Preparação do
cristianismo
As lições da
palestina foram, desse modo, precedidas de laboriosa e longa preparação na
intimidade dos milênios.
Os sacerdotes
de todas as grandes religiões do passado supuseram, nos seus mestres e nos seus
mais altos iniciados, a personalidade do Senhor, mas temos de convir que Jesus
foi inconfundível.
À luz
significativa da história, observamos muitas vezes, nos seus auxiliares ou
instrumentos humanos, as características das vulgaridades terrestres. Alguns
foram ditadores de consciências, enérgicos e ferozes no sentido de manter e
fomentar a fé; outros, traídos em suas forças e desprezando os compromissos
sagrados com o Salvador, longe de serem instrumentos do Divino Mestre, abusaram
da própria liberdade, dando ouvidos às forças subversivas da treva,
prejudicando a harmonia geral.
O Cristo
inconfundível
Mas Jesus
assinalada a sua passagem pela Terra com o selo constante da mais augusta
caridade e do mais abnegado amor. Suas parábolas e advertências estão
impregnadas do perfume das verdades eternas e gloriosa. A manjedoura e o
calvário são lições maravilhosas, cujas claridades iluminam os caminhos
milenários da humanidade inteira, e sobretudo os seus exemplos e atos
constituem um roteiro de todas as grandiosas finalidades, no aperfeiçoamento da
vida terrestre. Com esses elementos, fez uma revolução espiritual que permanece
no globo há dois milênios. Respeitando
as leis do mundo, aludindo à efígie de César, ensinou as criaturas humanas a se
elevarem para Deus, na dilatada compreensão das mais santas verdades da vida.
Remodelou todos os conceitos da vida social, exemplificando a mais pura
fraternidade. Cumprido a Lei Antiga, encheu-lhe o organismo de tolerância, de
piedade e de amor, com as suas lições na praça pública, em frente das criaturas
desregradas e infelizes, e somente Ele ensinou o “Amai-vos uns aos outros”,
vivendo a situação de quem sabia cumpri-lo.
Os espíritos
incapacitados de o compreender podem
alegar que as suas formulas verbais eram antigas e conhecidas; mas
ninguém poderá contestar que a sua exemplificação foi única, até agora, na face
da Terra.
A maioria dos
missionários religiosos da antiguidade se compunha de príncipes, de sábios ou
de grandes iniciados, que saíam da intimidade confortável dos palácios e dos
templos; mas o Senhor da semeadura e da seara era a personificação de toda a
sabedoria, de todo o amor, e o seu único palácio era a tenda humilde de um
carpinteiro, onde fazia questão de ensinar à posteridade que a verdadeira
aristocracia deve ser a do trabalho, lançando a fórmula sagrada, definida pelo
pensamento moderno, como o coletivismo das mãos, aliado ao individualismo dos
corações síntese social para a qual caminham as coletividades dos tempos que
passam – e que, desprezando todas as convenções e honrarias terrestres,
preferiu não possuir pedra onde repousasse o pensamento dolorido, a fim de que
aprendessem os seus irmãos a lição inesquecível do “Caminho, da Verdade e da
Vida”.
Fonte: Livro
– A Caminho da Luz. Pelo Espírito Emmanuel. Psicografia de Chico Xavier. Cap.
IX.
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