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domingo, 26 de julho de 2020

CONVIDAR OS POBRES E OS ESTROPIADOS

                Ele disse também aquele que o havia convidado: Quando derdes a jantar ou a ceiar, para isso não convideis nem vossos amigos, nem vossos irmãos, nem vossos parentes, nem vossos vizinhos que serão ricos, de medo que eles vos convidem em seguida, a seu turno, e que, assim, retribuam o que haviam recebido de vós. Mas quando fizerdes um festim, convidai para ele os pobres, os estropiados, os coxos e os cegos; e estareis felizes porque não terão meios para vo-lo retribuir; porque isso vos será retribuído na ressurreição dos justos.

                Um daqueles que estavam à mesa, tendo ouvido essas palavras, lhe disse: Feliz aquele que comer do pão no reino de Deus! (São Lucas, cap. XIV, v de 12 a 15).

 


“Quando fizeres um festim, disse Jesus, para ele não convideis os vossos amigos, mas os pobres e os estropiados.” Estas palavras, absurdas se tomadas ao pé da letra, são sublimes se nelas se procura o espírito. Jesus não podia ter querido dizer quem em lugar dos amigos, é preciso reunir à sua mesa os mendigos da rua; sua linguagem era quase sempre figurada, e a homens incapazes de compreenderem as nuanças delicadas do pensamento, seria preciso imagens fortes, produzindo o efeito de cores berrantes. O fundo do pensamento se revela nessas palavras: “Sereis felizes porque não terão meios para vo-lo retribuir”; quer dizer que ao se deve fazer o bem com vistas a uma devolução, mas pelo único prazer de fazê-lo. Para dar uma comparação surpreendente, disse: Convidai para os vossos festins os pobres, porque sabeis que estes não poderão nada vos retribuir; e por festins é preciso entender, não o repasto propriamente dito, mas a participação na abundância de que desfrutais. 

Estas palavras podem, entretanto, também receber sua aplicação num sentido mais literal. Quantas pessoas não convidam à sua mesa senão aqueles que podem, como dizem, lhes honrar, ou que podem convidá-las, a seu turno! Outras, ao contrário, encontram satisfação em receber aqueles de seus parentes ou amigos que são menos felizes; ora, quem é que não os possui entre os seus? É, por vezes, prestar-lhes um grande serviço sem aparentá-lo. Estes, sem irem recrutar os cegos e os estropiados, praticam a máxima de Jesus, se o fazem por benevolência, sem ostentação, e se sabem dissimular o benefício por uma sincera cordialidade.

 

Fonte: livro -  O Evangelho Segundo o Espiritismo. Allan Kardec. Cap. XIII. Itens 7 e 8.


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