Segundo o CVV(Centro de Valorização da Vida), a cada hora uma pessoa tira a sua vida no
Brasil, mesmo período no qual outras três tentam se matar. Sendo considerado
pelo Ministério da Saúde como um problema de saúde pública. E este tema deveria
ser discutido em todos os lugares: nos lares, nos ambientes de trabalho, nas
escolas, nas religiões... Mas, ainda há grande tabu, preconceito e vergonha nessa
luta. Pois, a morte por suicídio toca em questões de crenças, escolhas,
barreiras sociais...
Para o CVV
quanto para a OMS, trata-se de um problema que se pode prevenir na grande
maioria das vezes, a OMS estima que 90% dos casos de suicídio podem serem
prevenidos desde que existam condições mínimas para oferta de ajuda voluntária
ou profissional, e esse é um dos maiores esforços do CVV. Estudar e discutir
sobre o suicídio é uma das formas mais eficientes de se promover a prevenção,
pois esta só é possível quando a população, os profissionais de saúde, os
jornalistas e governantes tem informações suficientes para conduzir as medidas
adequadas e ao seu alcance nessa frente.
A população
LGBTQIA+ é uma das que mais sofrem com essa epidemia silenciosa. De acordo com
uma pesquisa realizada pela Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, LGBTQIA+
tem cinco vezes mais chances de cometer suicídio do que heterossexuais cisgêneros
e a depender do ambiente que está inserido, esse número pode subir até 20
vezes.
No site Carta
Capital com a matéria intitulada - Um olhar espírita sobre o suicídio: você não está sozinho. Conta-se tal relato de um amparo do CVV: “Do outro lado da linha,
uma voz suave e firme atendeu ao meu chamado. Passava das duas da manhã. A insistência
afetiva da atendente me encorajou a dizer as primeiras palavras: não está tudo
bem! Você gostaria de conversar sobre o que te aflige? Disse ela. Chorei. Lembro
que fiquei quase uma hora chorando e ela, pacientemente, me ouvindo. De vez em
quando dizia que estava ali para me acolher e que eu podia confiar nela. A voz
da atendente lembrava a voz da minha mãe, motivo, inclusive, do meu sofrimento.
Sabe, disse tentando conter o choro, sempre fui um bom filho, mas minha mãe não
aceita o fato de eu ser gay. Ela disse que sente vergonha de mim e por isso estou
pensando em me matar, para ela não ter mais que sentir vergonha de mim. Ela me
fez desistir da ideia.”
Tal empatia, permite
que as pessoas falem dos seus sofrimentos, por se sentirem seguras, sem serem
julgadas, acolher aqueles que estão nos seus momentos de mais desespero, são meios
de evitar que parem de pensar que o suicídio é solução para suas dores e
problemas.
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