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terça-feira, 28 de novembro de 2017

AJUDAR O SEMELHANTE

       
        O espírito, que ama com uma certa profundidade espiritual, é como o adamo de toda a ciência e diretriz de todas as filosofias. O contexto desta página visa despertar, em cada coração, o modo pelo qual pode, cada um em particular, canalizar os seus esforços em benefício dos seus semelhantes, coadjuvando assim o seu irmão, que segue paralelo na evolução espiritual.
        Quando, ao passardes por algum caminho, encontrardes alguém chorando, faminto ou nu, sedento ou desesperado, não vos façais de surdo. Eis a vossa oportunidade de servir. Procurai ser útil. Fazei removerem-se os pensamentos negativos das criaturas, pelo que já aprendestes com o Cristo. Comunicai, como puderdes, pelas vias do coração e pelas linhas do sentimento, e despertai a alegria, juntamente com ideias sadias, fazendo ver que todos nós somos peças da engrenagem divina, irmãos e filhos do mesmo Deus.

       Ajudar o semelhante é muito importante na vida do cristão. Sem que isso se processe, a consciência não nos libera e continuamos encarcerados pela melancolia, pela incerteza, pela dor e pela ignorância, em plena atividade. Quem ajuda, aprende e é ajudado. Quem serve, instrui e é servido. Quem auxilia, se enriquece e é auxiliado.

      As ideias conexas, no serviço do amor, prelibam um mundo novo para a coletividade e abrem vantagens grandiosas na evolução individual. Nunca deixeis de ajudar a quem quer que seja. As sensações de quem presta assistência são bem maiores que as de quem recebe, pois é a caridade vibrando na plenitude do coração. A vida consiste em trocas de valores morais, espirituais e materiais.

      Somos intermediários e é bom que sejamos canais por onde somente passe o bem ideal supremo do espírito puro.

      Todos os grandes homens na Terra deram-se a reconhecer pelo traço de fraternidade deixada por onde passaram, pelo amor à humanidade, pela ajuda desinteressada a quem quer que fosse. O orgulho e o egoísmo são árvores alimentadas por espíritos inferiores, e não são encontrados em almas de escol. A depressão consciencial é motivada pela ausência de amor, mas amor daquele que não julga, que não desmerece, que não se ensoberbece, que não maltrata, que não fere, que não humilha. Quem fala que ama e não compreende a ignorância alheia está confundido, porque, pelo gesto, exige algo em troca. Quem fala que ama e não perdoa algumas ofensas dos semelhantes, por certo ainda está ligado à vingança. Quem fala que ama e ainda persegue aquele que não comunga com as suas ideias, deixou escondido, nas dobras da caridade, o orgulho e a vaidade que toldam os valores imortais da benevolência. Quem abre os braços, como o Cristo, para ajudar em nome de Deus, deve ser humilde. Que não imponha suas ideias, que não oprima, que não maltrate, e que respeite os seus semelhantes na posição que eles ocupam na escala evolutiva da Terra.

         Em muitos casos, ajudar é silenciar. Para usar o verbo em favor dos outros, é preciso que ele seja domesticado e que sua música perca o poder de ferir. Ao contrário, seja como melodia clássica, que eleva, que inspira, que arrebata a alma às regiões inacessíveis do amor.

       O impulso de ajudar no ser humano é propensão ingênita, pois constitui harmonia do Criador em todas as coisas que fez, principalmente no explodir da razão e no alvorecer, dos sentimentos. O advento do Cristo na Terra deu nascimento à grande esperança de que o amor não é fantasia dos santos, de que a vida do espírito é imortal, de que existe a felicidade. Eis porque arregimentamos todas as forças ao nosso alcance para servir, ajudar ao semelhante. É o nosso lema, com Jesus, em todas as direções que a vida nos convida.


Pelo Espírito Miramez
Psicografia de João Nunes Maia



Livro Fonte: Horizontes da Mente


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