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quinta-feira, 21 de junho de 2018

PRINCÍPIO VITAL

          Dizendo-se que as plantas e os animais são formados dos mesmos princípios constituintes que os minerais, é necessário entender-se no sentido exclusivamente material; também aqui não é questão senão do corpo.


         Sem falar do princípio inteligente, que é uma questão à parte, há na matéria orgânica um princípio especial, inacessível, e que não pôde ainda ser definido: é o princípio vital. Este princípio, que é ativo no ser vivo, está extinto no ser morto, mas não deixa de dar, à substância, propriedades características que a distinguem das substancias inorgânicas. A química, que decompõe e recompõe a maioria dos corpos inorgânicos, pôde decompor os corpos orgânicos. Mas nunca chegou a reconstruir mesmo uma folha morta, prova evidente de que há nesta alguma coisa que não existe nas outras.

(...)

          Mas, qualquer que seja a opinião que se faça sobre a natureza do princípio vital, ele existe, uma vez que se lhe veem os efeitos. Pode-se, pois, admitir logicamente que, em se formando, os seres orgânicos assimilaram o princípio vital que era necessário à sua destinação; ou, querendo-se, que esse princípio se desenvolveu, em cada indivíduo, pelo efeito mesmo da combinação dos elementos, como se vê, sob o império de certas circunstâncias o calor, a luz e a eletricidade.

         O oxigênio, o hidrogênio, o azoto e o carbono, em se combinando sem o fluido vital, não formariam senão um mineral ou corpo inorgânico; o princípio vital, modificando a constituição molecular desse corpo, lhe dá propriedades especiais. Em lugar de uma molécula mineral, tem-se uma molécula orgânica.

         A atividade do princípio vital é mantida, durante a vida, pela ação do desempenho dos órgãos, (...); que essa ação cessa pela morte, o princípio vital se extingue (...). mas o efeito produzido sobre o estado molecular do corpo, pelo princípio vital, subsiste depois da extinção desse princípio (...). Na análise de corpos orgânicos, a química encontra bem os elementos constituintes: oxigênio, hidrogênio, azoto e carbono, mas não pode reconstituí-los, porque não existindo mais a causa, ela não pode reduzir o efeito, ao passo que reconstituir uma pedra.

        (...) Os corpos orgânicos seriam, assim, verdadeiras pilhas elétricas, que funcionam enquanto os elementos dessas pilhas estão nas condições requeridas para produzir a eletricidade: é a vida; que param quando cessam estas condições: é a morte. Segundo isso, o principio vital não seria outro que a espécie particular de eletricidade designada sob o nome de eletricidade animal, liberada durante a vida pela ação dos órgãos, e cuja produção se suspende na morte pela cessação dessa ação.





Fonte: A Gênese – Os Milagres e as Predições Segundo o Espiritismo. Allan Kardec. Cap. X. 

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