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segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

CONTRACEPTIVOS E PLANEJAMENTO FAMILIAR

         No planejamento familiar defrontamos uma necessidade que o progresso nos impôs. Há pessoas que são radicais e advogam a desnecessidade de planejar a família porque Deus sabe o que é melhor para nós.

        Como Deus conhece as nossas necessidades evolutivas, constantemente oferece-nos meios de atenuar a nossa ficha cármica. A Bíblia diz, por exemplo, que “a mulher deve parir com dor”. No entanto, graças ao nosso progresso intelecto-moral, a Divindade nos facultou o alívio de muitas dores com a utilização de anestésicos, desde as experiências iniciais com o éter e o clorofórmio até as substâncias mais modernas elaboradas pela farmacologia. Além disso, a obstetrícia desenvolveu vários métodos para reduzir a severidade do sofrimento durante o parto, incluindo as técnicas de respiração, concentração e ioga. Este avanço científico representa uma conquista da sociedade para que haja a diminuição do sofrimento físico, uma vez que a dor não é de Deus, mas é o resultado de opção nossa. O que provém de Deus é o amor. Quando o rejeitamos, experimentamos o seu oposto, que é o desamor. O sofrimento é uma decorrência natural desta opção infeliz.

        Na esteira desse raciocínio, se a Divindade tem permitido à Ciência reduzir as  dificuldades que se originam nas inúmeras circunstâncias da vida na Terra, os anticoncepcionais (ou contraceptivos) constituem um dos métodos que se ajustam à nossa necessidade de programar a família, pois a mulher não é uma fábrica de crianças. Ela tem direito ao repouso após a fase gestacional. Se este repouso ocorre de forma apropriada a mãe terá tranquilidade para propiciar ao filho melhores meios de educação, nesse momento delicado, que é o primeiro ano de vida da criança. Isso demonstra que os contraceptivos são uma medida muito válida para estabelecer linhas de equilíbrio na dimensão familiar. O planejamento é uma ferramenta muito útil para que os parceiros elaborem programas de assistência alimentar, de saúde e outros, dentro de juízos perfeitamente bem dirigidos.



       Por isso, o Espiritismo examina a questão do planejamento familiar com muita simpatia, identificando os recursos positivos que instituem critérios para excelentes resultados na constituição do lar.

       Divaldo Franco no livro Sexo e Consciência  fala o seguinte: “Em nossa área de promoção social espírita eu conheci vários casos de pessoas com menor instrução e esclarecimento que tiveram dois filhos por ano: um em janeiro e outro em novembro. Em muitas comunidades a ignorância e o vício colaboram para a ocorrência de uma ou duas gestações num curto espaço de tempo, cujos resultados talvez não sejam os melhores. Nessas ocasiões, Espíritos profundamente endividados reencarnam pelo fenômeno do automatismo, mergulhando no anestésico da carne a fim de passarem por estágios incipientes da evolução. Esses reencarnantes cumprirão uma etapa inicial de fixação de potencialidades, em que o instinto se transforma nas primeiras manifestações da inteligência humana. Todos os Espíritos que ainda se encontram nessa fase da evolução renascem dirigidos pela compulsória das reencarnações automáticas. E isso acontece em muitas famílias de periferias urbanas que não tiveram acesso ou que menosprezaram a educação sexual e o planejamento familiar.”

      Encontra-se à nossa disposição um elenco de métodos que são éticos e estão previstos na legislação de inúmeros países. No passado, a Igreja Católica Romana incentivava o planejamento familiar utilizando o método natural do acompanhamento do ciclo menstrual. Mas a Ciência demonstrou que esse método é ineficaz por causa da imprecisão da ciclagem hormonal de muitas mulheres. Às vezes, a ovulação acontece antes do que se imaginava ou depois do previsto, indicando que qualquer casal pode ser surpreendido por uma gravidez não planejada. Para evitar essa situação, a Medicina oferece-nos os contraceptivos femininos e os métodos de prevenção destinados ao público masculino, pois o homem também deve submeter-se aos mesmos cuidados dirigidos à mulher, uma vez que a carga de responsabilidade não deve ficar apenas nas mãos dela.

      Desta forma, à luz da Doutrina Espírita, Divaldo Franco nos esclarece que a utilização de anticoncepcionais é perfeitamente ética, embora Allan Kardec tenha referido que todo e qualquer obstáculo à reprodução torna-se coarctador da reencarnação. O codificador se reportava ao aborto, já que este era o único método conhecido em sua época para interromper a gestação. Vale lembrar que, na metade do século XIX, não se conhecia cientificamente o mecanismo da fecundação, uma vez que os microscópios pouco desenvolvidos daquela época não permitiam aos pesquisadores analisar a união dos gametas.

      Responsabilidade sempre, pois gerar uma vida não é brincadeira, principalmente quando temos tantos métodos contraceptivos de fácil acesso e distribuídos gratuitamente, assim, não há desculpa para não se prevenir de uma gravidez inesperada ou de DST. O que falta é consciência e responsabilidade, e não métodos contraceptivos e preservativos.


Fonte da informação: Livro Sexo e Consciência de Divaldo Franco. Organizado por Luiz Fernando Lopes.


2 comentários:

  1. Não é verdade que não existissem métodos contraceptivos na época de kardec), já existiam tanto a camisinha quanto o diafragma (este último é para uso feminino de um método de barreira) em versões artesanais feitos com pele de órgãos internos de animais, aliás esses dois métodos já existem literalmente HÁ MILÊNIOS e a pergunta sobre métodos contraceptivos no livro dos espíritos é SEPARADA da sobre aborto, são duas perguntas DIFERENTES.

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    Respostas
    1. Olá, Lara!

      Agradecemos a sua contribuição por meio do comentário.
      Realmente, sabemos que a camisinha já existia a milênios.
      Mas, este texto foi extraído do Livro Sexo e Consciência de Divaldo Franco. Organizado por Luiz Fernando Lopes. Todas as informações do texto acima foi de Divaldo Franco em palestras realizadas e copiladas por Luiz Fernando Lopes para a criação do livro. Por isso que não podemos descaracterizar o texto, por fazer parte do livro.

      A intenção central desse texto é mostrar que a Doutrina Espírita apoia o planejamento familiar de forma saudável.

      Gratidão pela sua contribuição e a seja sempre bem vinda ao Jardim Espírita. Publicamos novas postagens toda semana.

      Deus conosco.
      Paz, Luz e Harmonia.
      Jardim Espírita.

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