A nossa tarefa evolutiva é
aprimorar os recursos espirituais de que somos portadores para atingir um
estado de sublimação sexual. Essa sublimação não se dá exclusivamente pela
abstinência. O indivíduo poderá se abster do uso do sexo, mas permanecer com os
quadros mentais dos tormentos. Parceiros que vivem em plena harmonia estão
sublimando a função sexual. E quando um dos dois experimenta a viuvez está tão
perfeitamente integrado às aspirações superiores que pode dispensar o exercício
da função, já que a mente equilibrada proporciona um estado de paz. Ele
preenche os espaços mentais com as lembranças e a gratidão ao ser amado.
Joanna de Ângelis afirma que
sublimação não é abandonar a vivencia sexual para assumir uma conduta
castradora, inibitória. Afinal, muitas pessoas se encontram em castidade não
por opção consciente, mas por conflito.
A disciplina mental, que favorece
a sublimação sexual, é um habito que pode ser adquirido mediante o esforço. Se
nós selecionarmos os conteúdos que guardamos em nosso psiquismo ficará muito
mais fácil alcançar a paz interior que nos preservará de tormentos
desnecessários. Divaldo Franco, diz que: “Eu procuro manter uma técnica para
não impregnar a mente com cenas deploráveis: não me detenho a olhar tudo aquilo
que está ao meu alcance. Seleciono as imagens para diferenciar aquelas que são
agradáveis daquelas que não me interessa registrar.”
Quando falamos em sublimação
sexual não estamos falando necessariamente de abstinência. Um exemplo disso é o
Dr. Bezerra de Menezes, que na sua última encarnação foi casado duas vezes e
teve diversos filhos.
O ser humano tem o direito de exercer
a sua sexualidade conforme lhe aprouver. Mas quando procura sublimar as suas
aspirações sexuais e canalizá-las dentro dos padrões ético-morais estabelecidos
no Evangelho de Jesus, isto lhe dará muito mais plenitude.
Todavia, vivenciar sexo ou
transubstanciar as suas energias, aplicando-as em outros campos da vida, é uma
decisão de foro íntimo. O apóstolo Paulo já apresentou uma solução para esta
questão: se o indivíduo não tiver resistências para optar pela abstinência
saudável, sofrendo o perigo de desenvolver um transtorno psicológico
perturbador, é melhor que busque amar. Tanto a canalização das energias para
causas nobres quanto a vivência de um relacionamento saudável, fundamentado no
amor genuíno, constituem terapias para a alma imersa na experiência da
sexualidade em processo regenerativo.
A sublimação bem trabalhada não gera
conflito, por não constituir uma violência que programamos para submeter o
corpo. Como o próprio nome esclarece sublimar significa transformar
conscientemente as nossas tendências para o bem, o equilíbrio.
Eu diria àqueles que se encontram
nessa transição, entre as experiências anteriores e a conquista da paz na atual
reencarnação, que preenchendo as suas horas com quadros mentais superiores, que
são o fruto das ações nobres, terão um grande contributo para superar a cada
dia as tendências que necessitam de reeducação, até o momento em que as suas
emoções lhe facultem a restauração do equilíbrio.
Para que isso ocorra é indispensável
evitar as imagens e outros estímulos sensoriais que instigam o afloramento das
inclinações negativas, que resumam do passado de descalabros que nos
caracteriza. Infelizmente, vivemos em uma sociedade sexualista, em vez de
vivermos em uma sociedade afetiva. Os programas televisivos de teor
deseducativo, as companhias perturbadoras e os lugares repletos de pessoas
igualmente aturdidas pelos conflitos do sexo, funcionam como estímulos perniciosos
que depõem contra a nossa paz íntima. Se o indivíduo tomar as precauções
necessárias facilmente irá transformando os apetites e as tendências. E se for
médium, poderá converter as suas energias sexuais em potências para o
desempenho da mediunidade.
O nosso organismo é um laboratório que
produz substâncias sob o comando da mente, exigindo que canalizemos as energias
sem jamais tentar bloqueá-las ou implodi-las, o que resultaria em um
desequilíbrio de consequências lamentáveis para a nossa saúde psicofísica. E se
apesar dos cuidados tomados para aplicar as nossas energias o organismo ainda
se apresentar com alta potência energética, durante o sono e os sonhos os
excessos serão eliminados por meio das ejaculações ou poluções noturnas.
Fonte: Livro
Sexo e Consciência. Divaldo Franco. Organizado por Luiz Fernando Lopes.
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