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segunda-feira, 18 de abril de 2022

O LIVRO DOS ESPÍRITOS: A VIDA E A MORTE

 *As respostas são dos Espíritos Superiores.

LIVRO PRIMEIRO / AS CAUSAS PRIMEIRAS
CAPÍTULO IV – PRINCÍPIO VITAL

 

A VIDA E A MORTE

68 – Qual a causa da morte entre os seres orgânicos?
- O Esgotamento dos órgãos.

- Poder-se-ia comparar a morte à cessação do movimento de determinada maquina desorganizada?
- Sim; se a maquina está mal montada, a atividade cessa; se o corpo adoece, a vida se extingue.

69 – Por que uma lesão do coração, de preferência que a dos outros órgãos, causa a morte?
- O coração é máquina de vida; mas o coração não é o único órgão em que a lesão causa a morte; não é mais que uma das peças essenciais.

70 – Em que resultam a matéria e o princípio vital dos seres orgânicos, quando estes morrem?
- A matéria inerte se decompõe e toma nova forma; o princípio vital retorna à massa.

NOTA DE KARDEC: 
    Morrendo o ser orgânico, os elementos que o compõem experimentam novas combinações que formam novos seres, os quais tiram da fonte universal o princípio da vida e da atividade, o absorvem e assimilam para devolvê-lo à mesma fonte, quando deixarem de existir.
    Os órgãos estão, por assim dizer, impregnados de fluido vital. Esse fluido dá a todas as partes do organismo uma atividade que as une em certas lesões e restabelece as funções momentaneamente suspensas. Mas quando os elementos essenciais ao fundamento dos órgãos estão destruídos, ou muito profundamente alterados, o fluido vital é impotente para lhes transmitir o movimento da vida, e o ser morre.
    Os órgãos reagem, mais ou menos necessariamente, uns sobre os outros; é da harmonia do seu conjunto que resulta a sua ação recíproca. Quando uma causa qualquer destrói essa harmonia, suas funções cessam, como o movimento de um mecanismo cujas peças principais estão desarranjadas. Tal um relógio que se desgasta com o tempo ou se desconjunta por acidente, no qual a força motriz fica impotente para pô-lo em movimento.
    Temos uma imagem mais exata da vida e da morte num aparelho elétrico. Esse aparelho recolhe eletricidade, como todos os corpos da Natureza, em estado latente. Os fenômenos elétricos só se manifestam quando o fluido é posto em movimento por uma causa especial. Nesse caso, poder-se-ia dizer que o aparelho está vivo. Cessando a causa da atividade, o fenômeno cessa; o aparelho volta ao estado de inércia. Os corpos orgânicos seriam assim como espécies de pilhas ou aparelhos elétricos nos quais a atividade do fluido determina o fenômeno da vida; a cessação dessa atividade produz a morte.
     A quantidade de fluido vital não é fator absoluto para todos os seres orgânicos; varia segundo as espécies e não é fator constante, seja no mesmo indivíduo, seja nos indivíduos da mesma espécie. Existem alguns que são, por assim dizer, saturados, enquanto que outros dispõem apenas de uma quantidade suficiente; daí, para alguns, a vida é mais ativa, mais vibrante e, de certo modo, superabundante.
     A quantidade de fluido vital se esgota; pode vir a ser insuficiente para manter a vida, se não renova pela absorção a assimilação das substâncias que o contêm.
     O fluido vital se transmite de um indivíduo para outro. Aquele que tem o bastante, pode dá-lo àquele que tem pouco e, em certos casos, restabelecer a vida prestes a se apagar.