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quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Post.216: AMAI OS VOSSOS INIMIGOS

Caracteres da perfeição

Amai os vossos inimigos; fazei o bem aqueles que vos odeiam e orai por aqueles que vos perseguem e que vos caluniam; porque se não amais senão aqueles que vos amam, que recompensa com isso tereis? Os publicanos não o fazem também? E se vós não saudardes senão vossos irmãos, que fazeis nisso mais que os outros? Os pagãos não o fazem também? Sede pois, vós outros, perfeitos, como vosso Pai celestial é perfeito. (Mateus, cap. V, v. 44,46, 47 e 48).

Uma vez que Deus possui a perfeição infinita em todas as coisas, esta máxima: “Sede perfeitos como vosso Pai Celestial é perfeito”, tomada ao pé da letra, pressuporia a possibilidade de se atingir a perfeição absoluta. Se fosse dado à criatura ser tão perfeito quanto o Criador, ela tornar-se-lhe-ia igual, o que é inadmissível. Mas os homens aos quais Jesus se dirigia não teriam compreendido essa nuança, ele se limitou a lhes apresentar um modelo e lhes disse para se esforçarem por alcançá-lo.

É preciso, pois, entender, por essas palavras, a perfeição relativa, aquela da qual a Humanidade é suscetível e que mais a aproxima da Divindade. Em que consiste essa perfeição? Jesus disse: “amar os inimigos, fazer o bem aqueles que nos odeiam, orar por aqueles que nos perseguem.” Ele mostra, assim, que a essência da perfeição é a caridade em sua mais larga acepção, porque ela implica a prática de todas as outras virtudes.

Com efeito, observando-se os resultados de todos os vícios, e mesmo dos simples defeitos, se reconhecerá que não há nenhum que não altere, mais ou menos, o sentido da caridade, pois todos tem o seu princípio no egoísmo e no orgulho, que são a sua negação; porque tudo o que superexcita o sentimento da personalidade, destrói, ou pelo menos enfraquece, os elementos da verdadeira caridade, que são: a benevolência, a indulgência, a abnegação e o devotamento. O amor ao próximo, levado até ao amor dos inimigos, não podendo se aliar com nenhum defeito contrário à caridade é, por isso mesmo, sempre o indício de  maior ou menos superioridade moral; de onde resulta que o grau de perfeição está na razão direta da extensão desse amor; por isso, Jesus, depois de ter dado aos seus discípulos as regras da caridade naquilo que ela tem de mais sublime, lhes disse: “Sede, pois, perfeitos como vosso Pai Celestial é perfeito.”


Fonte: O Evangelho Segundo o Espiritismo. Allan Kardec. Cap. XVII – itens 1 e 2.



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