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terça-feira, 11 de abril de 2023

LINDOS CASOS DE BEZERRA DE MENEZES: O ÚLTIMO DIA DE DR. BEZERRA DE MENEZES

                                        

        Dr. Bezerra de Menezes faleceu em decorrência de um acidente vascular cerebral em 11 de abril de 1900, quando tinha 68 anos de idade. Então hoje lembramos a sua desencarnação ocorrida há 123 anos.

        No livro Lindos Casos de Bezerra de Menezes, de Ramiro Gama, a sobrinha-neta de Dr. Bezerra, dona Fausta Bezerra Silva, narrou na tarde de 9 de agosto de 1962, momentos da vida de Bezerra de Menezes, dentre esses o seu último dia.

        Quando Dr. Bezerra de Menezes desencarnou, sua sobrinha-neta contava com doze anos de idade. Dr. Bezerra lhe dedicara particular estima por ela possuir um espírito sensível e os dons da vidência e audiência.

        E dona Fausta continua contando que...

        “No dia 10 de abril de 1900, às vésperas de seu desencarne, pedi à minha mãe para levar à sua casa. Sabia-o gravemente enfermo. Aqui e pelos morros havia um clima de tristeza. Todos sentíamos que íamos perder o nosso grande Amigo, o querido Médico dos pobres, o Anjo encarnado da caridade, um dos raros discípulos de Jesus, quando o Espiritismo codificado contava seus 43 anos de consolações.

        Ainda me lembro, emocionada.   

        Penetrei em seu quarto ornado de uma cama e outros moveis simples e sentei-me numa cadeira junto à sua cabeceira.

        Olhou-me e sorriu. Não falava. Somente, minutos antes de seu desencarne, voltou-lhe a voz e mesmo assim, como desejara, para orar à Virgem, de Quem foi devoto sincero e humilde e agradecer-lhe os socorros, a assistência, o amor imenso de mãe querida.

        Aquela cadeira tornou-se histórica.

        Desejei guardá-la e não o conseguir.

        Senti muito.

        Nela sentaram-se infinidades de pessoas, ricas e pobres, sãs e doentes, visitando-o nos seus últimos momentos.

        Diante da serenidade, do testemunho que nos deu de resignação na sua enfermidade, congestão cerebral agravada com a anasarca, todos choravam, evangelizados com aquela página de luz e dor, de humildade e fé.

        O ambiente que possibilitou, mesmo naquela conjuntura, foi de emoção e cura, até para os que, doentes do corpo e da alma, o procuravam no leito da agonia.

        E saíam, dali, melhorados.

        Aquela cadeira registrou prantos e milagres, vibrações sinceras e piedosos agradecimentos.

        No dia seguinte, às 11 horas e meia da manhã, como um justo, entregou sua alma ao Criador.

        Seu enterro foi uma apoteose. Gente dos morros, a cidade e dos subúrbios, homens e mulheres, levaram-lhe o corpo, a pé, daqui até ao cemitério São Francisco Xavier, no Caju.

        Está enterrado logo na entrada, ao lado direito da Capela.

        Há sempre flores no seu túmulo.

        Flores dos corações agradecidos ao Apostolo da Bondade nas terras do Brasil!”


Túmulo/Nicho de Dr. Adolfo Bezerra de Menezes
Cemitério de São Francisco Xavier,  também conhecido como Cemitério do Caju.
Rio de Janeiro, Brasil. Foto Ismael Gobbo



Desencarne
        Foi em meio a grandes dificuldades financeiras que sofreu um acidente vascular cerebral, que o deixou acamado, em janeiro de 1900. Durante três meses Bezerra de Menezes ficou sem poder falar ou se movimentar. Só os olhos se moviam. Houve verdadeira peregrinação à casa do médico dos pobres, no subúrbio modesto. Assim, como acontecia no seu consultório, pobres e ricos misturaram-se em sua casa para visitar o doente. Cada pessoa entrava uma a uma no quarto onde Bezerra ficava, sentava-se em uma cadeira, não falava nada, porque ele não poderia responder, ficava alguns minutos e saía comovida pelo olhar que Bezerra lhe dirigia. E as visitas seguiu-se dia e noite.
        Bezerra de Menezes desencarnou em 11 de abril de 1900, às 11:30 horas da manhã, na Rua 24 de Maio. Tendo ao seu lado a dedicada companheira de tantos anos, Cândida Augusta. A cidade agitou-se com a noticia do seu desencarne, prestando-lhe homenagens.

 

Fonte: livro - Lindos Casos de Bezerra de Menezes, de Ramiro Gama. Uma entrevista com uma sobrinha-neta do Dr. Bezerra de Menezes. 



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