Divaldo Franco
Professor, médium e conferencista
Passado o primeiro período em que a pandemia da Covid-19 alastrou-se pelo mundo com as suas garras destruidoras, a pouco e pouco fomos acostumando-nos com a sua fome de vidas.
Estamos voltando aos velhos hábitos nas ruas, nos lugares nos quais se aglomeram grupos, sem nenhum cuidado com a saúde. Dá-me a impressão de que o terrível surto com o prolongamento da contaminação em todo o mundo aconteceu e estamos procurando esquecer essa tragédia que sacudiu a civilização sem aviso prévio. No entanto, a cada momento surgem dezenas de milhares de novos casos, resultado de contaminação quase generalizada, enquanto se discutem medicina e política, e as pessoas morrem quase na mesma proporção.
Enquanto não chega a vacina que nos previne do mal, pessoas de alta responsabilidade ironizam, criticam o seu uso, expõem-se.
Até poucos dias eram as alegrias da retirada dos hospitais de campanha por falta de pacientes, enquanto, neste momento, eles estão sendo convocados porque em muitas cidades o número de doentes surpreende médicos e cuidadores.
Graças a esse comportamento podemos avaliar a responsabilidade de administradores políticos e população, que não se dão conta da gravidade do momento, porque o mal prossegue avançando, e uma onda nova da enfermidade cruel está atingindo número expressivo de vítimas, que se sentem aturdidas.
Informa-se que a Aids está matando mais do que a Covid, portanto, a esses não parecem necessários os cuidados preventivos para livrar-se do mal de ambas doenças.
Não será a presença de um mal que justificará o aumento de outros males, especialmente na área da saúde pública.
Artigo publicado no jornal A Tarde,
coluna Opinião, em 29 de outubro de 2020.