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sábado, 30 de junho de 2018

UNIÃO DO PRINCÍPIO ESPIRITUAL E DA MATÉRIA


          Devendo a matéria ser o objeto de trabalho do espírito, para o desenvolvimento de suas faculdades, era necessário que pudesse atuar sobre ela, por isso veio habitá-la, como o lenhador habita a floresta. Devendo ser a matéria, ao mesmo tempo, o objetivo e o instrumento de trabalho, Deus, em lugar de unir o espírito à pedra rígida, criou, para seu uso, corpos organizados; flexíveis, capazes de receber todos os impulsos de sua vontade, e de se prestar a todos os seus movimentos.

        O corpo é, pois, ao mesmo tempo, o envoltório e o instrumento do espírito, e à medida que este adquire novas aptidões, ele reveste um envoltório apropriado ao novo gênero de trabalho que deve realizar, como se dá a um obreiro ferramentas menos grosseiras à medida que ele seja capaz de fazer uma obra mais cuidada.


        Para ser mais exato, é necessário dizer que é o próprio espírito que dá forma ao seu envoltório e o apropria às suas novas necessidades; aperfeiçoa-o, desenvolve-o e completa o organismo à medida que sente a necessidade de manifestar novas faculdades; em uma palavra, ele a coloca na estatura de sua inteligência; Deus lhe fornece os materiais: cabe-lhe empregá-los; assim é que as raças avançadas tem um organismo ou, querendo-se, uma aparelhagem cerebral mais aperfeiçoada que as raças primitivas. Explica-se assim, igualmente, o cunho especial que o caráter do espírito imprime aos traços da fisionomia e ao comportamento do corpo.

        Desde que um espírito nasce na vida espiritual, deve, para o seu adiantamento, fazer uso de suas faculdades, de inicio, rudimentares; por isso, ele reveste um envoltório corporal apropriado ao seu estado de infância intelectual, envoltório que deixa para revestir um outro à medida que as suas forças aumentam. Ora, como em todos os tempos houve mundos, e que esses mundos deram nascimento a corpos organizados próprios a receberem os espíritos, de todos os tempos os espíritos encontraram, qualquer que fosse o seu grau de adiantamento, os elementos necessários à sua vida carnal.

       Sendo o corpo exclusivamente material, sofre as influências da matéria. Depois de funcionar algum tempo, ele se desorganiza e se decompõe; o princípio vital, não achando mais o elemento de sua atividade, se extingue e o corpo morre. O espírito, para quem o corpo privado de vida é doravante sem utilidade, deixa-o como se deixa uma casa em ruína ou uma veste fora de serviço.

      O corpo não é, pois, senão um envoltório destinado a receber o espírito; desde então, pouco importam a sua origem e os materiais de que é construído. Que o corpo do homem seja uma criação especial ou não, não deixa de ser formado com os mesmos elementos que os dos animais, animado do mesmo princípio vital, de outro modo dito, aquecido pelo mesmo fogo, como é alumiado pela mesma luz, sujeito às mesmas vicissitudes e às mesmas necessidades: é um ponto sobre o qual não há contestação.    

       A não considerar senão a matéria, e fazendo abstração do espírito, o homem não tem, pois, nada que o distingue do animal; mas tudo muda de aspecto fazendo-se uma distinção entre a habitação e o habitante.

(...)

        Com o homem, não é a sua vestimenta de carne que o eleva acima do animal e dele faz um ser à parte, é o seu ser espiritual, o seu espírito.



Fonte: A Gênese – Os Milagres e as Predições Segundo o Espiritismo. Allan Kardec. Cap. XI. 



quinta-feira, 21 de junho de 2018

PRINCÍPIO VITAL

          Dizendo-se que as plantas e os animais são formados dos mesmos princípios constituintes que os minerais, é necessário entender-se no sentido exclusivamente material; também aqui não é questão senão do corpo.


         Sem falar do princípio inteligente, que é uma questão à parte, há na matéria orgânica um princípio especial, inacessível, e que não pôde ainda ser definido: é o princípio vital. Este princípio, que é ativo no ser vivo, está extinto no ser morto, mas não deixa de dar, à substância, propriedades características que a distinguem das substancias inorgânicas. A química, que decompõe e recompõe a maioria dos corpos inorgânicos, pôde decompor os corpos orgânicos. Mas nunca chegou a reconstruir mesmo uma folha morta, prova evidente de que há nesta alguma coisa que não existe nas outras.

(...)

          Mas, qualquer que seja a opinião que se faça sobre a natureza do princípio vital, ele existe, uma vez que se lhe veem os efeitos. Pode-se, pois, admitir logicamente que, em se formando, os seres orgânicos assimilaram o princípio vital que era necessário à sua destinação; ou, querendo-se, que esse princípio se desenvolveu, em cada indivíduo, pelo efeito mesmo da combinação dos elementos, como se vê, sob o império de certas circunstâncias o calor, a luz e a eletricidade.

         O oxigênio, o hidrogênio, o azoto e o carbono, em se combinando sem o fluido vital, não formariam senão um mineral ou corpo inorgânico; o princípio vital, modificando a constituição molecular desse corpo, lhe dá propriedades especiais. Em lugar de uma molécula mineral, tem-se uma molécula orgânica.

         A atividade do princípio vital é mantida, durante a vida, pela ação do desempenho dos órgãos, (...); que essa ação cessa pela morte, o princípio vital se extingue (...). mas o efeito produzido sobre o estado molecular do corpo, pelo princípio vital, subsiste depois da extinção desse princípio (...). Na análise de corpos orgânicos, a química encontra bem os elementos constituintes: oxigênio, hidrogênio, azoto e carbono, mas não pode reconstituí-los, porque não existindo mais a causa, ela não pode reduzir o efeito, ao passo que reconstituir uma pedra.

        (...) Os corpos orgânicos seriam, assim, verdadeiras pilhas elétricas, que funcionam enquanto os elementos dessas pilhas estão nas condições requeridas para produzir a eletricidade: é a vida; que param quando cessam estas condições: é a morte. Segundo isso, o principio vital não seria outro que a espécie particular de eletricidade designada sob o nome de eletricidade animal, liberada durante a vida pela ação dos órgãos, e cuja produção se suspende na morte pela cessação dessa ação.





Fonte: A Gênese – Os Milagres e as Predições Segundo o Espiritismo. Allan Kardec. Cap. X. 

sexta-feira, 15 de junho de 2018

ORIGEM E NATUREZA DOS ESPÍRITOS


Questões de O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec. Capítulo 1, perguntas e respostas das questões  76 à 83 aos Espíritos Superiores.

 


76 – Que definição se pode dar dos Espíritos?
“Pode-se dizer que os Espírtios são os seres inteligentes da Criação. Povoam o Universo fora do mundo material.”
Nota: O vocábulo Espírito é empregado aqui para designar as individualidades dos seres extra-corpóreos, e não mais o elemento inteligente universal.

77 – Os Espíritos são seres distintos da Divindade ou seriam apenas emanações ou porções da Divindade e Chamados, por essa razão, filhos de Deus?
“Meu Deus! São sua obra absolutamente como um homem que faz uma máquina; essa máquina é obra do homem e não ele mesmo. Sabes que quando o homem faz uma coisa bela, útil, ele a chama sua filha, sua criação. Pois bem, o mesmo se dá com relação a Deus: somos seus filhos, uma vez que somos sua obra.” 

78 – Os Espíritos tiveram princípio, ou existem como Deus, de toda a eternidade?
“Se os Espíritos não tivessem tido princípio, seria iguais a Deus, ao passo que eles são sua criação e submetidos à sua vontade. Deus existe de toda eternidade e isto é incontestável; mas saber quando e como nos criou, não o sabemos. Podes dizer que não tivemos princípio, se entenderes com isso que sendo Deus eterno, tem criado sem descanso; mas quando e como ele criou cada um de nós, digo-te, ainda, ninguém o sabe; aí é que está o mistério.”

79 – Visto que existem dois elementos gerais no Universo – o elemento inteligente, e o elemento material – pode-se-á dizer que os Espíritos são formados do elemento inteligente como os corpos inertes são formados do elemento material?
“Evidentemente; os Espíritos são individualizações do princípio inteligente como os corpos são individualizações do princípio material. A época e o modo dessa formação é que são desconhecidos.”

80 – A criação dos Espíritos é permanente, ou só ocorreu na origem dos tempos?
“É permanente; quer dizer, Deus não cessou jamais de criar.”

81 – Os Espíritos se formam espontaneamente ou procedem uns dos outros?
“Deus os criou, como a todas as outras criaturas, pela sua vontade; mas, ainda uma vez a origem deles é mistério.”

82 – É exato dizer-se que os Espíritos são imateriais?
“Como se pode definir uma coisa, quando faltam termos de comparação e com uma linguagem insuficiente? Pode um cego de nascimento definir a luz? Imaterial não é o termo; incorpóreo seria mais exato, pois deves compreender que sendo o Espírito uma criação, deve ser alguma coisa. É a matéria quintessenciada, mas sem analogia para vós outros, e tão etérea que não pode ser percebida pelos vossos sentidos.”

Dizemos que os espíritos são imateriais, porque sua essência difere de tudo o que conhecemos sob o nome de matéria. Uma comunidade de cegos não teria termos para definir a luz e seus efeitos. Um cego de nascença crê possuir todas as percepções pelo ouvido, o odor, o gosto e o tato; ele não compreende as ideias que lhe dariam o sentido que lhe falta. Da mesma forma, com relação à essência dos seres sobre-humanos somos verdadeiros cegos. Não os podemos definir senão por comparações sempre imperfeitas, ou por um esforço da nossa imaginação.

83 – Os Espíritos tem fim? Compreende-se que o princípio de onde eles emanam seja eterno, mas o que perguntamos é se sua individualidade tem um termo e se, num tempo dado, mais ou menos longo, o elemento de que são formados não se dissemina e não retorna à massa donde saiu, como ocorre com os corpos materiais. É difícil de conceber-se que uma coisa que teve começo, possa não ter fim.
“Existem coisas que não compreendeis porque a vossa inteligência é limitada e isso não é razão para que as rejeiteis. A criança não compreende tudo o que seu pai compreende, nem o ignorante tudo o que o sábio compreende.
Dissemos que a existência do espírito não tem fim; é tudo o que podemos dizer, por enquanto.”



Fonte: O Livros dos Espíritos. Allan Kardec. Cap. 1 - perguntas e respostas das questões  76 à 83 aos Espíritos Superiores.



segunda-feira, 11 de junho de 2018

MÚSICA ESPÍRITA: MOSTRA-ME A LUZ

Música: Mostra-me a Luz 
CD: Luz de Chrystal 
Cantora: Chrystal (Helena Cristina)



LETRA DA MÚSICA: MOSTRA-ME A LUZ



Ó! Meu Senhor, 
Mostra-me a luz!... (bis)
(Tira de mim o véu que me impede de ver
Que tua misericórdia é para todos) (bis)

São tantas coisas
Que eu preciso saber
São tantas coisas que preciso aprender
(Primeiro tenho que me conhecer) (bis)
Dá-me forças, ó meu senhor!
Para que eu comece minha transformação
(Amplia os meus sentidos desturva minha visão) (bis)

(Traz-me sempre na lembrança
Que teu perdão a todos nos alcança) (bis)



Introdução


Dá-me forças, ó meu Senhor!
Para que eu comece
Minha transformação
Amplia os meus sentidos desturva minha visão

(Traz-me sempre na lembrança que teu perdão a todos nos alcança) (bis)

Ó! Meu Senhor,
Mostra-me a luz!... (bis)
(Tira de mim o véu 
Que me impede de ver
Que tua misericórdia é para todos) (bis) 
la ,la ,la.....

segunda-feira, 4 de junho de 2018

A PERCEPÇÃO HUMANA E A GRANDEZA DO UNIVERSO

O texto a seguir está contido no livro Livro Os Mensageiros. Pelo Espírito André Luiz. Psicografia de Chico Xavier. Ano do livro 1944. Capitulo 15. 


A nebulosa de Órion é uma nebulosa difusa que
se encontra entre 1500 e 1800 anos-luz do Sistema Solar,
e situada a sul do Cinto de Órion.


             A percepção humana não consegue apreender senão determinado número de vibrações. Comparando as restritas possibilidades humanas com as grandezas do Universo infinito, os sentidos físicos são muitíssimos limitados. O homem recebe reduzido noticiário do mundo que lhe é moradia. É verdade que tem devassado com a sua ciência problemas profundos. A astronomia terrena conhece que o Sol, por medidas aproximadas, é 1.300.000 vezes maior que a Terra e que a estrela Capela é 5.800 vezes maior que o nosso Sol; sabe que Arcturo equivale a milhares de sóis, iguais ao que nos ilumina; está informada de que Canópus corresponde a 8.760 sóis idênticos ao nosso, reunidos; mediu as distancias entre o nosso planeta e a Lua; acompanhou certos fenômenos em Marte, Saturno, Vênus e Júpiter; sonda os milhões de sóis aglomerados na Via Láctea; conhece as estrelas variáveis, as nebulosas espirais e difusas. E não param as observações humanas na grandeza ilimitada do macrocosmo. A Ciência vai, igualmente, aos círculos atômicos; analisa a materialização da energia, o movimento dos elétrons, estuda o bombardeio de átomos e esquadrinha corpúsculos diversos. Mas todo esse trabalho, com a colaboração das lunetas de alta potencia e dos geradores de milhões de volts, ainda é serviço que apenas identifica os aspectos exteriores da vida. Há, porém, outros mundos sutis, dentro dos mundos grosseiros, maravilhosas esferas que se interpenetram. O olho humano sofre variadas limitações e todas as lentes físicas reunidas não conseguiriam surpreender o campo da alma, que exige o desenvolvimento das faculdades espirituais para torna-se perceptível. A eletricidade e o magnetismo são duas correntes poderosas que começam a descortinar aos encarnados alguma coisa dos infinitos potenciais do invisível, mas ainda é cedo para cogitarmos de êxito completo. Somente ao homem de sentidos espirituais desenvolvidos é possível revelar alguns pormenores das paisagens sob nossos olhos. A maioria das criaturas ligadas à crosta não entende estas verdades senão após perderem os laços físicos mais grosseiros. É da lei que não devemos ver senão o que possamos observar com proveito.


               Assista abaixo o vídeo da Comparação do Tamanho dos Corpos Celestes, e uma Viagem em Anos Luz  que nos permite refletir sobre a Grandeza das Criações Dividas pelo Universo: 



                           

Em um único segundo, a luz viaja
aproximadamente 300 mil quilômetros no vácuo. 




Fonte do texto: Livro Os Mensageiros. Pelo Espírito André Luiz. Psicografia de Chico Xavier.
As imagens e o vídeo desta postagem não estão no livro citado.