Na ocorrência de aborto espontâneo
estaremos sempre diante de um mecanismo da Lei de Causa e Efeito, que compõe o
conjunto de princípios da Doutrina Espírita. As causas desse tipo de
interrupção natural da gravidez podem ser encontradas a partir de uma visão
espiritual.
Muitas vezes, o Espírito que vai renascer elege um programa ao qual se submeterá durante a reencarnação, cabendo ao próprio interessado fazer ajustes que julgue convenientes e que o seu livre-arbítrio permita. Em O Livro dos Espíritos, Allan Kardec explica que chega um momento, durante a fase gestacional, em que o ser se reconhece impossibilitado de assumir as tarefas para as quais se preparou, mudando de atitude e desistindo de levar adiante o processo reencarnatório, o que tem como consequência o aborto espontâneo.
Noutras vezes, trata-se da gestação de indivíduos em degrau evolutivo muito primário, o que dificulta sua adaptação à forma física sem provocar danos ao metabolismo embrionário ou fetal. Também pode ser um Espírito que já foi abortado em outras vidas ou que se tornou inimigo implacável daquela que está na iminência de recebê-lo como filho.
De outra forma, Espíritos que encerraram a encarnação anterior em decorrência de um suicídio ficaram em débitos perante as Leis Cósmicas, tendo como consequência essas reencarnações malsucedidas que resultam em aborto espontâneo na tentativa seguinte. A interrupção do renascimento será uma prova ou expiação que o ser se permite para resgatar aquele tempo de vida que não foi devidamente cumprido.
Acrescentemos também que um expressivo número de mulheres pode provocar psiquicamente o aborto ao rejeitarem uma gestação e se negarem a receber a criança em seus braços. A mente materna, talvez inconscientemente, bombardeia o embrião ou o organismo fetal com energias psíquicas desarticuladoras do funcionamento celular, responsáveis por expulsar o reencarnante da câmara uterina.
Em todas as circunstâncias descritas a própria densidade vibratória do reencarnante extermina a vida em formação, desencadeando a sua expulsão do útero materno.
Não nos deveremos esquecer que os pais que estarão incursos no processo provacional ou expiatório de alguma forma se encontram implicados na trama ocorrida no pretérito daquele grupo.
Muitas mulheres entram em desespero com o aborto espontâneo, desenvolvendo estados psicológicos que demandam acompanhamento especializado por profissionais da área de saúde. A mulher que vivenciou uma situação de aborto espontâneo, normalmente experimenta um trauma muito grande. É provável até que o episódio venha a exercer influência em futuras gestações.
As alterações fisiológicas e psíquicas provenientes da interrupção da gravidez podem desencadear na mãe frustrada certos transtornos emocionais e mentais, como a depressão, que ela conseguirá superar após um período mais ou menos longo, a depender do seu esforço pessoal. Tudo isso estará previsto nos Códigos da Vida.
Se considerarmos a vida do Espírito, o fenômeno da interrupção da gestação será percebido como uma experiência evolutiva, integrando a relação dos incidentes naturais que permeiam a nossa trajetória no rumo da felicidade. Essa interpretação vale tanto para o reencarnante, que teve a vida orgânica obstruída, quanto para os pais, particularmente a gestante, que momentaneamente estará privada de experimentar a maternidade.
Poderemos dirigir-nos à mulher que experimentou semelhante sofrimento, sugerindo que ela procure adotar a paciência como conselheira. Vamos dizer-lhe que supere a dor, que persevere e que se prepare, pois numa situação desta ordem, invariavelmente ocorrerá, mais tarde, uma nova gestação. Aquele Espírito cuja reencarnação foi interrompida, se for bem-intencionado, retornará aos braços de quem o aguardava com carinho e ansiedade, permitindo que ela experimente a grande alegria de tornar-se mãe.
Algumas mulheres têm muitas dificuldades para engravidar. Mesmo que biologicamente tudo esteja bem com a sua saúde, elas não conseguem iniciar ou terminar o processo gestacional.
Conforme a Lei de Causa e Efeito, tudo aquilo que nos acontece hoje é o resultado de atos que praticamos ontem. Na ocorrência da dificuldade para engravidar ou levar até o final a gestação, podemos entender que se trata de pessoas que no passado se comprometeram negativamente na área da maternidade. Em face do mau uso da oportunidade de ser cocriadora da vida, a mulher retorna com esses fatores impeditivos para que possa ter êxito na condição maternal. Um dos exemplos desse mau uso é a prática do aborto.
Desta forma, certos fatores que
impedem a gravidez são biológicos, enquanto outros estão relacionados à
estrutura psicológica da mulher. Mas, quando estes aspectos estão saudáveis e
mesmo assim ela não consegue realizar o sonho de conceber um filho, é fácil
concluir que nela está instalada uma dinâmica provacional-expiatória que traduz
a sua necessidade evolutiva naquele momento.
Como consequência, a candidata à maternidade desenvolve uma ansiedade imensa para alcançar o seu objetivo. Este estado ansioso converte-se em mais um fator impeditivo, porque produz uma descarga psíquica de alta intensidade que, de alguma forma, perturba a produção e a liberação dos óvulos pelo sistema reprodutor feminino, reforçando o bloqueio para que a gestação não aconteça, ou, se ocorrer, para que seja levada com êxito até o final.
Fonte: Livro – Sexo e Consciência. Divaldo Franco,
organizado por Luiz Fernando Lopez.
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