Francisco Candido Xavier transcendeu a forma. A anima e o animus, os
símbolos psíquicos do feminino e do masculino, fundiram-se no psiquismo de
Chico Xavier, facultando que ele fosse um verdadeiro pai, quando necessário, e
uma mãe generosa, quando indispensável, sem qualquer conflito de identidade
sexual.
O médium que realmente se dedica ao trabalho de intercâmbio espiritual
irá aos poucos desenvolvendo uma espécie de bipolaridade psicológica. Significa
dizer que a médium que se esmera continuamente para atender aos compromissos
iluminativos, com o transcorrer do tempo poderá apresentar uma tonalidade
emocional nitidamente viril, sem nenhum prejuízo na sua afetividade feminina.
Refiro-me ao fato de que ela passará a demonstrar certo vigor diante dos
desafios que a existência impõe. São aquelas mulheres alçadas ao patamar de
líderes naturais na sustentação de uma obra de amor ou de um ideal. Ou seja, ao
lado da sua polaridade feminina, que funciona em regime de perfeita integração
fisiopsíquica, ela terá o ensejo de ampliar o seu potencial na polaridade oposta,
o que se torna uma excelente oportunidade evolutiva.
Da mesma forma, o médium que permanece dedicado à causa durante muitos
anos, ininterruptamente, detectará em si mesmo o afloramento de uma
sensibilidade afetiva mais aguçada, de uma tonalidade emocional tipicamente
materna, sem nenhum prejuízo da sua condição masculina. Esta nova tonalidade
emocional será o fruto da longa permanência na atividade mediúnica, já que a
mediunidade é uma forma de maternidade. São aqueles homens que revelam uma
especial ternura nas relações interpessoais. Ao lado da sua polaridade
masculina ele também terá espaço para desenvolver o potencial anímico na
polaridade oposta, o que será uma experiência evolutiva gratificante.
Conforme a conceituação da Psicologia Analítica de Jung, poderíamos
sintetizar a tese dizendo que a médium lúcida e idealista desenvolve aos poucos
o seu animus (o lado masculino da mulher), enquanto o médium dedicado favorece
a manifestação saudável da sua anima (o lado feminino do homem).
Desejo frisar que esta bipolaridade psicológica não guarda relação com
a orientação sexual adotada, que não sofre alterações por causa do fenômeno
descrito.
Fonte: Livro
Sexo e Consciência. Divaldo Franco. Organizado por Luiz Fernando Lopes.
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