Em que pese a
dedicação e o amor de Deus e dos Espíritos luminares voltados com abnegação às
tarefas sacrificais em favor do progresso espiritual da humanidade, não se tem
conseguido evitar a consumação da tragédia e da dor, nas manifestações das
necessidades humanas a expandir-se através das suas experiências na conquista
árdua dos valores morais e reais da vida.
Há séculos o
Senhor vem derramando bênçãos e revelações consoladoras buscando orientar e
educar os homens para conduzi-los à felicidade e à paz.
Entretanto, nos
entre choques do egoísmo e da ambição, do orgulho e da vaidade, vêm eles se
digladiando mutuamente. Guerras, lutas, crimes sociais, políticos, a
estabelecerem toda sorte de conseqüências reparadoras e diligentes na reconquista
do equilíbrio.
Abençoada dor
que acorda a criatura!
Abençoada luta
que cria condições de reajuste e de progresso!
Ideal sublime
que nos faz pensar em um mundo sem dor nem guerra, onde todos se ajudem e se
amem!
Onde o respeito
e a amizade, a dedicação e o amor estabeleçam padrões de igualdade de direitos,
e todas as classes sociais possam conviver sem digladiarem-se, com prejuízos
recíprocos.
Onde todos se
estimem e as fronteiras entre as raças e países sejam abertas, sem armas ou
barreiras.
Onde a política
seja utilizada visando o bem de todos no sagrado ministério do progresso!
Utopia!...,
dirão muitos. Parece-me ver o sorriso descrente da maioria, mas, eu respondo:
meta obrigatória do futuro. Destino para o qual fomos criados. Evolução!
Entretanto, nada
parece mais distante do panorama atual da Terra do que essa conquista.
O mundo
conturbado geme envolto em crises e guerras, protestos e terror, cataclismos e
sofrimentos.
A moral, parece
ter desaparecido e o materialismo ganha novos surtos estabelecendo conflito,
ovacionando o vício.
Todavia, a obra
de redenção prossegue inexorável. As leis da Justiça Divina, imutáveis, dão a
cada um, segundo suas obras e o tempo, amigo constante, encarrega-se de
restaurar a verdade na intimidade do ser.
A humanidade encontra-se
dividida em dois grandes grupos: os que sabem e os que ignoram. Os que já
entenderam e os que estão cegos.
Nós desejamos
cerrar fileiras com aqueles que acreditam no futuro do espírito, no progresso
da humanidade terrena e trabalham para apressá-lo, na certeza de que Deus nos
faculta a alegria de colaborarmos em sua obra, muito embora estejamos
conscientes da nossa inferioridade e dos nossos débitos perante as Leis
Divinas.
E, justamente
por termos tantas vezes sido soldados da violência, nos decidimos a batalhar
pela paz.
Assim, nós,
Espíritos desejosos de fazer o bem, nos reunimos em torno de instrutores
abnegados e nos dispusemos ao trabalho, cada um dentro do campo de atividades
que nos compete. Desta forma, atendendo aos dispositivos do nosso trabalho, nos
reunimos em assembléia no plano espiritual.
Nossa arma, o amor; nosso
objetivo,o esclarecimento; nosso desejo, a conquista da paz e da libertação do
homem.
Que Jesus nos abençoe,
Lucius
São
Paulo, 30 de março de 1974.
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