Passe é doação de energia psíquicas, vindo das forças espirituais. O Passe
no Centro Espírita, vem da sintonia mental com os espíritos superiores, os
espíritos colaboram oferecendo seus fluidos, que se casa ao magnetismo do
passista, mas não é uma vinculação para incorporação, ou seja, não é um ato
mediúnico. O Passe é uma doação de energias que o médium passista coloca ao
alcance do indivíduo, de modo que o receptor possa ter seus centros vitais
reestimulados e, em consequência disso, recobre o equilíbrio ou ajude na
recuperação da saúde, se for o caso.
O Passe é, usualmente, transmitido pelas mãos, mas também pode ser pelo
olhar, pelo sopro ou, à distancia, por intermédio das irradiações mentais. A
transmissão e a recepção do Passe tem relação com o poder da vontade de quem
doa as energias benéficas e de quem as recebe.
Do ponto de vista “técnico”, o Passe é a ação dirigida de certos
fluidos. Sua aplicação processa-se de perispírito à perispírito. Os fluidos são
assimilados pelos centros de forças situados no perispírito e transmitidos aos
plexos e não diretamente ao organismo físico. E por estar o perispírto ligado ao corpo
físico célula a célula, exerce sobre ele preponderante influência. Daí se
compreende, por exemplo, o bem estar físico que decorre da ação do Passe. A
energia salutar transmitida ao perispírito repercute no corpo, nos órgãos
enfermos, por um processo de ressonância. É por isso que o passista não
necessita tocar o corpo do assistido.
A aplicação do Passe tem como finalidade auxiliar a recuperação de
desarmonias físicas e psíquicas, substituindo os fluidos deletérios por fluidos
benéficos; equilibrar o funcionamento de células e tecidos lesados; promover a
harmonização do funcionamento de estruturas neurológicas que garantem o estado
de lucidez mental e intelectual do indivíduo. O Passe cuida dos efeitos. As causas de nossos males somente nós
podemos remover, ou seja, com a reforma íntima, à luz dos princípios de Jesus,
pois a cura verdadeira das doenças está relacionada ao processo de reajuste
do espírito. Essa auto reeducação, pode extrapolar o limite de tempo de uma
reencarnação. Assim, sendo o Passe apenas um instrumento de auxílio. Para
prevenir-se contra enfermidades ou perturbações, não previstas na Lei de Causa
e Efeito, é necessário que a pessoa defina e siga uma programação de melhoria
moral, de esclarecimento espiritual. É
por essa razão que a aplicação do Passe nos Centros Espíritas deve vim sempre depois
das palestras doutrinárias, oferecendo às pessoas que procuram o benefício do Passe
os esclarecimentos necessários, e despertando os assistidos para os valores nobres
da vida, meditando sobre suas ações, corrigindo rumos. Se a pessoa não está
disposta à renovação, com o tempo o Passe deixará de surtir efeito. No livro
Mediunidade, tudo o que Você Precisa Saber, André Luiz diz que: os mentores
espirituais são tolerantes. Ajudam por dez vezes, quando nos submetemos ao
tratamento magnético, aliviando nossos padecimentos. Depois disso, se
continuarmos acomodados, suspendem o amparo e deixam a dor usar de seus rigores
para nos convencer de que é preciso mudar.
Como deve ser o passe
O Passe na Casa Espírita deve ser silencioso, simples e natural, sem
excesso de gesticulação e de outros
maneirismos, como o estalido de dedos, respiração ofegante, sopros,assovios,
gemidos, massagens, aplicação de unguentos, etc. Durante o Passe não há
necessidade de toques físicos no assistido, isto porque os fluidos transmitidos
atuam diretamente sobre o perispírito, e não no corpo físico.
Perguntado sobre qual seria a melhor técnica para transmissão do Passe
em, O Consolador, nº99, Emmanuel respondeu: “O Passe deverá obedecer à formula
que forneça maior porcentagem de confiança, não só a quem o dá, como a quem o
recebe. Devemos esclarecer, todavia, que o Passe é a transmissão de uma força
psíquica e espiritual, dispensando qualquer contato físico na sua aplicação.
E André Luiz, adverte: “Lembrar-se de que a aplicação de passes não se
faz precisa a gesticulação violenta, a respiração ofegante ou o bocejo contínuo
(...). A transmissão do passe dispensa qualquer recurso espetacular.” (No livro
Conduta Espírita, cap.)
Quem pode aplicar o passe
Existe um preparo para ser passista, todo serviço exige cuidado. Os
Centros Espíritas devem instituir cursos de passes, dando aos candidatos
orientação, conhecimento especializado, desenvolvendo o conhecimento sobre o
magnetismo,mecanismo, seus efeitos, técnicas, posturas, cuidados... Ausência de
estudo é estagnação, e a aprendizagem favorece o trabalho da entidade
espiritual que assiste o passista na tarefa. Para lograr bom resultado, todo
trabalho espiritual necessita de preparo, esse preparo deve ser constante. É
preciso muito esforço, muita vontade, muita disciplina, e perseverança na
tarefa para ir adquirindo certas
condições mínimas, e continuar a desempenhar o trabalho.
O passista deve está em bom estado de saúde física e mental, dotadas de
boa vontade e disposição para ajudar o semelhante, desde que esteja devidamente
preparada para tal. Em face da gravidade da tarefa, algumas recomendações se
fazem necessárias. Nesse sentido o passista deve:
- Cuidar de sua saúde física:
porque há uma contribuição magnética no Passe; e do estado de saúde do passista
dependerão a quantidade e a qualidade dos fluidos por ele doados. Devem
abster-se de dar Passe pessoas com doenças graves, infecciosas, fisicamente
debilitadas, ou em estado de desequilíbrio espiritual.
- Abolir vícios: como por
exemplo, a ingestão excessiva de alimentos, consumo de fumo, tóxicos, drogas,
álcool, etc., já que tais práticas, além de atraírem espíritos inferiores, impregnam
negativamente os fluidos, lesionando o organismo, obscurecendo o raciocínio.
- Primar por uma conduta cristã:
o passista deve conduzir a sua vida
segundo os ensinamentos do Cristo Jesus, colocando o amor no dia a dia, como
base da vida. Para que seu trabalho seja cada vez mais eficiente, e que a
necessidade da sua ajuda para a atividade pode surgir a qualquer momento.
- Disciplina: as atividades espirituais precisam de preparo íntimo,
meditação, está sereno tanto no físico como no mental, e comprimento dos
horários estabelecidos é fundamental.
- Buscar equilíbrio emocional: não dando espaço para mágoas,
ressentimentos, nervosismo e ódios, raivas...
- Alimentação: deve ser equilibrada, adequada ao organismo, sem os
excessos da gula e do jejum. Hábitos alimentares sadios, com a ingestão de
frutas, legumes, verduras. O trabalhador dos serviços de passe e, aliás, da
mediunidade em geral, não deve apresentar-se de estômago cheio, nas horas que
antecedem as atividades deve evitar a ingestão de alimentos de difícil
digestão, como carnes e gorduras, de condimentos forte e de excitantes, como
café, chás (exceto de ervas), etc.
- Cuidar da higiene pessoal: para evitar constrangimento aos assistidos,
e como sabemos banho é fundamental e promove bem estar.
- Conduta sexual. A atividade sexual em si é instintiva, mas o seu uso
é moral. O sexo só deve ser exercido com equilíbrio, nobreza, acompanhado do
verdadeiro amor.
- Paciência, é indispensável a quem se dispõe a acolher os necessitados
e aflitos. Equilíbrio emocional. Fé e oração.
Se o passista não estiver bem, o assistido vai depender do concurso dos
mentores espirituais. Para que um passista prejudique um paciente seria
necessário a intenção do passista, exprimindo pensamentos negativos diretamente
para o assistido.
O ambiente onde será aplicado o passe
O local apropriado para a aplicação dos passes é a instituição espírita
por contar com pessoas devidamente habilitadas para o serviço e com local
adequado e preparado pelos espíritos benfeitores. Os Centros Espíritas devem
ter uma sala destinada ao serviço, a chamada câmara ou sala de passes, que os
mentores espirituais preparam adequadamente, com a limpeza psíquica do ambiente
e a utilização de aparelhos, conforme tem sido descrito pelos videntes.
Não constitui regra geral a diminuição da luminosidade do ambiente onde
se processa o serviço dos Passes, esta questão está sob à orientação da equipe
espiritual da Casa. A diminuição da luminosidade deve ser feita a não ser para
facilitar a concentração do assistido evitando a dispersão de sua atenção.
A aplicação de Passes só deve ser realizada fora da Casa Espírita em
casos de extrema necessidade onde a pessoa necessitada não pode dirigir-se ao
Centro em virtude de suas limitações físicas ou enfermidade. O passe fora do
Centro Espírita tem o inconveniente de um ambiente possívelmente desfavorável,
impregnado de miasmas fluídicos de ira, maledicência, alcoólicos, fumantes, de
sentimentos e pensamentos negativos, etc. Para esse atendimento é aconselhável
designar uma pequena equipe de passistas que se dirigirá ao local onde se
encontra o assistido. No ambiente de aplicação do passe só devem estar
presentes os passistas e familiares do assistido que estejam em condições de colaborar.
Tal cuidado se justifica para o
exercício do intercambio espiritual seguro. Mesmo assim, é caridade atender e
vencer com equilíbrio os obstáculos, quando tem um pedido sincero e um mínimo
de boa vontade por parte do enfermo e seus familiares. O bom senso e a caridade
são sempre os elementos que devem preponderar na tomada de qualquer decisão a
esse respeito.
Preparação do assistido para o Passe
Para ter uma melhor receptividade dos fluidos o assistido deve:
- Aprimorar a sua conduta
ético-moral, voltando-a para a vivência do bem.
- Manter-se em estado de oração,
respeito e fé é muito relevante, durante o decorrer da aplicação do Passe, para
assimilar os fluidos que estão sendo doados;
- Mentalizar sua recuperação porque a mente tem grande participação na
captação e fixação das energias.
- Acomodar-se de forma confortável. O assistido deve ficar na posição
que lhe dê mais conforto físico. O Passe transmite-se ao perispírito,
independente da posição do corpo físico. Dependendo do lugar, pode ficar
deitado, sentado ou de pé. Mas, em qualquer caso, deverá ficar relaxado,
respirando normalmente. Não há necessidade de ficar com as mãos espalmadas para
cima, como se fosse “receber” algo material.
Sensações de calor, frio, tremor, suor, arrepio, choro podem ocorrer
durante o passe. São, geralmente, motivadas por causas psicológicas. O misticismo,
de que muitos ainda se não desvencilharam, pode provocar efeitos ilusórios
variados.
Nem o passista nem o paciente precisam retirar pulseiras, colares,
relógios, óculos, sapatos, etc. Tais objetos não interferem no passa, porque
são de natureza diversa daquela dos fluidos.