O CICLO DE SOFRIMENTO. E A CORAGEM DE REVER A NOSSA PRÓPRIA HISTÓRIA.

          Quando sofremos, fechamos-nos em nosso ciclo de sofrimento. Mas, se nos permitirmos olharmos em volta por um momento vamos ver quanto sofrimento está acontecendo por todo o planeta Terra. Sofrimentos estes de diferentes tipos, seja sofrimentos dos mais naturais como a partida de um ente querido para o mundo espiritual, em que nós ainda não conseguimos assimilar este processo que não é o fim; seja doenças graves; tormentos psicológicos; sofrimentos provenientes de desvios morais; de violência; de relações tumultuadas; financeiras; refugiados; fome; descaso... e o que chama atenção do planeta atualmente atos terroristas.

         Vivemos épocas de mudanças de Eras, estamos em processo de transição do Mundo de Provas e Expiações para um Mundo de Regeneração. Em Mundos de Provas e Expiações, é inevitável que não passamos por algum tipo de sofrimento. Se não estamos a sofrer hoje algum tipo de provação iremos sofrer amanhã, não tem como não fugir disto. Pois, precisamos destes sofrimentos para podermos evoluir, faz parte do aprendizado do nível evolutivo em que estamos vivendo. Não podemos achar que somos intocáveis, pois o sofrimento é para todos nós, sem exceção. Estamos colhendo o que plantamos nesta ou em outras vidas. E a lei da Ação e Reação vem sempre cobrar mais cedo ou mais tarde a todos nós. O sofrimento que passamos é reflexo das nossas próprias atitudes, então não os coloquemos em terceiros e muito menos em Deus a culpa. Se somos capazes de fazer atos que geram dívidas perante as Leis Divinas, somos capazes de pagar por tais erros.

        Como é triste ver todas essas coisas acontecendo, todos os dias é como se a violência tomasse mais força, a cada dia mais vermos pessoas chorarem por entes queridos mortos em atos de violência, muitas vezes em situações bárbaras... quantas mães hoje choram, quantos pais, quantos filhos, quantas esposas, quantos maridos, quantos irmãos, quantos avós, quantos tios... Quantos de nós hoje choram por ver tantas barbarias cometidas a seres humanos, todos filhos do mesmo Deus, que é Pai-Mãe Arquiteto de todo o Universo, Senhor de todos os mundos habitados por diferentes tipos de vidas em todo o cosmo, mundos estes menos avançados, iguais e mais avançados que nós.

         Não meus amigos, não devemos nos prender em nosso egoísmo e pensarmos que só nós sofremos e que estamos passando por momentos de dificuldade. Observemos quantas famílias desesperadas tem por todo o planeta, como os refugiados que andam centenas de quilômetros cansados, em exaustão ou atravessam mares em barcos precários sem absolutamente nada, apenas carregando uma esperança de vida melhor; e quantas famílias hoje choram a morte dos seus em atentados terroristas; quantas famílias hoje choram pela violência diária; por dores provocadas por imprevidências morais; pela fome; pelo egoísmo dos governantes; por doenças...

         Que possamos nos voltar para o bem, para o amor, apesar da escuridão que carregamos não somos totalmente trevas, há luz em nós. Que possamos nos voltar para o bem e pratica-lo, é como se o mal por todo o planeta estivesse dando os seus últimos gritos para tentar reinar na Terra, gritos estes dados ainda na escuridão em que está no prelúdio do amanhecer, da luz brilhar de uma Nova Era. Gritos estes que também está ecoando dentro de nós, em que a nossa inferioridade que ainda carregamos está tentando nos chamar atenção, e que por sermos ainda inexperientes sedemos a estes gritos inferiores, em que ecoam dos nossos instintos primitivos, e assim cometemos erros, falhamos, mas a grande questão é a força para levantarmos sempre nessas quedas.

         Apesar das quedas, das aflições, perturbações, conflitos, sofrimentos... que passamos; que possamos olhar ao nosso redor e ver que o próximo sofre mais que nós, que apesar do nosso sofrimento podemos de alguma forma pegar um pouco da luz que carregamos e iluminar a escuridão; que possamos confiar em nós; que possamos sofrer com resignação; que possamos nos permitir a amar; a compreender a nós mesmos de uma forma lúcida e imparcial para termos a coragem de rever a nossa posição e mudar a nossa história...

        Que Jesus nos ampare sempre.

Jardim Espírita.