Translate

quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Post.234: MÚSICA NA VISÃO DA DOUTRINA ESPÍRITA

         Toda a criação universal é sinfonia, tendo como força propulsora a Força Divina. Tudo no Universo é harmonia e está em sintonia. A música está em tudo até mesmo no silêncio. Mas, que ainda não compreendemos o que é Música. 

        Encontramos no O Livro dos Espíritos a questão 251, em que Allan Kardec perguntou aos espíritos superiores:
        Os espíritos são sensíveis à música? 

        Resposta: “Quereis falar de vossa música? O que é ela diante da música celeste? Desta harmonia que nada sobre a Terra pode vos dar uma ideia? Uma é para a outra o que o canto selvagem é para a suave melodia. Entretanto, os espíritos vulgares podem experimentar um certo prazer em ouvir a vossa música, porque não são ainda capazes de compreender outra mais sublime. A música tem para os espíritos encantos infinitos, em razão de suas qualidades sensitivas muito desenvolvidas. Refiro-me à música celeste, que é tudo o que a imaginação espiritual pode conceber de mais belo e de mais suave.”

        No livro O Espiritismo na Arte, de Léon Denis, nos é explicado o elo existente entre a música e a mediunidade: "Os grandes músicos terrestres podem, como os outros artistas, receber a inspiração, seja do espaço, seja como resultante de trabalhos anteriores. Trata-se exatamente do mesmo fenômeno que se produz com os outros artistas". Já no capítulo "A Música Terrestre", Léon Denis diz: "O canto e a música, em sua íntima união, podem produzir a mais alta impressão. Quando ela é sustentada por nobres palavras, a harmonia musical pode elevar as almas às regiões celestes. É o que se realiza com a música religiosa, com o canto sacro".

        Já o médium Divaldo Franco nos ensina que: “A música erudita e harmoniosa é uma emanação do Psiquismo Divino. Ela acalma e produz um ritmo nas células que favorece a saúde. Pesquisas científicas já demonstraram que, quando uma pessoa medita, ela altera os seus padrões de funcionamento cerebral, o que se evidência com o uso de técnicas modernas de neuroimagem, que registram alterações em áreas cerebrais relativas a certas percepções e emoções, com decorrência do estado mental que o indivíduo imprime a si mesmo. Algumas áreas são acionadas e outras sofrem uma momentânea redução no seu funcionamento. O mesmo raciocínio é válido para a influência que a música exerce sobre o cérebro.

       Existem músicas hipnóticas de efeito positivo, como é o caso dos mantras utilizados há milênios pelas tradições orientais. Mas algumas religiões ocidentais também se valem de técnicas semelhantes. Vemos, na Igreja Católica, a utilização das jaculatórias, que são breves orações ou invocações que incluem em uma sequência programada orações mais extensas. O terço é um instrumento que os religiosos utilizam para favorecer a manutenção de um ritmo nas orações. Essa ritmicidade específica funciona como um verdadeiro mantra, levando ao êxtase. Na música tribal, que os nossos antepassados cultivavam em seus rituais, existem expressões sonoras que excitam e despertam inclusive a sensualidade.”

        Nas musicas pesada e vulgares temos padrões sonoros que incitam à violência, pois geram no organismo grandes descargas de adrenalina produzidas pelas glândulas suprarrenais, que são atiradas na corrente sanguínea e o corpo não consegue eliminar rapidamente, causando excitações prolongadas. Como a oferta de sexo é abundante e pode ser encontrada em qualquer lugar, essa forte excitação induz o indivíduo a manter relacionamentos que satisfazem o apelo fisiológico a que foi submetido, satisfazendo satisfação que também se dá por meio do consumo de substâncias psicoativas, levando o indivíduo à dependência química.

        Allan Kardec abordou esse temática - música, em certa vez na Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, o Espírito de Gioachino Antonio Rossini veio se comunicar com aqueles estudiosos. No livro Obras Póstumas, de Allan Kardec, Rossini que foi um renomado compositor italiano erudito, muito popular em seu tempo, que criou 39 óperas, assim como diversos trabalhos para música sacra e música de câmara. Afirmou que não é que haja música na espiritualidade, mas que a música é do mundo dos espíritos e que esta é sem comparação. E que as entidades elevadas que dominam a técnica musical a produzem por ação direta com o fluido cósmico, cujas vibrações penetram no âmago dos seres e se confundem com a prece, glorificando a Deus e elevando ao êxtase aqueles que são capazes de concebê-la. Tal configuração ressoa no éter de maneira que nenhum instrumento humano jamais será capaz de imitar ao menos aproximado.

        Se aqui na Terra essa carga de sentimentos de que se compõe uma música pode ser falseada ou mal reproduzida, no mundo espiritual isso não é possível, pois a transmissão é de espírito para espírito, sem uso de instrumentos rudes e limitados. Os Espíritos musicam o composto exato daquilo que são. Este se enleva com a qualidade da obra conforme seu estágio evolutivo. E escutar não é simplesmente um ato passivo, mas é, além disso, ressoar na mesma faixa de vibração — positiva ou negativa — tal qual uma câmara de eco. O gênero da musicalidade serve para classificar os espíritos. 



         No livro O Consolador, Emmanuel relata que o artista verdadeiro é sempre o médium das belezas eternas e o seu trabalho, em todos os tempos, foi tanger as cordas mais vibráveis do sentimento humano, alçando-o da Terra para o infinito e abrindo, em todos os caminhos, a ânsia dos corações para Deus nas suas manifestações supremas de beleza, de sabedoria, de paz e de amor.

         A arte faz parte da evolução humana desde muito antes do que imaginamos, encontramos cada vez mais por meio da ciência evidências de que nossos antepassados já se utilizávamos desta grandíssima ferramenta evolutiva. Abaixo coloco a música mais antiga do mundo como os cientistas a chama. Esta música tem cerca de 3.400 anos, foram os cientistas da Universidade da Califórnia, em Berkeley, que decodificaram um conjunto de antigos textos cuneiformes, e o resultado você ver abaixo da recriação da antiga peça musical.




O corpo das tubinhas cuneiformes anciãs, conhecidas como texto léxico, foi descoberto pela primeira vez na década de 1950 na antiga cidade Síria de Ugarit. Antes, não se sabia quase nada sobre a música sumério-babilônica, a não ser o tipo de instrumentos musicais utilizados, o que se deduziu a partir de imagens esculpidas e de vestígios arqueológicos encontrados. Eram completamente desconhecidas a teoria e a prática do que se considerava uma arte divina, cujo patrono era o deus Enki/Ea, que governava os reinos da magia, da arte e do artesanato.

Mas, recentemente, foi encontrada uma coleção que conta com quatro textos cuneiformes individuais e um quinto grupo de textos com uma teoria e notação musical complexas e um hino de louver de quase 3.400 anos, ou seja, a peça completa mais antiga da música escrita já descoberta. A tábua contém a letra de um hino a Nikkal, deusa das plantações, e intruçoes para um cantor, acompanhadas de um sammûm de nove cordas, um tipo de harpa ou lira.

Os especialistas da Universidade da Califórnia publicaram um livro de áudio chamado “Uma Canção do Culto Hurrian da Antiga Ugarit”. Outros cientistas e artistas realizaram suas próprias versões dessa música ancestral.



Nenhum comentário:

Postar um comentário

Todos podem deixar seu comentário no Jardim Espírita. Se for caso de resposta, responderei assim que poder, podendo levar alguns dias.
Não publicarei comentários que contenham termos vulgares, palavrões, ofensas, publicidade e dados pessoais (como e-mail, telefone, endereços, etc.). Então fiquem a vontade para comentar!