Você já sentiu uma saudade inexplicável? Aquele sentimento de sentir
falta de algo ou de algum lugar sem saber o que é exatamente? Ou saudade de
alguém, mesmo estando perto das pessoas que ama
neste mundo físico? E desta saudade uma tristeza sem razão? É um vazio,
uma saudade, uma solidão. É como se faltasse algo, mas que é de difícil
exatidão do que se sente falta, é algo incompreensível.
Para o Espiritismo esta saudade do desconhecido é uma saudade
inconsciente do mundo espiritual. A sensação de vazio vem do inconsciente por
saber da perda que temos referente a liberdade do espírito, aos amigos que lá
deixamos no plano espiritual, falta da felicidade relativa que tínhamos; e a
tristeza vem porque estamos aprisionados em corpos físicos, pesados, expostos a
influências negativas, necessitados de esforços físicos e morais. Estas
sensações e sentimentos é motivo de grande angustia na maioria das vezes,
porque não sendo um sentimento de alegria, traz assim tristeza, e incerteza,
dos motivos pelo qual isso ocorre. Esta
saudade desconhecida é também chamada de: sentimento estrangeiro.
No livro O Evangelho Segundo o Espiritismo, no capítulo V – item 25,
encontramos a mensagem do Espírito François de Genève, referente a este
sentimento de saudade do mundo espiritual, vejamos o texto abaixo:
A melancolia
Sabeis por que uma vaga tristeza se apodera por vezes dos
vossos corações e vos faz achar a vida tão amarga? É o vosso espírito que aspira
à felicidade e à liberdade e que, preso ao corpo que lhe serve de prisão, se
extenua em vãos esforços para dele sair. Mas, vendo que são inúteis, cai no
desencorajamento, e o corpo, suportando sua influência, a languidez, o
abatimento e uma espécie de apatia se apoderam de vós, e vos achais infelizes.
Crede-me, resistir com energia a essas impressões que
enfraquecem vossa vontade. Essas aspirações para uma vida melhor são inatas no
espírito de todos os homens, mas não as procureis neste mundo; e, atualmente,
quando Deus vos envia seus espíritos para vos instruírem sobre a felicidade que
vos reserva, esperai pacientemente o anjo da libertação que deve vos ajudar a
romper os laços que mantêm vosso espírito cativo. Lembrai-vos de que tendes a
cumprir, durante vossa prova na Terra, uma missão de que não suspeitais, seja
em vos devotando à vossa família, seja cumprindo os diversos deveres que Deus
vos confiou. E se no curso dessa prova, e desempenhando vossa tarefa, vedes os
cuidados, as inquietações, os desgostos precipitarem-se sobre vós, sede fortes
e corajosos para os suportar. Afrontai-os francamente; eles são de curta
duração e devem vos conduzir para perto dos amigos que chorais, que se
regozijarão com a vossa chegada entre eles e vos estenderão os braços para vos
conduzir a um lugar onde os desgostos da Terra não tem acesso.
(François de Genève, Bordéus).
Esta
mensagem nos esclarece que todos as provas e dificuldades que passamos aqui no
mundo material, inclusive esta saudade do “desconhecido”, deve ser motivo para
nos estimular cada vez mais com o amor ao próximo, com a pratica da caridade,
com o desenvolvimento do bem, com
finalidade de diminuirmos a necessidade das encarnações, sobretudo em
mundos de provas e expiações, como ainda é a Terra. Assim, o que devemos e podemos fazer para
substituir este sentimento de tristeza, de saudade, de vazio, é trabalhar
ativamente e constantemente no bem, é exercer a caridade, aprender cada vez
mais os ensinos de Jesus e coloca-los em pratica, estudar para compreender,
trabalhar para o nosso progresso, para a nossa evolução, sendo nós espíritos
momentaneamente encarnados no planeta Terra que é apenas um dos inúmeros
planetas, onde a evolução espiritual se processa. E que com os ensinos de
Cristo Jesus podemos sensibilizar a nós mesmos, e canalizar esta tristeza e
saudade, para os ideais de vivencia do
amor pregado por Jesus.