A Cidade Perversa ou também conhecida como A Cidade Estranha, foi detectada por Francisco Cândido Xavier em suas experiências além do corpo físico. Antes da revolução sexual ocorrida nas décadas de 1960 e 1970, Chico Xavier foi levado por Emmanuel, seu guia espiritual, em suas experiências além do corpo físico para conhecer uma cidade no Além onde seus habitantes, profundamente dominados pelas sensações primitivas e grotescas, realizavam orgias inimagináveis para a mente humana, traduzidas em desfiles de carnaval que expunham a condição de grande torpeza espiritual daquela comunidade.
Em uma das conversas que Chico Xavier teve com o amigo Newton Boechat, Chico lhe revelou este caso que presenciou durante um dos seus desdobramentos. Anos mais tarde Newton Boechat explicou em certa ocasião a amigos que inúmeros fatos foram contados por Chico Xavier, em caráter íntimo, e que, na ocasião, algumas vezes não era oportuna a sua revelação ao público. Entretanto, com o passar do tempo, tais confidências foram se tornando livres de censura e poderiam ser dadas a conhecer, sem quaisquer inconvenientes.
Foi quando Newton estivera com Chico Xavier, em 1947, na cidade de Pedro Leopoldo, o livro intitulado No Mundo Maior, tinha sido recentemente psicografado por Chico (mais precisamente, terminou de recebê-lo em 25 de março de 1947). Nesse livro há um capítulo versando sobre o sexo (cap.XI). Cerca de 30% da matéria deste capítulo, recebida psicograficamente, teve de ser suprimida, para não causar reações negativas, devido aos preconceitos ainda vigentes em nosso meio, naquela época. Somente mais tarde, puderam vir a lume livros que abordaram um tanto livremente as questões ligadas ao sexo. Mas o episódio que Newton ficou sabendo, foi-lhe relatado justamente logo após Chico Xavier haver recebido o livro No Mundo Maior.
Em Pedro Leopoldo, Minas Gerais, havia um bambuzal onde o médium costumava passear e conversar com os amigos que o procuravam. Foi ali que Chico revelou o caso ao Newton. Ei-lo:
Em um dos constantes desdobramentos astrais ocorridos com o nosso médium maior, durante o sono, Emmanuel conduziu o duplo-astral de Chico Xavier a uma imensa “cidade espiritual”, situada numa região do Umbral. Esta lhe pareceu extremamente inferior e bastante próxima da crosta planetária.
Era uma “cidade estranha” não só pelo seu aspecto desarmônico e antiestético, como pelas manifestações de luxúria, degradação de costumes e sensualidade dos seus habitantes, exibidas em todos os logradouros públicos, ruas, praças etc. Emmanuel informou a Chico que aquela vasta comunidade espiritual era governada por entidades mentalmente vigorosas, porém negativas em termos de ética e sentimentos humanos. Eram esses maiorais que davam as ordens e faziam-se obedecer, exercendo sobre aquelas entidades um poder do tipo da sugestão hipnótica, ao qual tais espíritos estariam submetidos, ainda mesmo depois de reencarnados.
Pelas ruas da referida cidade estranha, desfilavam, de maneira semelhante a cordões carnavalescos, multidões compostas de entidades que se esmeravam em exibições de natureza pornográfica, erótica e debochada.
Os maiorais eram conduzidos em andores ou tronos colocados sobre carros alegóricos, cujos formatos imitavam os órgãos sexuais masculinos e femininos.
Uma euforia generalizada parecia dominar aquelas criaturas, ou mais apropriadamente, assistia-se a uma “festa de despedida” de uma multidão revelando a certeza da aproximação de um fim inexorável, que extinguiria a situação cômoda, até então, usufruída por todos. De fato, aqueles Espíritos, sem exceção, haviam recebido um aviso de que estava determinado, de maneira irrevogável, pelos Planos da Espiritualidade Superior, o seu próximo reingresso à vida carnal na Terra. A esse decreto inapelável não iriam escapar nem os próprios maiorais.
Alguns Anos se Passaram
Cerca de dez a doze anos se passaram depois que Newton Boechat fez esta revelação aos seus amigos, sobre o seu bate-papo com Chico Xavier, em Pedro Leopoldo, causou a eles uma forte impressão. Nisto, um desses amigos que havia regressado de uma viagem de férias de países do norte da Europa, ficou surpreendidíssimo, vira em bancas de jornais, em algumas capitais, revistas pornográficas expostas à venda livremente. Impressionado com aquela novidade, ele adquiriu algumas revistas e trouxe-as, para mostrar aos amigos o que estava se passando naqueles países “ultracivilizados”. Quando chegou e voltou para as suas atividades no centro espírita, ele mostrou as tais revistas aos seus colegas. Imediatamente lembraram do episódio que fora relatado por Newton e, inadvertidamente, deixaram escapar uma expressão que nenhum dos outros colegas que não sabiam do relato da Cidade Estranha entendeu: “Oh! Eles já estão aí!”.
Perceberam imediatamente que aquelas revistas deviam ser um dos sinais típicos do reingresso daqueles espíritos que jaziam nas zonas do Baixo Astral, na corrente da vida terrena. Com eles viriam mudanças profundas nos costumes da humanidade: a licenciosidade; as músicas ruidosas e desequilibrastes; a rebeldia dos filhos; a instabilidade das instituições familiares e sociais; e, finalmente, o que presenciamos, hoje em dia, com o recrudescimento da criminalidade e da insegurança, além do cortejo de outros inúmeros problemas com os quais se defrontam as criaturas humanas, neste atribulado fim de século.
Divaldo Franco, no livro Sexo e Consciência explica que: “Os espíritos habitantes dessa região, que se entregam a sensualidade desde o tempo do imperador romano Tibério César e de Calígula, estão, aos poucos, sendo trazidos à dimensão física pelo mecanismo da reencarnação compulsória. Os guias da humanidade assim procedem para dar-lhes uma última oportunidade de permanecerem na Terra, rumando para o mundo de regeneração em que ela se transformará. Nesse sentido, fascina-me o amor de Deus pelos Seus filhos! A oportunidade que está sendo oferecida aos habitantes da Cidade Perversa é para que eles não afirmem no futuro que foram relegados a uma espécie de presídio e depois de certo tempo foram expulsos da Terra sem a menor consideração.
Por isso, a partir das décadas de 1960-70 eles passaram a renascer em massa no solo do planeta. Como o fenômeno da hereditariedade pode lhes proporcionar formas físicas harmoniosas, frequentemente os seus corpos são muito belos, mas os espíritos que os animam são grosseiros e ainda distantes do sentido de beleza transcendente, preferindo viver do corpo e para o corpo, em vez de trabalharem pelo seu enobrecimento e pelo desenvolvimento de suas potencialidades espirituais.
Philomeno ainda narra no livro referido – Sexo e Obsessão – que a música apreciada por esses espíritos possui uma espécie de propriedade hipnotizante de baixo teor, que contribui para que entrem em estados de êxtase perturbador. Afinal, a música influencia o ser humano em todas as áreas.”
Isso é para termos uma ideia da paisagem de um núcleo de obsessores que se alimentam do psiquismo de criaturas da Terra atormentadas pelo sexo. Essas criaturas, oferecem o seu plasma psíquico aos espíritos vampirizadores. São aqueles indivíduos que, quando se vão deitar para dormir, começam a mentalizar imagens não realizadas de prazeres alucinantes. São aqueles que se permitem mentalmente as fantasias eróticas e sonham que estão frequentando verdadeiros bordéis. Na verdade, eles estão vivenciado a concretização dos seus sonhos, pois estão frequentando aquela região infeliz, cujas imagens o cérebro registra como sonhos lúbricos e perturbadores.
As nossas elucubrações, desejos e aspirações inferiores atraem espíritos inferiores, que se tornarão comensais da nossa vida e passarão a participar da nossa realidade psíquica, influindo no nosso comportamento, no nosso equilíbrio, na nossa saúde e na nossa necessidade de paz.
Assim, é elementar, e poucos ignoram que a História da espécie humana apresenta-se pontilhada de períodos de grandes crises, seguidos de fases de prosperidade e reequilíbrio. É semelhante a uma sucessão de ciclos que se desenvolvem como uma espiral em constante ascensão. Há um lento progredir, apesar dos episódios negativos. Os Planos Superiores da Espiritualidade velam pela humanidade, dosando sabiamente os “ingredientes injetados na corrente da vida. A par dos espíritos rebeldes, reencarnam também aqueles que lutam pelo bem, pela Ciência e pelo aperfeiçoamento do homem. Não percamos a esperança. (HGA, janeiro de 1990)
Fonte: Livro Sexo e Consciência de Divaldo Franco. Organizado por Luiz Fernando Lopes.
Livro Lições de sabedoria de Marlene Rossi Severino Nobre.