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sábado, 31 de outubro de 2020

PANDEMIA E CORAGEM

Divaldo Franco
Professor, médium e conferencista

 

         Passado o primeiro período em que a pandemia da Covid-19 alastrou-se pelo mundo com as suas garras destruidoras, a pouco e pouco fomos acostumando-nos com a sua fome de vidas.

          Passamos a descuidar-nos do uso das máscaras, de lavar as mãos com sabão e com frequência, bem como manter-nos a distância necessária para evitar o contágio maligno.

         Estamos voltando aos velhos hábitos nas ruas, nos lugares nos quais se aglomeram grupos, sem nenhum cuidado com a saúde. Dá-me a impressão de que o terrível surto com o prolongamento da contaminação em todo o mundo aconteceu e estamos procurando esquecer essa tragédia que sacudiu a civilização sem aviso prévio. No entanto, a cada momento surgem dezenas de milhares de novos casos, resultado de contaminação quase generalizada, enquanto se discutem medicina e política, e as pessoas morrem quase na mesma proporção.

        Enquanto não chega a vacina que nos previne do mal, pessoas de alta responsabilidade ironizam, criticam o seu uso, expõem-se.

          Até poucos dias eram as alegrias da retirada dos hospitais de campanha por falta de pacientes, enquanto, neste momento, eles estão sendo convocados porque em muitas cidades o número de doentes surpreende médicos e cuidadores.

       As ruas estão cheias a toda hora, as pessoas mantêm os anteriores hábitos de abraçar-se e manter-se juntas, sem a menor responsabilidade pela sua e pela vida das demais criaturas.

         Graças a esse comportamento podemos avaliar a responsabilidade de administradores políticos e população, que não se dão conta da gravidade do momento, porque o mal prossegue avançando, e uma onda nova da enfermidade cruel está atingindo número expressivo de vítimas, que se sentem aturdidas.

       Informa-se que a Aids está matando mais do que a Covid, portanto, a esses não parecem necessários os cuidados preventivos para livrar-se do mal de ambas doenças.

        Não será a presença de um mal que justificará o aumento de outros males, especialmente na área da saúde pública.

          Tenhamos cuidado!

 

Artigo publicado no jornal A Tarde, coluna Opinião, em 29 de outubro de 2020.

 

segunda-feira, 26 de outubro de 2020

O ENCONTRO DE EURÍPEDES BARSANULFO COM JESUS

Assista ao vídeo da FEBTV | Federação Espírita Brasileira, narrando esta linda história. 



Visão de Eurípedes 


     Começara Eurípedes Barsanulfo, o apóstolo da mediunidade, em Sacramento, no Estado de Minas Gerais, a observar-se fora do corpo físico, em admirável desdobramento, quando, certa feita, à noite, viu a si próprio em prodigiosa volitação. Embora inquieto, como que arrastado pela vontade de alguém num torvelinho de amor, subia, subia... 

        Subia sempre. 

    Queria parar, e descer, reavendo o veículo carnal, mas não conseguia. Braços intangíveis tutelavam-lhe a sublime excursão. Respirava outro ambiente. Envergava forma leve, respirando num oceano de ar mais leve ainda... Viajou, viajou, à maneira de pássaro teleguiado, até que se reconheceu em campina verdejante. Reparava na formosa paisagem, quando não longe, avistou um homem que meditava, envolvido por doce luz. 

        Como que magnetizado pelo desconhecido, aproximou-se... 

       Houve, porém, um momento, em que estacou, trêmulo. 

       Algo lhe dizia no íntimo para que não avançasse mais... 

        E num deslumbramento de júbilo, reconheceu-se na presença do Cristo. 

       Baixou a cabeça, esmagado pela honra imprevista, e ficou em silêncio, sentindo-se como intruso, incapaz de voltar ou seguir adiante. 

        Recordou as lições do Cristianismo, os templos do mundo, as homenagens prestadas ao Senhor, na literatura e nas artes, e a mensagem d’Ele a ecoar entre os homens, no curso de quase vinte séculos... 

        Ofuscado pela grandeza do momento, começou a chorar... 

        Grossas lágrimas banhavam-lhe o rosto, quando adquiriu coragem e ergueu os olhos, humilde. 

        Viu, porém, que Jesus também chorava... 

     Traspassado de súbito sofrimento, por ver-lhe o pranto, desejou fazer algo que pudesse reconfortar o Amigo Sublime... Afagar-lhe as mãos ou estirar-se à maneira de um cão leal aos seus pés... 

        Mas estava como que chumbado ao solo estranho... 

        Recordou, no entanto, os tormentos do Cristo, a se perpetuarem nas criaturas que até hoje, na Terra, lhe atiram incompreensão e sarcasmo... 

        Nessa linha de pensamento, não se conteve. 

        Abriu a boca e falou suplicante: 

       - Senhor, por que choras? 

       O interpelado não respondeu. 

      Mas desejando certificar-se de que era ouvido, Eurípedes reiterou: 

      - Choras pelos descrentes do mundo? 

       Enlevado, o missionário de Sacramento notou que o Cristo lhe correspondia agora ao olhar. 

      E, após um instante de atenção, respondeu em voz dulcíssima: 

     - Não, meu filho, não sofro pelos descrentes aos quais devemos amor. Choro por todos os 
que conhecem o Evangelho, mas não o praticam... 

       Eurípedes não saberia descrever o que se passou então. 

      Como se caísse em profunda sombra, ante a dor que a resposta lhe trouxera, desceu, 
desceu... 

      E acordou no corpo de carne. 

      Era madrugada. 

     Levantou-se e não mais dormiu. 

    E desde aquele dia, sem comunicar a ninguém a divina revelação que lhe vibrava na consciência, entregou-se aos necessitados e aos doentes, sem repouso sequer de um dia, servindo até a morte.


Fonte: Livro -  A vida Escreve, psicografia de Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira, pelo Espírito Hilário Silva. Capitulo 27 – A Visão de Eurípedes.
Vídeo da FEBTV | Federação EspíritaBrasileira.



quinta-feira, 15 de outubro de 2020

A PRIMEIRA MENSAGEM DE EURÍPIDES BARSANULFO

Eurípides Barsanulfo, transmitiu a sua primeira mensagem à Francisco Cândido Xavier, em 30 de abril de 1950. Trazendo uma mensagem de esperança, de consolação perante as dificuldades que a vida na matéria apresenta. Mensagem esta de 1950, que é atual, nos trazendo otimismo e fé, deste espírito inspirador. 




         Aos Companheiros de Ideal

         Aos queridos amigos do Triângulo Mineiro:

        A nossa marcha continua e, como sempre, irmãos meus, confirmo a promessa de seguir convosco até a suprema vitória espiritual.

        Os anos correm incessantemente, a morte estabelece apreciáveis modificações, as paisagens se transformam, todavia, nossa confiança em Deus permanece inabalável.

        Somos numerosa caravana em serviço das divinas realizações.

       Velhos amigos nossos, ouvindo-me a palavra, sentirão os olhos úmidos. Para vós que ainda permaneceis na Terra, a travessia dos obstáculos parece mais dolorosa. As saudades orvalhadas das lágrimas vicejam ao lado das flores da esperança. As recordações represam-se na alma. Alguns companheiros estacionaram em caminho, atraídos pelo engano do mundo ou esmagados pelo desalento; não foram poucos os que desanimaram, receosos da luta. Por isso mesmo, as dificuldades se fizeram mais duras, a jornada mais difícil.

        Mas a nós, que temos sentido e recebido a bênção do Senhor, no mais íntimo d’alma, não será lícito o repouso.

        Nossas mãos continuam enlaçadas na cooperação pelo engrandecimento da verdade e do bem, e minha saudade, antes de ser um sofrimento é um perfume do céu. No coração vibram nossas antigas esperanças e continuamos a seguir, a seguir sempre, no ideal de sublime unificação com o Divino Mestre.

        Tenhamos para com os nossos irmãos ainda frágeis, a ternura do amor que examina e compreende. As ilusões passam como os rumores do vento. Prossigamos, desse modo, com a verdade, para a verdade.

       Falando-vos em nome de companheiros numerosos da espiritualidade, assinalo a nossa alegria pelo muito que já realizasteis, no entanto, amigos, outras edificações nos esperam, requisitando-nos o esforço. É preciso contar com os tropeços de toda sorte. O obstáculo sempre serviu para medir a fé, e o espírito de inferioridade nunca perdoou as árvores frutíferas. Quase toda gente deixa em paz o arbusto espinhoso a fim de atacar a árvore generosa, que estende os ramos em frutos aos viajantes que passam fatigados. A sombra, muita vez, ameaçará ainda os nossos esforços, os espinhos surgirão, inesperadamente, na estrada, a incompreensão cruel aparecerá, de surpresa. Conservemos porém, a limpidez de nosso horizonte espiritual, como quem espera as dificuldades, convictos de que a vida real se estende muito além dos círculos acanhados da Terra. Guardando a energia de nossa união, dentro da sublimidade do ideal, teremos à frente o archote poderoso da fé que remove montanhas. Quando o desânimo vos tente, intensificai os passos na estrada da realização. Não esperemos por favores do mundo, quando o próprio Jesus não os teve. A paz na Terra, muitas vezes, não merece outro nome, além de ociosidade. Procuremos, pois a paz de Cristo que excede o entendimento das criaturas. Semelhante vitória somente poderá ser conquista através de muita renúncia aos caprichos que nos ameaçam a marcha. Não seria justo aguardar as vantagens transitórias do plano material, quando o trabalho áspero ainda representa a nossa necessidade e o nosso galardão.

        Jamais vos sintais sozinhos na luta. Estamos convosco e seguiremos ao vosso lado. Invisibilidade não significa ausência.

        O Mestre espera que façamos do coração o templo destinado à sua Presença Divina.

       Enche-vos o mundo de sombras? Verificam-se deserções, dissabores, tempestades? Continuemos sempre. Atendamos ao programa de Cristo. Que ninguém permaneça nas ilusões venenosas de um dia.

       Deste “Outro Lado” da vida, nós vos estendemos as mãos fraternas. Unindo-nos mais intensamente no trabalho, em vão rugirá a tormenta. Jamais vos entregueis à hesitação ou ao desalento, porque, ao nosso lado, flui a fonte eterna das consolações com o amor de Jesus Cristo.


Fonte:
Mensagem extraída do livro: Eurípedes – O Homem e a Missão, autora Corina Novelino, editora ide (Instituto de Difusão Espírita).



segunda-feira, 5 de outubro de 2020

EURÍPEDES BARSANULFO

            Grande nome do Espiritismo, Eurípedes Barsanulfo, tem uma história de vida inspiradora. Para começarmos a desbravar um pouco sobre a sua biografia, encontramos no livro “Eurípides, o Homem e a Missão”, de Corina Novelino, a revelação do Espírito Emmanuel feita a Chico Xavier, dizendo que nos tempos evangélicos Eurípides fora educado por Inácio, pupilo de João, o Evangelista, que se tornara grande propagador da Boa Nova. Adolescente ainda, Eurípides naquela reencarnação passada substituíra o Benfeitor na pregação na Palestina, onde também manteve contatos com João e fora martirizado.  Assim, temos uma pequena amostra da evolução espiritual de Eurípides Barsanulfo. Há quem afirme ainda que Eurípedes, fora a reencarnação do escravo Rufo, um cristão praticante que aparece no livro Ave Cristo, de Emmanuel, psicografia de Chico Xavier.



            Eurípides Barsanulfo, foi um educador, político, jornalista e médium, um dos expoentes e pioneiros do Espiritismo no Brasil. Nasceu em 1º de maio de 1880, na cidade de Sacramento, em Minas Gerais. E faleceu em 1º de novembro de 1918, aos 38 anos de idade, também na cidade de Sacramento.

                Os seus pais foram Hermógenes Ernesto de Araújo (Seu Mogico) e D. Jerônima de Almeida (Dona Meca), ambos a princípio, podres de haveres materiais, mas ricos de virtudes cristãs, as quais enchiam o lar honrado de alegria e paz. Eurípides foi o terceiro de 15 irmão, muito jovem ainda, teve de enfrentar as vicissitudes do lar, promovendo os meios de auxiliá-lo. Cresceu e viveu sempre ao lado de seus progenitores, para os quais foi um verdadeiro arrimo. Desde cedo, na sua infância, Eurípides já dava sinais de bondade e preocupação com as pessoas necessitadas, manifestando os nobres sentimentos de que era dotado, mostrando-se um menino admirável pela sua inteligência precoce, pela sua dedicação ao trabalho e ao estudo, com uma grande capacidade de aprendizagem.