No livro Os
Mensageiros, pelo Espírito André Luiz, psicografia de Chico Xavier. André Luiz
nos conta que em um Posto de Socorro, ligado a Colônia Espiritual Campo da Paz.
Há um pavilhão abrigando vários espíritos adormecidos. André nos narra que a
impressão que ele teve era de ter penetrado em um cemitério escuro, onde os
visitantes fossem obrigados a guardar todo o respeito aos mortos.
Com
estranheza, André Luiz notou que um dos servidores do posto de socorro entregou
ao chefe do Posto, Chamado Alfredo, uma pequena maquina, que explicou da seguinte
forma para que servia: “Este é o nosso aparelho de sinalização luminosa.
Estamos no centro dos pavilhões a que se recolhem irmãos ainda adormecidos.
Temos aqui, presentemente, quase dois mil.”
Os numerosos
cooperadores dirigiam-se em ordem para a zona de serviços que lhes competiam.
Ao primeiro
sinal luminoso de Alfredo, o chefe do Posto de Socorro, acenderam-se numerosas
lâmpadas elétricas e, então, André Luiz
dominado a custo, a impressão de horror em que teve de extensas filas de
leitos aos rés do chão, ocupados todos por pessoas mergulhadas em profundo
sono. Muitos tinham o semblante horrendo. Eram muitos poucos os que traziam as
pálpebras cerradas, parecendo tranquilos. Em quase todos, estampavam-se-lhes
nos olhos, aparentemente vitrificados, o extremo pavor e o doloroso desespero
da morte. Cadavérica palidez cobria-lhes a face. Raríssimos pareciam dormir em
sono natural.
André Luiz
profundamente tocado pelo o que via, inclinou-se instintivamente para o
indivíduo mais próximo, tentando examinar o estado fisiológico do adormecido.
André identificou o calor orgânico, a pulsação regular e os movimentos
respiratórios, embora verificasse a extrema rigidez dos membros, como que
mergulhados em imobilidade cataléptica. André levantou-se assustado,
dirigindo-se a Aniceto, o seu instrutor, perguntou-lhe:
-
Explicai-me, por Deus! Que vemos aqui? Estamos, acaso na moradia da morte,
depois da morte?
Aniceto
respondeu:
- Sim,
André, este sono é, verdadeiramente, avançada imagem da morte. Aqui permanecem,
com a bênção do abrigo, alguns milhões dos nossos irmãos que ainda dormem. São
as criaturas que nunca se entregaram ao bem ativo e renovador, em torno de si,
e mormente os que acreditam convictamente na morte como o nada, o fim de tudo,
o sono eterno. A crença na vida superior é atividade incessante da alma. A
ferrugem ataca a enxada ociosa. O entorpecimento invade o espírito vazio de
ideal criador. Os que, nos círculos carnais, homens e mulheres, creem na vida
eterna, ainda que não sejam fundamentalmente cristãos, estão desenvolvendo
faculdades de movimentação espiritual e podem penetrar as esferas extraterrenas
em estado animador, pelo menos quanto à locomoção e juízo mais ou menos exato.
No entanto, as criaturas que perseveram em negação deliberada e absoluta, não
obstante , por vezes, filiadas a cultos externos de atividade religiosa, que
nada veem além da carne nem desejam qualquer conhecimento espiritual, são
verdadeiramente infelizes. (...) Temos a certeza, porém, de que muitos se
negaram ao contato da fé, absolutamente por indiferença criminosa aos desígnios
do eterno Pai. Dormem, porque estão magnetizados pelas próprias concepções
negativistas; permanecem paralíticos, porque preferiram a rigidez ao
entendimento; mas dia virá em que deverão levantar-se e pagar os débitos
contraídos. Eis por que os considero sofredores. Primeiramente, demoram no sono
em que acreditaram; mais tarde, acordam; porém a maioria não pode fugir à
enfermidade e à perturbação.
A fé sincera
é ginástica do Espírito. Quem não a exercitar de algum modo, na Terra,
preferindo deliberadamente a negação injustificável, encontrar-se-á mais tarde
sem movimento. Semelhantes criaturas necessitam de sono, de profundo repouso,
até que despertem para o exame das responsabilidades que a vida traduz.
A luz
artificial iluminava os leitos, que se perdiam de vista, mas observei que
Alfredo, o
chefe do Posto de Socorro, começou a mover o aparelho de sinalização, para
emitir as ordens de serviço. Cada sinal determinava operação diferente.
Os
servidores do Posto distribuíram pequenas porções de alimento liquido e
medicação bucal, em profundo silêncio. Em seguida, forneceram reduzidas
quantidades de água efluviada (água fluidificada) ao infelizes, com exceção,
porém, de muitos que pareciam preparados a receber, tão somente, caldo e
remédio. Dois terços dos quatrocentos abrigados em tratamento receberam passes
magnéticos. Alguns poucos receberam aplicação do sopro curador.
Todos os
movimentos do trabalho eram transmitidos pela sinalização luminosa, partida das
mãos do administrador, que parecia interessado na manutenção do máximo
silêncio. A razão de alguns enfermos não terem sido beneficiados com a água e
com o socorro de forças novas, por meio do passe e do sopro vivificante, é que
segundo Aniceto (instrutor de André Luiz): “Cada um na vida, tem a necessidade
que lhe é peculiar. Aqui, compreendemos com amplitude esse imperativo da
Natureza.
Todos os que
dormem nestes pavilhões permanecem dentro do mau sono. Quem dorme em
desequilíbrio entrega-se a pesadelos. Todos estes irmãos desventurados,
aparentemente mortos, são presas de horríveis visões intimas. Cada um dos
adormecidos em sono atormentado vivem estranhos pesadelos, de que não podem
isentar-se de um instante para outro. É um sono doloroso e infeliz, em que não
traduz repouso do pensamento. Anestesiados pela negação espiritual a que se
entregaram no mundo. Quase todos vítimas de terríveis pesadelos, por terem
olvidado, no mundo material, os mandamentos de amor e sabedoria. Sob a
imobilidade aparente, movimenta-se-lhe o espírito, entre aflições angustiosas
que, por vezes, não podemos sondar.
Nestes
pavilhões, tinha cerca de 1.980 abrigados que dormem. Todos receberam diariamente
alimento e medicação comuns, mas só quatrocentos são atendidos com alimento e
medicação especializados, por se mostrarem mais suscetíveis de justa melhora.
Desses quatrocentos, apenas dois terços se revelaram aptos à recepção de passes
magnéticos. Muitos não podiam receber naquele momento a água efluviada. E
poucos foram contemplados com o sopro curativo.
E razão
destas circunstancias, Aniceto falou para André Luiz que: “Façamos todo o bem,
sem qualquer ansiedade. Semeemo-lo sempre e em toda a parte, mas não
estacionemos na exigência de resoltados. O lavrador pode espalhar as sementes à
vontade e onde quer que esteja, mas precisa reconhecer que a germinação, o
crescimento e o resultado pertencem a Deus.”
Fonte: livro
Os Mensageiros. Pelo Espírito André Luiz. Psicografia de Chico Xavier.
Capítulos 22 a 25.
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