Os escribas e os fariseus trouxeram-lhe uma mulher que fora apanhada em adultério. Puseram-na no meio da multidão e disseram a Jesus: “ Mestre, agora mesmo esta mulher foi apanhada em adultério. Moises mandou-nos na lei que apedrejássemos tais mulheres. Que dizes tu a isso?” Perguntavam-lhe isso, a fim de pô-lo à prova e poderem acusá-lo.
Jesus, porém, se inclinou para a frente e escrevia com o dedo na terra. Como eles insistissem, ergueu-se e disse-lhes: “Quem de vós estiver sem pecado, seja o primeiro a lhe atirar uma pedra.” Inclinando-se novamente, escrevia na terra. A essas palavras, sentindo-se acusados pela sua própria consciência, eles se foram retirando um por um, até o último, a começar pelos mais idosos, de sorte que Jesus ficou sozinho, com a mulher diante dele. Então ele se ergueu e vendo ali apenas a mulher, perguntou-lhe: “Mulher, onde estão os que te acusavam? Ninguém te condenou?” Respondeu ela: “Ninguém, Senhor.” Disse-lhe então Jesus: “Nem eu te condeno. Vai e não tornes a pecar.” (João 8:1-11)
Antes de refletir sobre essa passagem da vida de Jesus é bom entendermos a Lei Judaica perante o Adultério, pois: O adultério, dentro da lei judaica, é um termo dirigido à relação sexual com mulheres judias casadas. A mulher que traiu seu marido com um amante se torna uma adúltera, pela lei judaica. O amante também é passível de punições (espirituais) e antigamente, tanto a mulher adúltera quanto o amante estavam passíveis da pena de morte. Por outro lado, um homem judeu casado que tiver um relacionamento físico com uma mulher solteira, não comete adultério segundo a lei judaica. Isso acontece porque em termos bíblicos, homens judeus podiam ter mais de uma esposa ou concubinas. A proibição da poligamia é uma proibição rabínica. Mas os judeus não encoraja a poligamia e sempre deixou claro que casamentos poligâmicos carregam problemas. Sendo o casamento monogâmico o tipo ideal e criado diretamente por Deus na figura de Adão e Eva.
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Naquele momento Jesus não poderia fazer muita coisa perante uma multidão enfurecida e amparada segundo a lei judaica e querendo o experimentar para o também condenar.
Tantas perguntas mais além, mais o Amigo Sublime de todos nós, Jesus, chegou com a sua simplicidade e magnetismo inenarrável e lhe deu um olhar, não se importou em saber quem ela foi, quem ela era, ou o que ela fazia, ou fez, Jesus a olhou com dignidade, vendo quem ela poderia ser, quem ela seria, com todas as suas potencialidades, para recomeçar, Jesus não se apegou aquele momento, Ele enxergou nela o que ninguém viu, Ele viu o futuro, Ele viu o que ela ainda não era, e quem nem ela e ninguém que estavam ali imaginaria que ela seria capaz ser. Jesus se interessou pelo o que ela seria a partir dali, e do que aquele momento iria proporcionar de entendimento para aquela mulher se renovar e abrir as portas da transformação da sua vida, se perpetuando para as suas vidas futuras na matéria. Ele lhe deu uma nova oportunidade, recomeço, coisa que ninguém ali iria lhe dar.
E é assim em nossa trajetória de vidas após vida, de reencarnação após reencarnação, essa mulher é um grande exemplo de cada um de nós, quem sabe o que fomos em nossas vidas passadas? Será que fomos como ela ou pior que ela? E Jesus através dos séculos nos vem lançando o seu olhar sublime para nos fisgar a seguir pelos caminhos da luz.
Raros são os que tem a capacidade de saber de algumas de suas vidas passadas, não é nada fácil, a verdade é que nem imaginamos quem fomos e os atos que fomos capazes de fazer, não é para todos saber de tais verdades, devido ser um grande fardo muitas vezes, por isso que Deus em sua Infinita Bondade e Sabedoria lança sobre nós o véu do esquecimento de nossas vidas passadas, pois nem todos estão aptos a saber quem foi e o que fez, não somos “santos” nem “anjos”, para sabermos o que fomos temos que ter já uma madureza emocional, psicológica, espiritual, para não nos levarmos de volta a lugares escuros, pois segundo o que progredimos fica-se pasmo dos atos feitos e que hoje não somos mais capazes de fazer.
O Cristo Jesus olhou para nós, como ele sempre olha e olhou através dos séculos, com o seu olhar sublime e de ternura, a diferença é que em um momento certo da nossa trajetória, quando estávamos aptos a sermos acolhidos, como aquela Mulher que teve olhos de ver naquele momento a sublime luz de Jesus através do seu olhar de amor, que nos permite mergulhar em nosso interior, sem nenhum orgulho e enxergar as nossas faltas, erros, mesmo tendo sido e feito coisas absurdas e terríveis, ter se permitido cair o véu do orgulho, da vaidade, da soberba, da ganância, da luxuria... para se encontrar, olhar para si mesmo e se reinventar, recomeçar, seguir para a luz. O olhar de Jesus não apenas salvou aquela Mulher, mas nos salvou também e nos salva a cada dia perante as nossas fraquezas, enganos, incertezas, faltas... nos permitindo recomeçar e ver o que há de melhor dentro de nós. Jesus sempre esteve a nos observar só esperando o momento do nosso despertar, enxergando o que podemos ser. Somos, fomos como essa Mulher que Jesus estendeu as mãos em meio ao julgamento de todos, e muitas vezes somos nós que julgamos cruelmente a nós mesmos, enquanto que vem o Mestre Jesus e nos dar uma nova oportunidade de vida, pela misericórdia de Deus.
Apesar dos nossos esforços louváveis para o nosso melhoramento, ainda não queremos ter contato com os “tipos” de pessoas que Jesus escolheu, que estendeu as mãos, que ajudou, a verdade é que Jesus sempre escolhia, lançava seu olhar para os que nós consideramos os “piores” os “indignos”, pois são esses que mais precisam dele. E ainda somos assim. Como esta Mulher Adúltera, ninguém iria querer uma mulher assim do lado, e quem sabe estaríamos ainda jogando não mais pedra (quem sabe também), mas jogamos ainda palavras, olhares de reprovação, mas antes de fazer isto não sabemos se fomos como ela ou pior que ela. Sempre o Cristo Jesus vai ser o maior exemplo aqui na terra, não julgar, quem tiver sem pecado que atire a primeira palavra, o primeiro olhar de julgamento, pois não fomos santos em nossas vidas passadas. Quem nem mesmo o Cristo Jesus não condenou e nem jogou pedras.
Jesus com a sua sublime visão quando nos olha ver quem seremos, nos conduzindo quando os nossos olhos não podem ver, nos ajudando a compreender a vida a nossa trajetória e aceitar, quando esquecemos de quem somos o Mestre Jesus vem nos relembrar e nos valorizar. A vida é feita sempre de recomeços, por isso as reencarnações, novas e grandes oportunidades que nos transformam concedida pela Divina Misericórdia, oh como temos que ser tão gratos a Deus quem nem imaginamos. Assim, Jesus nos olha e pergunta: “Ninguém te condenou? Nem eu te condeno. Vai e não tornes a pecar.”
Escrito pelo Blog Jardim Espírita.
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