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sábado, 5 de novembro de 2016

TODO PEDAÇO QUE DEIXARMOS PELO CAMINHO NOS OBRIGARÁ A VOLTAR PARA BUSCÁ-LO

        No pensamento teológico-cristão há uma velha tradição, que narra que todos nós possuímos uma cruz invisível que nos compete carregar na Terra a fim de chegarmos ao Reino dos Céus. Logo depois que morremos a cruz se torna visível em nossos ombros e deveremos carregá-la montanha acima, pois logo após o cume está a porta da libertação.

        Certa vez, uma alma que na Terra carregava uma cruz de largas proporções, já não aguentava mais de tanto sofrimento. Ao morrer e ver no mundo espiritual o tamanho de sua cruz, ficou inconsolável e não compreendeu a situação. Pensava consigo mesma: “Mas não é possível! A minha cruz é maior que a do Cristo! Eu não entendo!”.

        Enquanto se lamentava na subida da montanha, viu ao seu lado passarem outras almas carregando cruzes de tamanhos variados. Alguns transportavam cruzes bem menores e outros levavam apenas um pequeno crucifixo pendurado no pescoço. A pobre alma permanecia suportando o peso daquela cruz enorme, que ao ser arrastada, às vezes, ficava presa numa pedra ou numa frincha no solo, enquanto os outros, com suas cruzes minúsculas, passavam por ela e até riam da situação, o que lhe provocava mais insatisfação e revolta. Ela pensou então: “Realmente eu creio
que algo está errado!”.
        Na primeira oportunidade em que encontrou um local de repouso para a árdua subida, a alma viu um serrote pendurado numa porta e teve uma ideia: Em seguida pegou a ferramenta e cortou a sua cruz bem próximo ao local em que a tora vertical se fixa na horizontal. Como resultado, obteve uma cruz com apenas um terço do tamanho original, muito menor e mais leve para carregar. A alma exultou e subiu correndo, chegando ao topo com relativa facilidade.

        Do outro lado estava São Pedro, na entrada do Paraíso, conforme as lendas da teologia cristã relatam. Ele olhou para alma com ternura e disse:

— Venha! Estamos esperando por você! A porta está aberta!

        A viajante deu-se conta de que entre o cume da montanha e o Céu havia um espaço. Perguntou, então, ao nobre Santo:

— E este abismo? O que eu faço? São Pedro retrucou:

— Ponha a cruz e passe por cima dela, meu filho! Utilize-a como ponte!
Daí, a alma colocou a sua cruz e ela não era suficiente para chegar à porta.

        Em desespero, ela afirmou:

— São Pedro, a cruz não dá! É pequena demais! O porteiro celestial concluiu:

— Então vá buscar o resto da cruz que ficou lá embaixo, meu filho!


         O grande ensino desta lenda nos faz refletir que: todo pedaço que deixarmos pelo caminho nos obrigará a voltar para buscá-lo. Então devemos viver de uma forma para não deixarmos pedaços pelo caminho, pedaços estes que causa dificuldades de todos os tipos em nossa vida, e que continuam depois que desencarnarmos. Temos que trabalhar nessas dificuldades porque é uma perca de tempo no nosso processo evolutivo voltarmos para recuperar e colar estes pedaços de dificuldades que deixarmos pelo caminho. Lembremos sempre que a todo momento é uma nova oportunidade de recomeçar. 


“Somos livres para decidir sobre os nossos atos, muito embora, nos tornemos escravos de suas conseqüências.” (Chico Xavier)

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