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sexta-feira, 30 de junho de 2023

ENTREVISTA COM O ESPÍRITO DE MARILYN MONROE NA ESPIRITUALIDADE

        A morte não transforma ninguém, muitos creem que depois da morte física os indivíduos se transformam de forma instantânea em um ser de pureza, sabedoria, vivendo nas altas moradas... O caminho do espíritos depois da morte física, só pertence a ele indo de acordo de como viveu a experiência física, seu gênero de morte, de como encara a morte, o apego a matéria... Como o Cristo Jesus afirmou: “A cada um será dado segundo as suas obras.” Sendo assim, a felicidade dos espíritos é sempre proporcional à sua elevação (O Livro dos Espíritos, questão 967). Todos nós caminhamos para o despertar, que se dar de forma lenta, assim como o reequilíbrio depois da morte física, dependendo do estado de consciência, evolução de cada espírito.

 


        No livro Estante da Vida, psicografia de Chico Xavier, ditado pelo Espírito Irmão X, Capitulo 1. Encontramos uma entrevista com o espírito de Marilyn Monroe feita em 1969, pelo Espírito Irmão X. Acompanhemos abaixo a entrevista:

        Caminhávamos, alguns amigos, admirando a paisagem do Wilshire Boulevard, em Hollywood, quando fizemos parada, ante a serenidade do Memoriam Park Cemetery, entre o nosso caminho e os jardins de Glendon Avenue.

        A famosa mansão dos mortos mostrava grande movimentação de Espíritos libertos da experiência física, e estranhos.

        Tudo, no interior, tranquilidade e alegria.

        Os túmulos simples pareciam monumentos erguidos à paz, induzindo à oração. Entre as árvores que a primavera pintara de verde novo, numerosas entidades iam e vinham, muitas delas escoradas umas nas outras, à feição de convalescentes, sustentadas por enfermeiros em pátio de hospital agradável e extenso.

        Numa esquina que se alteava com o terreno, duas laranjeiras ornamentais guardavam o acesso para o interior de pequena construção que hospedava as cinzas de muitas personalidades que demandaram o Além, sob o apreço do mundo. A um canto, li a inscrição: Marilyn Monroe – 1926-1962. Surpreendido, perguntei a Clinton, um dos amigos que nos acompanhavam:

        - Estão aqui os restos de Marilyn, a estrela do cinema, cuja historia chegou até mesmo aos conhecimento de nós outros, os desencarnados de longo tempo no Mundo Espiritual?

        - Sim – respondeu ele, e acentuou com expressão significativa: - não se detenha, porém, a tatear-lhe a legenda mortuária... Ela está viva e você pode encontrá-la. Aqui e agora...

         - Como?

         O amigo indicou frondoso olmo chinês, cuja galharia compõe esmeraldino refúgio no largo recinto, e falou:

         - Ei-la que descansa, decerto em visita de reconforto e reminiscência...

        A poucos passos de nós, uma jovem desencarnada, mas ainda evidentemente enferma, repousava a cabeleira loura no colo de simpática senhora que a tutelava. Marilyn Monroe, pois era ela, exibia a face desfigurada e os olhos tristes. Informados de que nos seria licito abordá-la, para alguns momentos de conversa, aproximando-nos, respeitosos.

        Clinton fez a apresentação e aduzi:

        - Sou um amigo do Brasil que deseja ouvi-la.

        - Um brasileiro a procurar-me, depois da morte?

        - Sim, e porque não? – acrescentei – a sua experiência pessoal interessa a milhões de pessoas no mundo inteiro...

        E o dialogo prosseguiu:

        - Uma experiência fracassada...

        - Uma lição talvez.

         - Em que lhe poderia ser útil?

         - A sua vida influenciou muitas vidas e estimaríamos receber ainda que fosse um pequeno recado de sua parte para aqueles que lhe admiraram os filmes e que lhe recordam no mundo a presença marcante...

         - Quem gostaria de acolher um grito de dor?

         - A dor instrui...

         - Fui mulher como tantas outras e não tive tempo e nem disposição para cogitar de filosofia.

         - Mas fale mesmo assim...

         - Bem, diga então às mulheres que não se iludam a respeito de beleza e fortuna, emancipação e sucesso... Isso dá popularidade e a popularidade é um trapézio no qual raras criaturas conseguem dar espetáculos de grandeza moral, incessantemente, no circo do cotidiano.

         - Admite, desse modo, que a mulher deve permanecer no lar, de maneira exclusiva?

         - Não tanto. O lar é uma instituição que pertence à responsabilidade tanto da mulher quanto do homem. Quero dizer que a mulher lutou durante séculos para obter a liberdade... Agora que a possui nas nações progressistas, é necessário aprender a controlá-la. A liberdade é um bem que reclama senso de administração, como acontece ao poder, ao dinheiro, à inteligência...

         Pensei alguns momentos na fama daquela jovem que se apresentara à Terra inteira, dali mesmo, em Hollywood, e ajuntei:

         - Miss Monroe, quando se refere à liberdade da mulher, você quer mencionar a liberdade do sexo?

        - Especialmente.

        - Porque?

        - Concorrendo sem qualquer obstáculo ao trabalho do homem, a mulher, de modo geral, se julga com direito a qualquer tipo de experiência e, com isso, na maioria das vezes, compromete as bases da vida. Agora que regressei à Espiritualidade, compreendo que a reencarnação é uma escola com muita dificuldade de funcionar para o bem, toda vez que a mulher foge à obrigação de amar, nos filhos, a edificação moral a que é chamada.

        - Deseja dizer que o sexo...

         - Pode ser comparado à porta da vida terrestre, canal de renascimento e renovação, capaz de ser guiado para a luz ou para as trevas, conforme o rumo que se lhe dê.

        - Ser-lhe-ia possível clarear um pouco mais este assunto?

        - Não tenho expressões para falar sobre isso com o esclarecimento necessário; no entanto, proponho-me a afirmar que o sexo é uma espécie de caminho sublime para a manifestação do amor criativo, no campo das formas físicas e na esfera das obras espirituais, e, se não for respeitado por uma sensata administração dos valores de que se constitui, vem a ser naturalmente tumultuado pelas inteligências animalizadas que ainda se encontram nos níveis mais baixos da evolução.

        - Miss Monroe – considerei, encantado, em lhe ouvindo os conceitos - , devo asseverar-lhe, não sem profunda estima por sua pessoa, que o suicídio não lhe alterou a lucidez.

        - A tese do suicídio não é verdadeira como foi comentada – acentuou ela sorrindo. – Os vivos falam acerca dos mortos o que lhes vem à cabeça, sem que os mortos lhe possam dar a resposta devida, ignorando que eles mesmos, os vivos, se encontrarão, mais tarde, diante desse mesmo problema... A desencarnação me alcançou através de tremendo processo obsessivo. Em verdade, na época, me achava sob profunda depressão. Desde menina, sofri altos e baixos, em matéria de sentimento, por não saber governar a minha liberdade... Depois de noites horríveis, nas quais me sentia desvairar, por falta de orientação e de fé, ingeri, quase semi-inconsciente, os elementos mortíferos que me expulsaram do corpo, na suposição de que tomava uma simples dose de pílulas mensageiras do sono...

        - Conseguiu dormir na grande transição?

        - De modo algum. Quando minha governanta bateu à porta do quarto, inquieta ao ver a luz acesa, acordei às súbitas da sonolência a que me confiara, sentindo-me duas pessoas a um só tempo... Gritei apavorada, sem saber, de imediato, identifica-me, porque lograva mover-me e falar, ao lado daquela outra forma, a vestimenta l que me largara... Infelizmente para mim, o aposento abrigava alguns malfeitores desencarnados que, mais tarde, vim a saber, me dilapidaram as energias. Acompanhei, com indescritível angústia, o que se seguiu com o meu corpo inerme; entretanto, isso faz parte de um capitulo do meu sofrimento que lhe peço permissão para não relembrar...

        - Ser-lhe-á possível explicar-nos porque terá experimentado essa agudeza de percepção, justamente no instante em que a morte, de modo comum, traz anestesia e repouso?

        - Efetivamente, não tive a intenção de fugir da existência, mas, no fundo, estava incursa ao suicídio indireto. Malbaratara minhas forças, em nome da arte, entregara-me a excessos que me arrasaram as oportunidades de elevação... Ultimamente, fui informada por amigos daqui de que não me foi possível descansar, após a desencarnação, enquanto não me desvencilhei da influência perniciosa de Espíritos vampirizadores a cujos propósitos eu aderira, por falta de discernimento quanto às leis que regem o equilíbrio da alma.

        - Compreendo que dispõe agora de valiosos conhecimentos, em torno da obsessão...

        - Sim, creio hoje que a obsessão, entre as criaturas humana, é um flagelo muito pior que o câncer. Peçamos a Deus que a ciência no mundo se decida a estudar-lhe os problemas e resolvê-los...

        A entrevista mostrava sinais de fadiga e, pelos olhos da enfermeira que lhe guardava a cabeça no regaço amigo, percebi que não me cabia avançar.

        - Miss Monroe – conclui -, foi um prazer para mim este encontro em Hollywood. Podemos, acaso, saber quais são, na atualidade, os seus planos para o futuro?

        Ela emitiu novo sorriso, em que se misturavam a tristeza e a esperança, manteve o silencio por alguns instantes e afirmou:

        - Na condição de doente, primeiro, quero melhorar-me... Em seguida, como aluna no educandário da vida, preciso repetir as lições e provas em que fali... Por agora, não devo e nem posso ter outro objetivo que não seja reencarnar, lutar, sofrer e reaprender...

        Pronunciei algumas frases curtas de agradecimento e despedida e ela agitou a pequenina mão num gesto de adeus. Logo após, alinharei estas notas, à guisa de reportagem, a fim de pensar nas bênçãos do Espiritismo Evangélico e na necessidade da sua divulgação.

 


 

Fonte: Livro – Estante da Vida. Pelo Espírito Irmão X. Psicografia de Chico Xavier. Capitulo 1.


segunda-feira, 26 de junho de 2023

MENSAGEM: PRESENÇA DO OLHAR


“Se o teu olho está na luz, todo o teu Ser tem luz”

        O Espírito enxerga e sente por todo o seu Ser, porém, nos caminhos da carne os olhos simbolizam o foco de atenção do indivíduo.

        A forma como se olha o mundo reflete nesga da intimidade do Ser.

        Conforme sente, vive, experimenta as águas das emoções, isso terá inegável influencia sobre a forma como a vida, em volta, será percebida.

        O olhar malicioso caracteriza a alma envolta nas vibrações maliciosas.

        O ver de maneira pessimista reflete a inquietação negativa que viceja no coração.

        A percepção de permanentes tempestades, em volta, marca as turbulências intimas que angustiam o indivíduo.

        O otimismo que ilumina com o Sol da esperança significa a alma confiante, tomada pelas Santas energias do Bem, acreditando nos sagrados objetivos da existência.

        A alma que se permite irradiar a própria luz, como consequência de sua espiritualização, toca de forma sensível as emanações da vida.

        Quanto maior cota de Bondade no universo interno, mais as energias do ser interpenetram com as forças sutis que a tudo e todos permeia.

        O olhar enternecido pelos valores mais profundos é aquele que, em sua limpidez, enxerga com transparência os fenômenos da vida, transcendendo ao mundo das aparências e alcançando níveis mais delicados do Reino, que, em ultima instância, pontifica no santuário da alma, impregnando-a.

        Na trajetória de nossa educação íntima observemos como olhamos a vida e os outros.

        Servirá como termômetro de nossa realidade evolutiva, solicitando-nos a visão de aprendizado para modificar o que necessita sê-lo e aperfeiçoar o que precisa aformosear-se em nós.

        Estejamos abertos para compreender como olhamos, a fim de que possamos melhor aferir onde precisamos iluminar no escarninhos do nosso ser, visando maiores conquistas do Evangelho em nosso mundo íntimo.

        A presença da luz é o alimento do nosso ser: seu encantamento divino, sua natureza real, a realidade suprema da cada filho de Deus.

        E que nossa passagem em qualquer ambiente da vida represente sempre, a presença da luz clareando as sendas do Universo, falando de Deus.

 

Pelo Espírito Marta.
Psicografia de Frederico Menezes.

 

Fonte: Livro – Presença de Jesus. Pelo Espírito Marta. Psicografia de Frederico Menezes. Mensagem: Presença do Olhar.



terça-feira, 20 de junho de 2023

ABORTO ESPONTÂNEO, VISÃO ESPIRITUAL

                                          

        Na ocorrência de aborto espontâneo estaremos sempre diante de um mecanismo da Lei de Causa e Efeito, que compõe o conjunto de princípios da Doutrina Espírita. As causas desse tipo de interrupção natural da gravidez podem ser encontradas a partir de uma visão espiritual.

        Muitas vezes, o Espírito que vai renascer elege um programa ao qual se submeterá durante a reencarnação, cabendo ao próprio interessado fazer ajustes que julgue convenientes e que o seu livre-arbítrio permita. Em O Livro dos Espíritos, Allan Kardec explica que chega um momento, durante a fase gestacional, em que o ser se reconhece impossibilitado de assumir as tarefas para as quais se preparou, mudando de atitude e desistindo de levar adiante o processo reencarnatório, o que tem como consequência o aborto espontâneo.

        Noutras vezes, trata-se da gestação de indivíduos em degrau evolutivo muito primário, o que dificulta sua adaptação à forma física sem provocar danos ao metabolismo embrionário ou fetal. Também pode ser um Espírito que já foi abortado em outras vidas ou que se tornou inimigo implacável daquela que está na iminência de recebê-lo como filho.

        De outra forma, Espíritos que encerraram a encarnação anterior em decorrência de um suicídio ficaram em débitos perante as Leis Cósmicas, tendo como consequência essas reencarnações malsucedidas que resultam em aborto espontâneo na tentativa seguinte. A interrupção do renascimento será uma prova ou expiação que o ser se permite para resgatar aquele tempo de vida que não foi devidamente cumprido.

        Acrescentemos também que um expressivo número de mulheres pode provocar psiquicamente o aborto ao rejeitarem uma gestação e se negarem a receber a criança em seus braços. A mente materna, talvez inconscientemente, bombardeia o embrião ou o organismo fetal com energias psíquicas desarticuladoras do funcionamento celular, responsáveis por expulsar o reencarnante da câmara uterina.

        Em todas as circunstâncias descritas a própria densidade vibratória do reencarnante extermina a vida em formação, desencadeando a sua expulsão do útero materno.

        Não nos deveremos esquecer que os pais que estarão incursos no processo provacional ou expiatório de alguma forma se encontram implicados na trama ocorrida no pretérito daquele grupo.

        Muitas mulheres entram em desespero com o aborto espontâneo, desenvolvendo estados psicológicos que demandam acompanhamento especializado por profissionais da área de saúde. A mulher que vivenciou uma situação de aborto espontâneo, normalmente experimenta um trauma muito grande. É provável até que o episódio venha a exercer influência em futuras gestações.

        As alterações fisiológicas e psíquicas provenientes da interrupção da gravidez podem desencadear na mãe frustrada certos transtornos emocionais e mentais, como a depressão, que ela conseguirá superar após um período mais ou menos longo, a depender do seu esforço pessoal. Tudo isso estará previsto nos Códigos da Vida.

        Se considerarmos a vida do Espírito, o fenômeno da interrupção da gestação será percebido como uma experiência evolutiva, integrando a relação dos incidentes naturais que permeiam a nossa trajetória no rumo da felicidade. Essa interpretação vale tanto para o reencarnante, que teve a vida orgânica obstruída, quanto para os pais, particularmente a gestante, que momentaneamente estará privada de experimentar a maternidade.

        Poderemos dirigir-nos à mulher que experimentou semelhante sofrimento, sugerindo que ela procure adotar a paciência como conselheira. Vamos dizer-lhe que supere a dor, que persevere e que se prepare, pois numa situação desta ordem, invariavelmente ocorrerá, mais tarde, uma nova gestação. Aquele Espírito cuja reencarnação foi interrompida, se for bem-intencionado, retornará aos braços de quem o aguardava com carinho e ansiedade, permitindo que ela experimente a grande alegria de tornar-se mãe.

        Algumas mulheres têm muitas dificuldades para engravidar. Mesmo que biologicamente tudo esteja bem com a sua saúde, elas não conseguem iniciar ou terminar o processo gestacional.

        Conforme a Lei de Causa e Efeito, tudo aquilo que nos acontece hoje é o resultado de atos que praticamos ontem. Na ocorrência da dificuldade para engravidar ou levar até o final a gestação, podemos entender que se trata de pessoas que no passado se comprometeram negativamente na área da maternidade. Em face do mau uso da oportunidade de ser cocriadora da vida, a mulher retorna com esses fatores impeditivos para que possa ter êxito na condição maternal. Um dos exemplos desse mau uso é a prática do aborto.

        Desta forma, certos fatores que impedem a gravidez são biológicos, enquanto outros estão relacionados à estrutura psicológica da mulher. Mas, quando estes aspectos estão saudáveis e mesmo assim ela não consegue realizar o sonho de conceber um filho, é fácil concluir que nela está instalada uma dinâmica provacional-expiatória que traduz a sua necessidade evolutiva naquele momento.

        Como consequência, a candidata à maternidade desenvolve uma ansiedade imensa para alcançar o seu objetivo. Este estado ansioso converte-se em mais um fator impeditivo, porque produz uma descarga psíquica de alta intensidade que, de alguma forma, perturba a produção e a liberação dos óvulos pelo sistema reprodutor feminino, reforçando o bloqueio para que a gestação não aconteça, ou, se ocorrer, para que seja levada com êxito até o final.

         Entretanto, nós não estamos na Terra para sofrer nem para pagar algo, como afirmam muitos estudiosos superficiais do Espiritismo. Estamos na estrada terrena para nos reabilitarmos, matriculando-nos em um programa de reeducação para progredirmos. Por isso, o esforço pela conquista de serenidade perante os desafios da vida permitirá que a mulher modifique lentamente o plano das suas experiências. Cabe-lhe insistir no seu sonho, utilizando os recursos da oração, da prática das virtudes e da terapia bioenergética dos passes, que quase sempre propiciam uma reversão do processo e permitem que a mulher realize o desejo de ser mãe.

 

 

Fonte: Livro – Sexo e Consciência. Divaldo Franco, organizado por Luiz Fernando Lopez.



segunda-feira, 12 de junho de 2023

ABORTO PELO ESPÍRITO EMMANUEL


        “De todos os institutos sociais existente na Terra, a família é o mais importante, do ponto de vista dos alicerces morais que regem a vida.

        É pela conjunção sexual entre o homem e a mulher que a Humanidade se perpetua no Planeta; em virtude disso, entre pais e filhos residem os mecanismos da sobrevivência humana, quanto à forma física, na face do orbe.

        Fácil entender que é assim justamente que nós, os espíritos eternos, atendendo aos impositivos do progresso, nos revezamos na arena do mundo, ora envergando a posição de pai, ora desempenhando o papel de filhos, aprendendo, gradativamente, na carteira do corpo carnal, as lições profundas do amor – do amor que nos soerguerá, um dia, em definitivo, da terra para os Céus.

        Com semelhantes notas, objetivamos tão só destacar a expressão calamitosa do aborto criminosos, praticando exclusivamente pela fuga ao dever.

        Habitualmente – nunca sempre - somos nós mesmos quem planificamos a formação da família, antes do renascimento terrestre, com o amparo e a supervisão de instrutores beneméritos, à maneira da casa que levantamos no mundo, com o apoio de arquitetos e técnicos distintos.

        Comumente chamamos a nós antigos companheiros de aventuras infelizes, programando-lhes a volta em nosso convívio, a prometer-lhes a esperança de elevação e resgate, burilamento e melhoria.

        Criamos projetos, aventamos sugestões, articulamos providências e externamos votos respeitáveis, englobando-nos com eles em salutares compromissos que, se observados, redundarão em bênçãos substanciais para todo o grupo de corações a que se nos vincula a existência. Se, porém, quando instalados na Terra, anestesiamos a consciência, expulsando-os de nossa companhia, a pretexto de resguardar o próprio conforto, não lhes podemos prever as reações negativas e, então, muitos dos associados de nossos erros de outras épocas, ontem convertidos, no Plano Espiritual, em amigos potenciais, à custa das nossas promessas de compressão e de auxílio, fazem-se hoje – e isso ocorre bastas vezes, em todas as comunidades da Terra – inimigos recalcados que se nos entranham à vida íntima com tal expressão de desencanto e azedume que, a rigor, nos infundem mais sofrimento e aflição que se estivessem conosco em plena experiência física, na condição de filhos-problema, impondo-nos trabalho e inquietação.  

        Admitimos seja suficiente breve meditação, em torno do aborto delituoso, para reconhecermos nele um dos grandes fornecedores das moléstias de etiologia obscura e das obsessões catalogáveis na patologia da mente, ocupando vastos departamentos de hospitais e prisões”.

Pelo Espírito Emmanuel. Psicografia de Chico Xavier.



Fonte: Livro Vida e Sexo. Psicografia de Chico Xavier. Pelo Espírito Emmanuel. Cap. 17


domingo, 4 de junho de 2023

O ESPIRITISMO DIZ NÃO A LEGALIZAÇÃO DO ABORTO

        Qual o primeiro de todos os direitos naturais do homem?
        O de viver. Por isso ninguém tem o direito de atentar contra a vida de seu semelhante, nem de fazer o que quer que possa comprometer a sua existência corpórea.
(Questão 880 do O Livro dos Espíritos. Allan Kardec)



        O Movimento Espírita posiciona-se contrario aos projetos de revisão da legislação que visam à legalização do aborto em nosso país.

        Em face do desenvolvimento da ciência, facilmente se comprova o início da vida humana desde o momento da concepção no ventre materno, e não somente quando ocorre o nascimento, como afirmam muitos.

        Constitui-se em grave comprometimento com as Leis Divinas a provocação do aborto em qualquer fase da gravidez, uma vez que tal iniciativa impede que o espírito, já ligado ao embrião, renasça no corpo físico que lhe servirá como instrumento de progresso.

        Os que lutam a favor do aborto sempre colocam em questão: o princípio da dignidade da pessoa humana; os direitos sexuais e reprodutivos da mulher; o direito à autonomia da mulher; o direito à integridade física e psíquica da gestante; o direito da igualdade da mulher... No ordenamento jurídico brasileiro o direito a vida é inviolável, conforme art. 5° da Constituição Federal. A Vida é, portanto, o nosso bem maior e o mais importante direito natural, de acordo com a resposta da Espiritualidade Maior à questão n° 880 de O Livro dos Espíritos. E esquecem, também que sem a Vida, todos os demais direitos ficam cerceados, pois sem a Vida não há que se falar de liberdade, autonomia, dignidade ou igualdade.

        Quantos métodos contraceptivos se tem acesso atualmente, de forma fácil, e até mesmo gratuitos, assim, não há muitas desculpas para não se prevenir de uma gravidez inesperada. O que falta é consciência e responsabilidade, e não métodos contraceptivos, preservativos.

        No livro Sexo e Consciência, Divaldo Franco fala que:
        Qualquer justificativa legal para matar, estará sempre ferindo a ética! Se abrirmos um precedente para a interrupção da gestação do anencéfalo, em breve surgirão propostas muito graves no tecido social...
        Em 1935, quando Adolf Hitler assumiu o poder na Alemanha nazista, ele começou seu governo tornando legal a prática do aborto. Na chamada noite dos cristais ele liberou o assassinato em massa de milhões de indivíduos. Logo depois, na mesma sede de sangue e na alucinação que dele se apoderou, o líder alemão pediu aos pais que tivessem filhos deficientes, até mesmo aqueles que apenas sofriam de enurese noturna, que os enviassem às câmaras de gás e aos campos de extermínio, a fim de depurarem a raça alemã... Milhares de crianças foram mortas em nome de uma super-raça que estava apenas na imaginação delirante de um psicótico. Em seguida, ele autorizou o assassinato em massa de mais de seis milhões de judeus e de mais de três milhões de outras etnias, somente porque as considerava inferiores, exaltando o biótipo germânico.
      Stalin, no início do século XX, enviou milhares de inimigos políticos para o exílio na Sibéria, sem contar aqueles que ele internou compulsoriamente em hospitais psiquiátricos ou que mandou executar através de injeção letal, porque divergiam politicamente da doutrina do Estado.
     Tanto na Alemanha quanto na União Soviética milhares de vidas foram sumariamente dizimadas com apoio “legal” e justificativas diversas. Penso que a legalização do aborto eugênico ensejará passos mais audaciosos no futuro, em favor da prática do aborto generalizado, o que será muito lamentável. E a legalização do aborto pela sociedade humana será um perigoso precedente que se abrirá em direção a outras propostas de aniquilação da vida.
      (...) Na mesma linha de raciocínio, outra pessoa de sentimentos torpes irá propor que todos os portadores de transtornos mentais severos, que praticam crimes e são internados para tratamento, deverão ser expungidos da sociedade por meio do homicídio patrocinado pelo Estado, mediante injeção letal e outras técnicas bárbaras, quando é dever desse mesmo Estado prover os meios para a recuperação da saúde mental de seus cidadãos, bem como utilizar de medidas paliativas, quando a recuperação completa não for viável. E se a proposta de assassinato ganhar cidadania, em pouco tempo alguém afirmará que tem direito a tirar a vida de seus pais, que são portadores de doenças neurológicas degenerativas, como o Mal de Parkinson e o Mal de Alzheimer, conforme referido anteriormente, que se transformam em um verdadeiro peso na sua vida de jovem que deseja estar livre para buscar seus sonhos.
     Como as leis humanas são injustas, porque refletem a injustiça dos seres que as elaboram, algumas medidas procuram punir em vez de educar ou reabilitar. E isso não poderá generalizar-se para ser aplicado em qualquer circunstância, pois corresponderia à instalação do caos na vida social.
     Numa sociedade que anseia pela justiça real, a reverência pela vida é fundamental, uma vez que deveremos respeitar as Leis Divinas que governam a Natureza e as relações humanas. Não me refiro a nenhuma conotação com denominações religiosas específicas, mas apenas ao respeito pela vida.
     Eis por que o Espiritismo é frontalmente contra a proposta de matar. Qualquer iniciativa que tenha a intenção de fazê-lo irá configurar uma violência deplorável contra as Leis Divinas.
     E o que dizer a uma mãe que está gerando uma criança destinada a ter uma vida breve? Deveremos dizer-lhe que agradeça a Deus pela gestação, pois se trata de uma oportunidade de reabilitação para todos os envolvidos.



Fonte: Livreto da FEB – Em defesa da vida. Aborto não.
Site da FEP – Luta contra o aborto.
Livro – Sexo e consciência. Divaldo Franco, organizado por Luiz Fernando Lopez.