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quinta-feira, 17 de outubro de 2019

SUBLIMAÇÃO SEXUAL

A nossa tarefa evolutiva é aprimorar os recursos espirituais de que somos portadores para atingir um estado de sublimação sexual. Essa sublimação não se dá exclusivamente pela abstinência. O indivíduo poderá se abster do uso do sexo, mas permanecer com os quadros mentais dos tormentos. Parceiros que vivem em plena harmonia estão sublimando a função sexual. E quando um dos dois experimenta a viuvez está tão perfeitamente integrado às aspirações superiores que pode dispensar o exercício da função, já que a mente equilibrada proporciona um estado de paz. Ele preenche os espaços mentais com as lembranças e a gratidão ao ser amado.

Joanna de Ângelis afirma que sublimação não é abandonar a vivencia sexual para assumir uma conduta castradora, inibitória. Afinal, muitas pessoas se encontram em castidade não por opção consciente, mas por conflito.


A disciplina mental, que favorece a sublimação sexual, é um habito que pode ser adquirido mediante o esforço. Se nós selecionarmos os conteúdos que guardamos em nosso psiquismo ficará muito mais fácil alcançar a paz interior que nos preservará de tormentos desnecessários. Divaldo Franco, diz que: “Eu procuro manter uma técnica para não impregnar a mente com cenas deploráveis: não me detenho a olhar tudo aquilo que está ao meu alcance. Seleciono as imagens para diferenciar aquelas que são agradáveis daquelas que não me interessa registrar.”

Quando falamos em sublimação sexual não estamos falando necessariamente de abstinência. Um exemplo disso é o Dr. Bezerra de Menezes, que na sua última encarnação foi casado duas vezes e teve diversos filhos. 

O ser humano tem o direito de exercer a sua sexualidade conforme lhe aprouver. Mas quando procura sublimar as suas aspirações sexuais e canalizá-las dentro dos padrões ético-morais estabelecidos no Evangelho de Jesus, isto lhe dará muito mais plenitude.

Todavia, vivenciar sexo ou transubstanciar as suas energias, aplicando-as em outros campos da vida, é uma decisão de foro íntimo. O apóstolo Paulo já apresentou uma solução para esta questão: se o indivíduo não tiver resistências para optar pela abstinência saudável, sofrendo o perigo de desenvolver um transtorno psicológico perturbador, é melhor que busque amar. Tanto a canalização das energias para causas nobres quanto a vivência de um relacionamento saudável, fundamentado no amor genuíno, constituem terapias para a alma imersa na experiência da sexualidade em processo regenerativo.

A sublimação bem trabalhada não gera conflito, por não constituir uma violência que programamos para submeter o corpo. Como o próprio nome esclarece sublimar significa transformar conscientemente as nossas tendências para o bem, o equilíbrio.

Eu diria àqueles que se encontram nessa transição, entre as experiências anteriores e a conquista da paz na atual reencarnação, que preenchendo as suas horas com quadros mentais superiores, que são o fruto das ações nobres, terão um grande contributo para superar a cada dia as tendências que necessitam de reeducação, até o momento em que as suas emoções lhe facultem a restauração do equilíbrio.

Para que isso ocorra é indispensável evitar as imagens e outros estímulos sensoriais que instigam o afloramento das inclinações negativas, que resumam do passado de descalabros que nos caracteriza. Infelizmente, vivemos em uma sociedade sexualista, em vez de vivermos em uma sociedade afetiva. Os programas televisivos de teor deseducativo, as companhias perturbadoras e os lugares repletos de pessoas igualmente aturdidas pelos conflitos do sexo, funcionam como estímulos perniciosos que depõem contra a nossa paz íntima. Se o indivíduo tomar as precauções necessárias facilmente irá transformando os apetites e as tendências. E se for médium, poderá converter as suas energias sexuais em potências para o desempenho da mediunidade.

O nosso organismo é um laboratório que produz substâncias sob o comando da mente, exigindo que canalizemos as energias sem jamais tentar bloqueá-las ou implodi-las, o que resultaria em um desequilíbrio de consequências lamentáveis para a nossa saúde psicofísica. E se apesar dos cuidados tomados para aplicar as nossas energias o organismo ainda se apresentar com alta potência energética, durante o sono e os sonhos os excessos serão eliminados por meio das ejaculações ou poluções noturnas.


Fonte: Livro Sexo e Consciência. Divaldo Franco. Organizado por Luiz Fernando Lopes.


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