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quinta-feira, 25 de maio de 2017

ESPERANÇA

Porque tudo que dantes foi escrito, para nosso ensino foi escrito, para que pela paciência e consolação das Escrituras tenham esperança. 
– Paulo (Romanos, 15:4.)

             A esperança é a luz do cristão.

            Nem todos conseguem, por enquanto, o voo sublime da fé, mas a força da esperança é tesouro comum.

           Nem todos podem oferecer, quando querem, o pão do corpo e a lição espiritual, mas ninguém na Terra está impedido de espalhar os benefícios da esperança.

           A dor costuma agitar os que se encontram no “vale da sombra e da morte”, onde o medo estabelece atritos e onde a aflição percebe o “ranger de dentes”, nas “trevas exteriores”, mas existe a luz interior que é a esperança.

          A negação humana declara falências, lavra atestados de impossibilidade, traça inextricáveis labirintos, no entanto, a esperança vem de cima, à maneira do Sol que ilumina do alto e alimenta as sementeiras novas, desperta propósitos diferentes, cria modificações redentoras e descerra visões mais altas.

          A noite espera o dia; a flor, o fruto; o verme, o porvir... O homem, ainda mesmo que se mergulhe na descrença ou na dúvida, na lágrima ou na dilaceração, será socorrido por Deus com a indicação do futuro.

         Jesus, na condição de Mestre divino, sabe que os aprendizes nem sempre poderão acertar inteiramente, que os erros são próprios da escola evolutiva e, por isto mesmo, a esperança é um dos cânticos sublimes do seu Evangelho de Amor.

        Imensas tem sido, até hoje, as nossas quedas, mas a confiança do Cristo é sempre maior. Não nos percamos em lamentações. Todo momento é instante de ouvir Aquele que pronunciou o “Vinde a mim...”

        Levantemo-nos e prossigamos, convictos de que o Senhor nos ofereceu a luz da esperança, a fim de acendermos em nós mesmos a luz da santificação espiritual.

Pelo Espírito Emmanuel.
Psicografia de Chico Xavier.

Fonte: Vinha de Luz. Pelo Espírito Emmanuel. Psicografia de Chico Xavier. Coleção Fonte Viva.





“Fortalecemos nossa esperança em dias melhores, em nós mesmos e acima de tudo em Deus. Que como um Pai não deixa nenhum do seus filhos desamparados, segundo a sua obra. Que na escuridão da caminhada evolutiva os ensinos do Evangelho que Cristo nos trouxe possa ser a luz nos momentos escuros e a esperança de claridade futura. Que tenhamos a certeza que nunca estaremos desamparados, que o Amor de Deus, imensurável para nós, sempre está nos auxiliando, seja das maneiras mais desconhecidas e mais inesperadas que possamos imaginar. Que a luz de Mestre Jesus e sua energia nos ampare sempre, e que fortaleça a nossa esperança no futuro, no amor, na caridade... Que a esperança sempre floresça em nossos corações como uma lida flor perfumada.” - Jardim Espírita. 

sexta-feira, 19 de maio de 2017

DEUS PRIMEIRO

       Caminharás, muitas vezes, no mundo, à maneira de barco no oceano revolto, sob a ameaça de soçobro, a cada momento; entretanto, pensa em Deus primeiro e encontrarás o equilíbrio que reina, inviolável, no seio dos elementos.

       Se a natureza parece descer à desordem, prenunciando catástrofe, não permitas que a tua palavra se converta em agente da morte. Fala em Deus primeiro.

      Antes das destruições que hoje atribulam a Humanidade, outras destruições ocorreram ontem, mas Deus plantou, em silêncio, novas cidades e novos campos onde a ventania da transformação instalara o deserto.

     Se os profetas da calamidade e da negação anunciarem o fim do mundo, traçando quadros de aflição e terror, crê em Deus primeiro. Recordando que ainda mesmo da cova pequenina, em que a semente minúscula é sepultada, o Senhor faz nascer a graja do perfume e a beleza da cor, a abastança da seiva e a alegria do pão.

     Se a dor te constringe o peito, em forma de angústia ou abandono, tristeza ou enfermidade, recorre a Deus primeiro.

     Ele será teu refúgio na tempestade, companheiro na solidão, esperança nas lágrimas, remédio no sofrimento.

     Diante de toda provação e à frente dos próprios erros, busca Deus primeiro.

     Ele, que mantém as estrelas no Espaço e alimenta os vermes no abismo, ser-nos-á sustento e consolo.

     Nesse ou naquele problema, quanto nessa ou naquela dificuldade, confia em Deus primeiro e sentirás que a nossa própria vida é uma bênção de luz, para sempre guardada nos braços do Amor Eterno.


Pelo Espírito Emmanuel.
Psicografia de Chico Xavier.



                     


Fonte: do livro – Caminho Espírita.Psicografado por Francisco Cândido Xavier. 

quinta-feira, 11 de maio de 2017

DA NATUREZA E ATRIBUTOS DE DEUS

        O homem não pode compreender a natureza íntima de Deus, é um sentido que lhe falta. O homem só irá compreender o mistério da Divindade quando seu espírito não estiver mais obscurecido pela matéria e, pela sua perfeição, estiver próximo de Deus, então, o homem verá e compreenderá Deus. Pois, a inferioridade das faculdades do homem não lhe permite compreender a natureza íntima de Deus. Na infância da Humanidade, o homem o confunde, frequentemente, com a criatura, da qual lhe atribui as imperfeições. Mas, à medida que o senso moral se desenvolve nele, seu pensamento penetra melhor o fundo das coisas, e dele faz uma ideia mais justa e mais conforme a sã razão.

        Como não podemos compreender a natureza íntima de Deus no nosso atual 
estagio evolutivo, podemos ter uma ideia de algumas de Suas Perfeições, porque vamos compreendendo melhor à medida que nos elevamos acima da matéria, e vamos entrevê as Suas Perfeições pelo pensamento. 

        Então, não é dado ao homem sondar a natureza íntima de Deus. Para compreender Deus nos falta, ainda, o sentido que não se adquire senão pela completa depuração do Espírito. Mas, se o homem não pode penetrar a sua essência, sendo a sua existência dada como premissa, pode, pelo raciocínio, chegar ao conhecimento dos seus atributos necessários; porque, em vendo o que não pode deixar, sem cessar, de ser Deus, disso conclui o que deve ser. 

                   


        Sem o conhecimento dos atributos de Deus, seria impossível compreender a obra da criação; é o ponto de partida de todas as crenças religiosas, e foi pela falta de a ela se referirem, como farol que poderia dirigi-las, que a maioria das religiões errou em seus dogmas. As que não atribuíram a Deus a onipotência, imaginaram vários deuses; as que não lhe atribuíram a soberana bondade, dele fizeram um deus ciumento, colérico, parcial e vingativo.

        - Deus é a suprema e soberana inteligência. A inteligência do homem é limitada, uma vez que não pode nem fazer e nem compreender tudo o que existe; a de Deus, abarcando o Infinito, deve ser infinita. Se se supusesse limitada em um ponto qualquer, poder-se-ia conceber um ser ainda mais inteligente, capaz de compreender e de fazer o que o outro não faria, e, assim, sucessivamente até o infinito.

        - Deus é eterno, quer dizer que não teve começo e nem terá fim. Se houvesse tido um começo, teria saído do nada; o nada não sendo nada, nada pode produzir; ou bem ele haveria sido criado por um ser anterior, e, então, esse ser é que seria Deus. Se se lhe supusesse um começo ou um fim, poder-se-ia, pois, conceber um ser tendo existido antes dele, ou podendo existir depois dele, e assim sucessivamente até o infinito.

        - Deus é imutável. Se estivesse sujeito a mudanças, as leis que regem o Universo não teriam nenhuma estabilidade.

        - Deus é imaterial, quer dizer, que a sua natureza difere de tudo o que chamamos matéria; de outro modo, não seria imutável, porque estaria sujeito às transformações da matéria. Deus não tem forma apreciável pelos nossos sentidos; sem isto, seria matéria. (...)

       - Deus é todo-poderoso. Porque é único. Se não tivesse o supremo poder, poder-se-ia conceber um ser mais poderoso, e assim, sucessivamente até que se encontrasse o ser que nenhum outro poderia superar em poder, e este é que seria Deus.

        - Deus é soberanamente justo e bom. A sabedoria providencial das leis divinas se revela nas pequenas coisas como nas maiores, e essa sabedoria não permite duvidar nem da sua justiça, nem da sua bondade. (...) A soberana bondade implica na soberana justiça; porque se agisse injustamente, ou com parcialidade, em uma só circunstância, ou com relação a uma só das suas criaturas, não seria soberanamente justo e, por consequência, não seria soberanamente bom.


        - Deus é infinitamente perfeito. É impossível conceber Deus sem o infinito das perfeições, sem o que não seria Deus, porque se poderia sempre conceber um ser possuindo o que lhe faltasse. Para que nenhum ser possa superá-lo, é preciso que seja infinito em tudo.

        - Deus é único. A unidade de Deus é a consequência do infinito das perfeições. Um outro Deus não poderia existir senão com a condição de ser igualmente infinito em todas as coisas; porque se houvesse, entre eles, a mais leve diferença, um seria inferior ao outro, subordinado ao seu poder, e não seria Deus. Se houvesse, entre eles, igualdade absoluta, seria, de toda a eternidade, um mesmo pensamento, uma mesma vontade, um mesmo poder; assim, confundidos em sua identidade, não seriam, em realidade, senão um único Deus. Se cada um tivesse atribuições especiais, um faria o que o outro não faria, e, então, não teriam, entre eles, igualdade perfeita, uma vez que, nem um nem o outro, teria a soberana autoridade.

       Então, quando dizemos que Deus é eterno, infinito, imutável, imaterial, único, todo-poderoso, soberanamente justo e bom, é uma ideia de como é Deus do nosso ponto de vista, porque cremos tudo abraçar. Mas há coisas acima da inteligência do homem mais inteligente, e para as quais nossa linguagem é limitada as nossas ideias e as nossas sensações, não tem expressão adequada.

       Foi a ignorância do infinito das perfeições de Deus que engendrou o politeísmo, culto de todos os povos primitivos; eles atribuíram divindade a todo poder que lhes pareceu acima da Humanidade; mais tarde, a razão levou-os a confundir essas diversas potências em uma única. Depois, à medida que os homens compreenderam a essência dos atributos divinos, suprimiram, dos seus símbolos, as crenças que dele eram a negação.

       Em resumo, Deus não pode ser Deus senão com a condição de ai ser superado, em nada, por um outro ser; porque, então, o ser que o superasse, no que quer que fosse, não fora senão na espessura de um cabelo, seria o verdadeiro Deus; por isso, é preciso que seja infinito em todas as cosias.

       É assim que, estando a existência de Deus constatada pelo fato das suas obras, chega-se pela simples dedução lógica, a determinar os atributos que o caracterizam.

       Deus é, pois, a suprema e soberana inteligência; é único, eterno, imutável, imaterial, todo-poderoso, soberanamente justo e bom, infinito em todas as suas perfeições, e não pode ser outra coisa. Tal é o eixo sobre o qual repousa o edifício universal; é o farol cujos raios se estendem sobre o Universo inteiro, e que, unicamente, pode guiar o homem na procura da verdade; seguindo-O, o homem não se perderá nunca, e se está tão frequentemente extraviado é por falta de ter seguido a rota que lhe estava indicada.

       Tal é, também, o critério infalível de todas as doutrinas filosóficas e religiosas; o homem tem, para julgá-las, uma medida, rigorosamente exata, nos atributos de Deus, e pode se dizer, com certeza, que toda teoria, todo princípio, todo dogma, toda crença, toda prática que estivesse em contradição com um único dos seus atributos, que tendesse não somente a anulá-los, mas simplesmente enfraquecê-los, não poderia estar com a verdade.

       Em filosofia, em psicologia, em moral, em religião, não há de verdadeiro senão aquilo que não se desvie um iota das qualidades essenciais da Divindade. A verdadeira religião será aquela na qual nenhum artigo de fé esteja em oposição com essas qualidades, na qual todos os dogmas poderão sofrer a prova desse controle, sem dele receber nenhum prejuízo.

                     


Fonte: O Livro dos Espírito, de Allan Karde.
A Gênese – Os Milagres e as Predições Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec.


quinta-feira, 4 de maio de 2017

EXISTÊNCIA DE DEUS

         Allan Kardec iniciou O Livro dos Espíritos com uma grande questão, que permeia a humanidade desde do inicio de sua existência, Kardec perguntou aos espíritos superiores:
        1 – Que é Deus?
E os espíritos superiores responderam: Deus é a inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas.

        E Kardec continuou a indagar aos espíritos superiores, na segunda e terceira questão do livro dos espíritos encontramos as seguintes perguntas:
        2 – Que se deve entender por Infinito?
Resposta: O que não tem começo e nem fim; o desconhecido; tudo o que é desconhecido é infinito.

       3 – Poder-se-ia dizer que Deus é o infinito?
Resposta: Definição incompleta. Pobreza da linguagem dos homens, que é insuficiente para definir as coisas que estão acima de sua inteligência.
        Em nota explicativa a esta questão Kardec escreveu: Deus é infinito em suas perfeições, mas o infinito é uma abstração. Dizer que Deus é o infinito é tomar o atributo pela própria coisa, e definir uma coisa que não é conhecida, por uma coisa que também não o é.

       Na quarta pergunta de O Livro dos Espíritos, Kardec pergunta aos espíritos superiores sobre a prova da existência de Deus:
       4 – Onde se pode encontrar a prova da existência de Deus?
Resposta: Num axioma que aplicais às vossas ciências: não há efeito sem causa. Procurai a causa de tudo o que não é obra do homem, e vossa razão vos responderá.
       Em nota explicativa a esta questão Kardec escreveu: Para crer em Deus basta lançar os olhos sobre as obras da criação. O Universo existe; ele tem, pois, uma causa. Duvidar da existência de Deus seria negar que todo efeito tem uma causa, e adiantar que o nada pode fazer alguma coisa. 


        Sendo Deus a causa primeira de todas as coisas, o ponto de partida de tudo, o eixo sobre o qual repousa o edifício da criação, é o ponto que importa considerar antes de tudo.

        É principio elementar que se julgue uma causa por seus efeitos, mesmo quando não se vê a causa. (...) Não é, pois, sempre necessário ter visto uma coisa para saber que ela existe. Em tudo, é observando-se os efeitos que se chega ao conhecimento das causas.

       Um outro princípio também elementar, passado ao estado de axioma, por força de verdade, é que todo efeito inteligente deve ter uma causa inteligente. (...)

       Lançando os olhos ao redor de si, sobre as obras da Natureza, observando a previdência, a sabedoria e a harmonia que presidem a tudo, reconhece-se que não há nenhuma delas que não sobrepasse o mais alto alcance da inteligência humana. Desde que o homem não pode produzi-las, é porque são o produto de uma inteligência superior à humanidade, a menos que se diga que há efeitos sem causa.
       No mecanismo do Universo, Deus não se mostra, mas se afirma pelas suas obras.

       A existência de Deus é, pois, um fato adquirido, não somente pela revelação, mas pela evidência material dos fatos. Os povos selvagens não tiveram revelação e, não obstante, creem, instintivamente, na existência de um poder sobre-humano; veem coisas que estão acima do poder humano, e delas concluem que provem de um ser superior à Humanidade.


Fonte: O Livro dos Espírito, de Allan Kardec.
           A Genêse – Os Milagres e as Predições Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec.