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quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Post.215: PENA DE MORTE, NA VISÃO DO ESPIRITISMO


A pena de morte desaparecerá incontestavelmente  um dia da legislação humana, e sua supressão marcará um progresso na Humanidade. Quando os homens estiverem mais esclarecidos, a pena de morte será completamente abolida sobre a Terra. Os homens não terão mais necessidade de serem julgados pelos homens.  Época que ainda está muito distante de nós, segundo os Espíritos Superiores.

O progresso social, sem duvida, deixa ainda muito a desejar, mas seria injusto para com a sociedade moderna se não se visse um progresso nas restrições trazidas à pena de morte  entre os povos, os mais avançados, e na natureza dos crimes aos quais se limita sua aplicação. Se se comparam as garantias com que a justiça, entre esses mesmos povos, se esforça para cercar o acusado, a humanidade que ela usa para com ele, ainda mesmo que seja reconhecido culpado, com o que se praticava em tempos que não são ainda muito distantes, não se pode desconhecer o caminho progressivo pelo qual marcha a Humanidade.

Há outros meios de se preservar do perigo senão o de matar. Aliás, é preciso abrir ao criminoso a porta do arrependimento, e não fechá-la.

Será que a pena de morte não foi uma necessidade nas épocas menos avançadas? Necessidade não é a palavra. O homem crê sempre uma coisa necessária quando ele não encontra nada melhor. À medida que se esclarece, compreende melhor o que é justo  ou injusto e repudia os excessos cometidos, nos tempos de ignorância, em nome da justiça.


A questão 763 de O Livros dos Espíritos:
Pergunta:   A restrição dos casos em que se aplica a pena de morte é um índice de progresso na civilização?
Resposta: Podes duvidar?  Teu espírito não se revolta lendo a narrativa das carnificinas humanas que se faziam outrora em nome da justiça e, frequentemente, em honra da Divindade? Das torturas que se fazia o condenado suportar, e mesmo o acusado para lhe arrancar, pelo excesso de sofrimento, a confissão de um crime que, frequentemente, ele não cometera? Pois bem! Se tivesses vivido nossas épocas, terias achado tudo isso natural e talvez tu, juiz, terias feito o mesmo. É assim que aquilo que parece justo em uma época, parecerá bárbaro em uma outra. Só as leis divinas são eternas; as leis humanas mudam com o progresso. Elas mudarão ainda, até que sejam postas em harmonia com as leis divinas.

A questão 764 de O Livros dos Espíritos:
Pergunta:  Jesus disse: Quem matou pela espada, perecerá pela espada. Essas palavras não são a consagração da pena de talião? A morte infligida ao homicida não é a aplicação dessa pena?
Resposta:  Tomai cuidado! Tendes vos enganado sobre essas palavras, como sobre muitas outras. A pena de talião é a justiça de Deus e é Ele que a aplica. Todos vós suportais, a cada instante, essa pena, porque sois punidos pelo que pecastes, nesta vida ou em outra vida. Aquele que fez sofrer seus semelhantes, estará numa posição em que sofrerá, ele mesmo, o sofrimento que causou. É o sentido das palavras de Jesus; mas vos disse também: Perdoai aos vossos inimigos e vos ensinou a pedir a Deus perdoar as vossas ofensas, como vós mesmos tiverdes perdoado; quer dizer, na mesma proporção que tiverdes perdoado: compreendei-o bem.


A pena de morte infligida em nome de Deus, é tomar o lugar de Deus na pratica da justiça. Os que agem assim mostram o quanto estão longe de compreender Deus e que tem ainda muitas coisas a expiar. A pena de morte é um crime também quando se é aplicada em nome de Deus, e os que a infligem são acusados igualmente de homicídio.


Fonte: O Livro do Espíritos. Allan Kardec. Questões 760 à 765.

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