- A população terrestre alcança a passos largos o expressivo número de
sete bilhões de seres reencarnados simultaneamente, disputando a oportunidade
da evolução...
“Embora as grandes aquisições do
conhecimento tecnológico e dos avanços da ciência na sua multiplicidade de
áreas, nestes dias conturbados os valores transcendentes não tem recebido a
necessária consideração dos estudiosos que se dedicam à análise e à promoção
dos recursos humanos, vivendo mais preocupados com as técnicas do que com o
comportamento moral, que é de suma importância. Por isso, a herança que se
transfere para as gerações novas que ora habitam o planeta diz mais respeito à
ganância, ao prazer dos sentidos físicos, à conquista de espaço de qualquer
maneira, dando lugar à violência e à desordem...
O desprezo de muitos líderes e
de incontáveis multiplicadores de opinião pelas religiões do passado e o
fanatismo que vem sendo desenvolvido em torno do espiritualismo de ocasião,
encarregando de amealhar recursos monetários para a existência e de favorecer
com saúde aqueles que mais facilmente a possam comprar a soldo dos poderes
endinheirados, tem dado lugar ao materialismo e ao utilitarismo em que as
pessoas comprazem-se, distantes da solidariedade, da compaixão e do espírito
fraternal, ante a dificuldade da real vivência do amor, conforme ensinado e
vivido por Jesus.
Podemos dizer que se vive o
período da extravagância e do gozo imediato, sem que sejam mensuradas as
consequências perniciosas dessa conduta decorrentes.
Os indivíduos parecem
anestesiados em relação aos tesouros da alma, com as exceções compreensíveis, e
mesmo entre alguns daqueles que abraçam a revelação espírita, os conflitos de
várias ordem permanecem na condição de mecanismos de defesa contra a abnegação
e a entrega total ao Messias de Nazaré.
Alguns indivíduos, que se
consideram ousados e cépticos, não levam em consideração os acontecimentos que
assolam o planeta, seja no que diz respeito às convulsões sísmicas, cada vez
mais vigorosas e trágicas, seja no tocante às de natureza sociológica, econômico-financeira,
psicológica, ético-moral aterrorizantes. Outros, mais tímidos, deixam-se
seduzir por informações religiosas ortodoxas, amedrontados e inquietos ante a
perspectiva do fim do mundo.
Estabelecem-se datas
compulsórias com certa leviandade, como se um cataclismo cósmico devesse
ocorrer, com um caráter punitivo à sociedade que se tem distanciado de Deus,
numa espécie de absurda vingança... Ignorando a extensão do amor de Nosso Pai,
esperam o desencadear da Sua ira em processo de punição extrema, como se a vida
ficasse encerrada no fenômeno da morte física.
Felizmente, o fim do mundo de que falam as profecias
refere-se àqueles de natureza moral, sem dúvida, com a ocorrência inevitável de
sucessos trágicos, que arrebatarão comunidades, facultando a renovação social,
que a ausência do amor não consegue lograr como seria de desejar... Esses
fenômenos não se encontram programados para tal ou qual período, num fatalismo
aterrador, mas para um largo período de transformações, adaptações,
acontecimentos favoráveis à vigência da ordem e da solidariedade entre todos os
seres.
É compreensível, portanto, que a
ocorrência mais grave esteja, de certo modo, a depender do livre-arbítrio das
próprias criaturas humanas, cuja conduta poderá apressar ou retardar, ou mesmo
modificar, a sua constituição, suavizando-a ou agravando-a...
Com muita justeza alguém definiu
o Universo como um grande pensamento,
pois que tudo quanto nele existe vibra, reflete-se na sua estrutura, contribui
para a sua preservação ou desordem.
Qualquer definição de período torna-se temerária, em razão dos acontecimentos de cada dia, responsáveis pelas funestas ocorrências.
Se as mentes humanas, ao invés do cultivo do egoísmo, da insensatez, da
perversidade, emitirem ondas de bondade e de compaixão, de amor e de
misericórdia, certamente alterar-se-ão os fenômenos programados para a grande
mudança que já se vem operando.
As mais vigorosas convulsões planetárias tornam-se necessárias para que
haja alteração para melhor no clima, na estabilidade relativa das grandes
placas tectônicas, nas organizações sociais e comunitárias, com os recursos
agrários e alimentícios naturais para manter no futuro as populações não mais
esfaimadas nem miseráveis, como ocorre na atualidade...
Compreendendo-se a transitoriedade da experiência física, a psicosfera
do planeta será muito diferente, porque as emissões do pensamento alterarão as
faixas vibratórias atuais que contribuirão para a harmonia de todos, para o
aproveitamento do tempo disponível, em preparação jubilosa para o enfrentamento
da mudança que terá lugar para muitos mediante a desencarnação que os levará
para outro campo da realidade.
O amor de Nosso Pai e a ternura de Jesus para com o Seu rebanho diminuirão
a gravidade dos acontecimentos, mediante também a compaixão e a misericórdia,
embora a severidade da lei de progresso.
Todos nos encontramos, desencarnados e encarnados, comprometidos com o
programa da transição planetária para melhor. Por essa razão, todos devemos
empenhar-nos no trabalho de transformação moral interior, envolvendo-nos em
luz, de modo que nenhuma treva possa causar-nos transtorno ou levar-nos a
dificultar a marcha da evolução.
Certamente, os espíritos ainda fixados nas paixões degradantes, em
razão do seu primitivismo, sintonizarão com outras ondas vibratórias próprias a
mundos inferiores, para eles transferindo-se por sintonia, onde se tornarão
trabalhadores positivos pelos recursos que já possuem em relação a essas
regiões mais atrasadas nas quais aprenderão as lições da humildade e do bem
proceder. Tudo se encadeia nas leis divinas, nunca faltando recursos superiores
para o desenvolvimento moral do espírito. Nesse imenso processo de
transformação molecular até o instante da angelitude, há meios propiciatórios
para o crescimento intelecto-moral, sem as graves injunções punitivas, nem os
lamentáveis privilégios para alguns em detrimento dos outros.
Nesse sentido, as comunicações espirituais através da mediunidade
representam uma valiosa contribuição aos viajantes carnais, por demonstrar-lhes
a imortalidade, a justiça divina, os mecanismos de valorização da experiência
na reencarnação e o imenso significado de cada momento existencial.
Ser-nos-á mais fácil estimulá-los ao aprendizado pelo amor do que
através dos impositivos do sofrimento, convidando-os à reflexão e ao labor da
caridade fraternal com que se enriquecerão, preparando-se para a libertação
inevitável pela desencarnação, quando ocorrer.”
(...)
- Louvar e agradecer ao Senhor do Universo pela glória da vida que nos
é concedida e suplicar-Lhe auxílio para sermos fiéis aos postulados do
pensamento de Jesus, nosso Mestre e Guia, constituem deveres nossos em todos os
momentos.
“Desse modo, os médiuns devotados, os divulgadores do bem em todas as
esferas sociais, experimentarão o aguilhão da dificuldade, sofrerão o apodo e a
incompreensão desenfreada que tem sido preservados pela invigilância.
Não seja de surpreender que os melhores sentimentos de todos aqueles
que porfiam com Jesus sejam deturpados e transformados em instrumento de
aflição para eles próprios.
O amor, quando autêntico, dá testemunho da sua fidelidade. Nos dias
atuais, os cristãos legítimos ainda constituem reduzido grupo, fazendo lembrar
o período das rudes provações durante os três primeiros séculos de divulgação
da mensagem de Jesus no Império Romano.
Todos serão chamados aos sacrifícios, de alguma forma, a fim de
demonstrarem a excelência dos conteúdos evangélicos, considerando-se, por um
lado, as injunções pessoais que exigem reparação e a fidelidade que pede
confirmação pelo exemplo. Que se não estranhem as dificuldades que se
apresentam inesperadamente, causando, não poucas vezes, surpresa e angústia.
Toda adesão ao bem produz uma reação equivalente, faz superada pelo espírito de abnegação.
Todos admiramos e emocionamo-nos quando tomamos conhecimento da
grandeza dos mártires do passado, nada obstante, quando convocados ao
prosseguimento do testemunho, nem sempre nos comportamos como seria de desejar.
Por isso, o refugio da oração apresenta-se como o lugar seguro para reabastecer
as forças e prosseguir com alegria.
As entidades que se comprazem na volúpia da vampirização das energias
dos encarnados distraídos e insensatos, voltam-se, naturalmente, contra os
emissários de Jesus onde se encontrem, gerando conflitos em sua volta e
agredindo-os com ferocidade. Ao invés da tristeza e do desencanto que sempre
tomam o lutador, ele deve voltar-se para a alegria do serviço, agradecendo aos
Céus a oportunidade autoiluminativa, sem que nisso ocorra qualquer expressão de
masoquismo.
Sem dúvida, numa fase de grandes mudanças, conforme vem sucedendo, as
dores sempre se apresentam mais expressivas e volumosas, porque os velhos
hábitos devem ceder lugar às novas injunções do progresso. É natural, portanto,
que as forças geradoras da anarquia e do desar, sentindo-se combatidas em todas
as fronteiras, invistam com os mecanismos de que dispõem, buscando manter as
condições em que se expressam. É compreensível, portanto, que todos aqueles que
se devotam aos valores humanos que dignificam, sejam considerados inimigos que
devem ser combatidos.
Desse modo, constitui-nos uma honra qualquer sofrimento por amor ao
ideal da verdade, à construção do mundo novo.
Que o discernimento superior possa assinalar-nos a todos, e que os mais
valiosos recursos que se possuam, sejam colocados à disposição do Senhor da
Vinha que segue à frente.”
Fonte: Livro
Amanhecer de uma Nova Era, do espírito Manoel Philomeno de Miranda, psicografia
de Divaldo Franco.
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