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segunda-feira, 28 de maio de 2018

BEM E MAL SOFRER



          Quando o Cristo disse: “Bem aventurados os aflitos, que deles é o reino dos céus”, não se referia aqueles que sofrem em geral, porque todos aqueles que estão neste mundo sofrem, estejam sobre o trono ou sobre a palha; mas, ah! Poucos sofrem bem; poucos compreendem que somente as provas bem suportadas podem condu-los ao reino de Deus. O desencorajamento é uma falta; Deus vos recusa consolações porque vos falta coragem. A prece é um sustentáculo para a alma, porém, ela não basta: é preciso que esteja apoiada sobre uma fé viva na bondade de Deus. Frequentemente, ele vos disse que não colocava fardos pesados em ombros fracos; o fardo é proporcional às forças, como a recompensa será proporcional à resignação e à coragem; maior será a recompensa quanto a aflição não seja penosa; mas essa recompensa é preciso merecê-la, e é por isso que a vida está cheia de tribulações.

        O militar que não é enviado ao campo de batalha não fica contente, porque o repouso da retaguarda no acampamento não lhe proporciona promoção; sede, pois, como o militar e não desejeis um repouso em que o vosso corpo se enfraqueceria e a vossa alma se entorpeceria. Ficai satisfeitos quando Deus vos envia à luta. Essa luta não é o fogo da batalha, mas as amarguras da vida, onde é preciso, algumas vezes, mais coragem do que num combate sangrento, porque aquele que ficaria firme diante do inimigo, se dobrará sob o constrangimento de uma pena moral. O homem não é recompensado por essa espécie de coragem, mas Deus lhe reserva louros e um lugar glorioso. Quando vos atinge um motivo de inquietação ou de contrariedade, esforçai-vos por superá-lo, e quando chegardes a dominar os ímpetos da impaciência, da cólera ou do desespero, dizei-vos co justa satisfação: “Eu fui o mais forte.”

       Bem-aventurados os Aflitos por, pois, ser traduzidos assim: bem-aventurados aqueles que tem oportunidades de provarem sua fé, sua firmeza, sua perseverança e sua submissão à vontade de Deus, porque terão em cêntuplo a alegria que lhes falta na Terra, e depois do trabalho virá o repouso. (LACORDAIRE, Havre, 1863)


Fonte: O Evangelho Segundo o Espiritismo. Allan Kardec. Capítulo V, item 18.  Instruções dos Espíritos.


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