidade, porém, tinha igualmente seu preço. Deveriam todos emagrecer convenientemente, abstendo-se de devorar tanta larva e tanto verme nas locas escuras e aprendendo a trabalhar e estudar tanto quanto era necessário à venturosa jornada.

                Assim que terminou, gargalhadas estridentes coroaram-lhe a preleção.

                Ninguém acreditou nele.

                Alguns oradores tomaram a palavra e afirmaram solenes, que o peixinho vermelho delirava, que outra vida além do poço era francamente impossível, que aquela história de riachos, rios e oceanos era mera fantasia de cérebro demente e alguns chegaram a declarar que falavam em nome do Deus dos peixes, que trazia os olhos voltados para eles unicamente.

                O soberano da comunidade, para melhor ironizar o peixinho, dirigiu-se em companhia dele até a grade de escoamento e, tentando, de longe, a travessia, exclamou borbulhante:
                - Não vês que não cabe aqui nem uma si de minhas barbatanas? Grande tolo! Vai-te daqui! Não nos perturbes o bem-estar... Nosso lago é o centro do universo... Ninguém possui vida igual à nossa! ...

                Expulso a golpes de sarcasmo, o peixinho realizou a viagem de retorno e instalou-se, em definitivo, no Palácio de Coral, aguardando o tempo.

                Depois de alguns anos, apareceu pavorosa e devastadora seca.

                As águas desceram de nível. E o poço onde viviam os peixes pachorrentos e vaidosos esvaziou-se, compelindo a comunidade inteira a perecer, atolada na lama...

***

                Esta lenda narrada está na mensagem inicial escrita pelo Espírito Emmanuel, no livro Libertação, psicografado por Chico Xavier, pelo Espírito André Luiz. O Espírito Emmanuel ao final da narrativa desta lenda egípcia fala sobre o esforço que o Espírito André Luiz fez para mostrar a nós encarnados os outros caminhos que ele percorreu no plano espiritual, nos seus livros para nos informar de outros mundos e modo de viver, assim como de outras paisagens e horizontes... O Espírito Emmanuel encerrou a sua mensagem de abertura do Livro Libertação explicando sobre a lenda egípcia do peixinho vermelho, concluindo da seguinte forma para nos elucidar melhor:

                O esforço de André Luiz, buscando acender luz nas trevas, é semelhante à missão do peixinho vermelho.
                Encantado com as descobertas do caminho infinito, realizadas depois de muitos conflitos no sofrimento, volve aos recôncavos da crosta terrestre, anunciando aos antigos companheiros que, além dos cubículos em quem se movimentam, resplandece outra vida, mais intensa e mais bela, exigindo, porém, acurado aprimoramento individual para a travessia da estreita passagem de acesso ás claridades da sublimação.
                Fala, informa, prepara, esclarece...
                Há, contudo, muitos peixes humanos que sorriem e passam, entre a mordacidade e a indiferença, procurando locas passageiras ou pleiteando larvas temporárias.
                Esperam um paraíso gratuito com milagrosos deslumbramentos depois da morte do corpo.
                Mas, sem André Luiz e sem nós, humildes servidores de boa vontade, para todos os caminheiros da vida humana pronunciou o Pastor Divino as indeléveis palavras: “A cada um será dado de acordo com as suas obras.” – Emmanuel. Pedro Leopoldo (MG), 22 de fevereiro de 1949.  

domingo, 17 de fevereiro de 2019

OS SOFRIMENTOS

Artigo escrito por Divaldo Franco, Professor, médium e conferencista. Para o jornal A Tarde, coluna Opinião, em 09 de agosto de 2018. 

                       


     A vida para expressar-se exige o consumo de energia.


     O desgaste, portanto, é resultado do uso que produz o envelhecimento e a consumpção.

     O ser humano é o “princípio inteligente do Universo”, gerado por Deus a caminho da perfectibilidade relativa a que está destinado.

     Desde quanto criado reveste-se de inúmeros corpos que lhe constituem a organização material, desenvolvendo os valores que lhe jazem no íntimo até o momento em que se liberta do jugo carnal, tornando-se Espírito puro.

     Compreensível que em cada etapa desenvolva alguma aptidão que o dignifica, somando as experiências que mais lhe facultam o engrandecimento intelecto-moral.

     A existência carnal é-lhe, pois, uma provação, mediante a qual supera o primarismo do início.

     As conquistas positivas, assim como as negativas, programam as futuras, experimentando, no primeiro caso, ascensão e, no segundo, sofrimentos naturais, mediante os quais aprende a respeitar as Leis que regem a vida.

     O sofrimento, desse modo, expressa-se como mecanismo de evolução, por facultar-lhe a libertação das anfractuosidades morais que o mantêm nos níveis inferiores.

     Quando existe o despertar para a realidade daquilo que se é e das infinitas possibilidades que lhe estão ao alcance, mais fácil torna-se a aquisição da felicidade, mediante a libertação das paixões dissolventes e a aquisição dos sentimentos de amor.

     A ciência e a tecnologia diariamente descobrem os recursos que tornam a existência material amena, senão, quase destituída de padecimentos, necessitando do contributo ético-moral para alcançar-se a plenitude.

     Nesse sentido, a ciência espírita constitui um manancial de bênçãos ao alcance de todos quantos desejam superar os limites da organização material, utilizando-se das preciosas lições do Evangelho de Jesus Cristo, as mais belas que se conhece porque centralizadas no amor, transformando os instintos hostis em sentimentos de ternura e fraternidade.

     Esses sentimentos, no entanto, devem ser trabalhados com frequência, utilizando-se os valiosos tesouros da paciência, da humildade e da solidariedade que devem viger em todos os corações.

     Jamais houve na Terra tantas conquistas valiosas ao tempo em que multidões fragilizadas naufragam nos poços sombrios da depressão e do suicídio ou fogem para a violência.

Jesus continua sendo a solução, aguardando que cada qual cumpra com o seu dever de amar e servir sempre.


Escrito por Divaldo Franco. Artigo publicado no jornal A Tarde, coluna Opinião, em 09-08-2018.


terça-feira, 5 de fevereiro de 2019

IDOLATRIA

A idolatria não está direcionada apenas a adoração de imagens, santos... Mas, abrange circunstâncias muito maiores e em vários parâmetros:


- Há quem idolatre santos, imagens em busca de fazer pedidos.
- Há quem idolatre o próprio corpo, em busca de um corpo perfeito e vaidade ao extremo, sujeitando-se até a correr risco de morte para chegar na tal ‘forma perfeita’.
- Há quem idolatre cantores, atores, atletas, time de futebol, jogos, festas... 
- Há quem idolatre os bens materiais, fama, dinheiro, status... E que passa por cima de tudo para conseguir acumular cada vez mais os bens passageiros e perecíveis.
- Há quem idolatre religião. E tendo atitudes contrárias aos preceitos morais pregados por tal religião seguida.
- Há quem idolatre o sexo. Tendo atitudes e pensamentos doentios, ou que muita vez acham normal sem ser, e ou para apimentar a relação com atitudes de baixa moral.
- Há quem idolatre pessoas, seja famosos ou não, seja políticos ou religiosos como padres, pastores, oradores, palestrantes espíritas. Esquecendo que todos são falhos como nós.
- Há quem idolatre os médiuns. E muitas vezes as vão em busca não dos ensinos e sim da pessoa do médium.
- Há quem idolatre os vícios de vários seguimentos, dentre eles a bebida alcoólica, cigarro, drogas ilícitas ou lícitas, ou o excesso de alimento... Assim, desrespeitando o corpo físico com os excessos e afetando a saúde.

Como há tantos tipos de idolatria. O que fica na maioria das vezes na nossa mente é a idolatria pela ‘imagem’, mas não paramos para refletir quantos tipos de idolatria tem, e que também de uma forma ou de outra em algum parâmetro somos idolatras. Idolatramos, veneramos alguma coisa, e assim atrapalhando nossa evolução espiritual.

No meio espírita há a idolatria por palestrantes, médiuns – as celebridades espíritas! E alguns desses idolatrados muita vez se deixam ser idolatrados, demonstrando orgulho e as falhas que todos nós carregamos em maior ou menor grau.

A consciência alheia vai entronizando médiuns, palestrantes, trabalhadores espíritas, inadvertidamente em pensamentos doentios, fantasiosos. É necessário reconhecer que aí se tem um perigo sutil, que por meio desses inúmeros trabalhadores tem resvalado para o despenhadeiro da inutilidade.


           É necessário considerar que nada e nem ninguém ocupe o lugar de Deus e de Jesus em nossa vida. É muito difícil descobrir o amor sem falha, imperfeições e a ele nos entregarmos sem reservas. E porque essa dificuldade é flagrante em todos os caminhos de nossa evolução, quase sempre incidimos no velho erro da idolatria.

Na 1ª Epístola aos Coríntios, cap. 10, v. 7, Paulo de Tarso nos recomenda: “Não vos façais, pois, idolatras.” Assim, é indispensável evitar a idolatria em todas as circunstâncias. Suas manifestações sempre representam sérios perigos para a vida espiritual.

No livro Missionários da Luz, psicografia de Chico Xavier, pelo Espírito André Luiz. O instrutor Alexandre nos fala que: “Nossa estrada de aperfeiçoamento, bem como a senda de progresso da humanidade terrestre, em geral, tem sido tortuoso caminho no qual pisamos sobre os ídolos quebrados. Sucedem-se nossas reencarnações e as civilizações repetem o curso em longas espirais de recapitulação, porque temos sido invigilantes quanto aos caminhos retos. (...) Temos criado muitos deuses à parte, para destruí-los, muita vez, em profundo desespero do coração, quando a realidade nos dilata a visão, ante o horizonte infinito da vida. Na procura do conforto individual, em face de problemas graves de nossa vida, raramente encontramos a solução, e sim a fuga, da qual nos valemos com todas as forças de que somos capazes, para adiar indefinidamente a ação imprescindível da corrigenda ou do resgate. Virá, porém, o dia da restauração da verdade, o momento de nosso testemunho pessoal.”  

Chico Xavier recusando-se aos perigos de envolvimento com a idolatria, dizia, humildemente, quando clamavam seu nome: “Sou cisco Xavier, apenas um cisco na ordem das coisas.”  Em uma entrevista Chico Xavier afirmou: “Considero-me, na mediunidade, um animal em serviço. Eu sou um animal a serviço dos bons espíritos, e nunca fiz mistério disto. E todas as vezes em que me externei a respeito do assunto, nunca me vi, absolutamente, como uma pessoa privilegiada. Sou uma criatura de condição muito primitiva. Não sei como os espíritos me suportam. Cada vez mais eu sinto a minha desvalida, porque nada tenho a dar de mim. O problema da idolatria corre por conta daqueles que gostam dos mitos.”

A humildade de Chico Xavier não era uma humildade aparente, os que conviveram com ele são unanimes em afirmar sua absoluta simplicidade e despretensão, exercitando aquela grandeza legítima que é o reconhecimento da própria pequenez. A postura de Chico é exemplo e uma advertência em relação aos cuidados que devemos ter no exercícios de atividades espíritas e como seguidores do Espiritismo para reflexão de postura perante os médiuns, palestrantes, trabalhadores do movimento espírita. Chico Xavier situava-se como um cisco diante da Doutrina Espírita. Lembremos que o primeiro recurso usado pelos espíritos obsessores, quando pretendem afastar o trabalhador do serviço, é incensar sua vaidade, alimentando a pretensão de que é uma luz que brilha na constelação espírita, com contribuição marcante em favor do movimento.

“É indispensável evitar a idolatria em todas as circunstancias. Suas manifestações sempre representam sérios perigos para a vida espiritual.” – Espírito Emmanuel.