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quarta-feira, 11 de março de 2015

Post.195: LIVRE-ARBÍTRIO

É no pensamento que o homem possui uma liberdade sem limites, porque não conhece entraves. E sendo a consciência um pensamento íntimo que pertence ao homem, como todos os outros pensamentos.

O ser humano seria uma máquina sem livre-arbítrio. Visto que temos a liberdade de pensar, e de agir. Há liberdade de agir desde que haja liberdade de fazer. Nos primeiros tempos da vida na matéria a liberdade é quase nula; ela se desenvolve e muda de objetivo conforme o crescimento do indivíduo. A criança, tendo pensamentos relacionados com as necessidades de sua idade, aplica seu livre-arbítrio às coisas que lhe são necessárias.

As predisposições instintivas que o homem traz ao nascer são as do espírito antes de sua encarnação. Conforme for ele mais ou menos avançado, elas podem solicitá-lo para atos repreensíveis, e ele será auxiliado nisso pelos espíritos que simpatizam com essas disposições, mas não há arrebatamento irresistível, quando se tem a vontade de resistir.  Devemos lembrar de que querer é poder. 


O espírito é influenciado pelo corpo físico que o pode entravar em suas manifestações. Eis por que, nos mundos onde os corpos são menos materiais comparado a Terra, as faculdades se desdobram com mais liberdade, mas o instrumento não dá a faculdade. De resto, é preciso diferenciar aqui as faculdades morais das faculdades intelectuais; se um homem tem o instinto de homicida, é seguramente seu espírito que o possui e que lhe transmite, mas não seus órgãos. Aquele que anula seu pensamento para não se ocupar senão com a matéria, torna-se semelhante ao bruto, e pior ainda, ele nem sonha mais em se precaver contra o mal, e é nisto que é culpado, visto que age assim por sua vontade. Pois, o corpo físico não é senão um envoltório do espírito, como a roupa é o envoltório do corpo. Unindo-se ao corpo, o espírito conserva os atributos de sua natureza espiritual.

Já a perturbação das faculdades intelectuais por embriaguez não é desculpa para os atos censuráveis, porque o bêbado está voluntariamente privado de sua razão para satisfazer paixões brutais: em lugar de uma falta, ele comete duas.

No homem em estado selvagem, a faculdade dominante é o instinto, o que não o impede de agir com uma liberdade para certas coisas. Mas, como a criança, aplica essa liberdade às suas necessidades, e ela se desenvolve com a inteligência. Por conseguinte, os adultos que é mais esclarecido que um selvagem, é também mais responsável que ele pelo que faz; ou seja, quanto mais consciência mais responsabilidade sob o atos.

A questão 850 de O Livro dos Espíritos nos esclarece o livre-arbítrio em relação a posição social:
850 – A posição social, algumas vezes, não é um obstáculo à interia liberdade dos atos?
Resposta: “O mundo tem, sem dúvida, suas exigências. Deus é justo e leva tudo em conta, mas deixa-nos a responsabilidade do pouco esforço que fazemos para superar os obstáculos.”



Fonte: O Livro dos Espíritos – cap. X

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