“Para que uma conduta pacifista se estabeleça e
predomine no homem, faz-se necessária uma
vontade forte que promova a revolução interior,
em violência contra si mesmo, através da revisão
e reestruturação dos conceitos sobre a vida,
assumindo uma posição de princípios definidos,
sem titubeios nem ambiguidades escapistas.
Tomada essa conduta, a marcha se faz amena,
porque o homem passa a considerar todos os
sucessos do ponto de vista espiritual, isto é, da
transitoriedade da existência corporal e da
perenidade do Espírito.
Desse modo, muda a paisagem dos fenômenos
humanos que, efeitos de causas profundas,
devem ser examinados e corrigidos nas suas
gêneses, antes que mediante a irrupção de novos
incidentes, em razão das reações tomadas contra
os mesmos.
Agir com lucidez ao invés de reagir pela força, é
a conduta certa, porque procedente da razão,
antes que decorrente do instinto-paixão
dissolvente.
Não há outra alternativa para o ser inteligente,
senão o uso da razão em todo momento e em
qualquer ocorrência nas quais seja colhido.
A sua reação não pode ultrapassar o limite do
equilíbrio, sustando o golpe que lhe foi desferido
ou o amortecendo no algodão da misericórdia em
favor de quem lho aplicou...
Mediante esse processo, ruem as barreiras da
intolerância, e do ódio; acabam-se as distâncias
impeditivas à fraternidade; apagam-se as
mágoas; diluem-se os rancores, porque ninguém
logra vencer aquele que a si próprio já se venceu.
Os ultrajes não o afetam; as agressões não o
intimidam; a morte não o atemoriza, porque ele
é livre, portador de uma liberdade que algema
nenhuma escraviza ou aprisiona, nem cárcere
algum limita...
É, portanto, imbatível, terminando por fazer-se
amado, mártir dos ideais e das aspirações de
todos. Pronto!”
Pelo Espírito Victor Hugo.
Psicografia de Divaldo Franco.
Livro: Árdua Ascensão