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segunda-feira, 13 de agosto de 2018

ABORTO: A RESPONSABILIDADE DO PAI E DO PROFISSIONAL DE SAÚDE


          Um tema importante para se debater é a responsabilidade do pai da criança abortada, que estimulou ativamente ou que influenciou a realização do aborto com sua omissão. Qual a parcela de responsabilidade que lhe cabe? Afinal, a mulher não pode ser o único foco responsável da questão. Nesse momento identificamos o machismo perverso que ainda sobrevive em nossa sociedade.

         O conceito hipócrita que atribui à mulher a condição de única responsável pelo crime praticado, uma vez que é ela quem de fato realiza o aborto. E o homem covarde que a fecundou fica isento de responder legal e socialmente pelo ato. Todavia, a Divindade o conhece e as Leis da Vida não permitem que ele fuja de sua própria consciência, pois o homem reconhece que cometeu um crime vergonhoso, mesmo que não esteja ciente de que a mulher vai abortar. O seu delito, inicialmente, foi não oferecer apoio àquela que ele fecundou, já que este apoio é compreendido como uma responsabilidade paterna intransferível. A tarefa de cuidar da criança e a responsabilidade por um eventual aborto não podem ser depositados apenas sobre os ombros da mulher.


        Não importa que o ato sexual praticado pelo homem tenha sido por uma busca leviana de prazer momentâneo ou por causa do uso de bebida alcoólica e drogas numa festividade qualquer, que afetaram o seu julgamento em relação aos próprios atos. Isso é indiferente. Se o parceiro procurou-a para o sexo, com qualquer motivação que se possa imaginar, tem o dever de ampará-la, no caso de uma gravidez que surpreenda os dois, pois o que acontecer com a vida da gestante e da criança terá o pai como corresponsável. Os amigos espirituais são unânimes nesta opinião.

        Já os pais de adolescentes que incentivaram ou patrocinaram o aborto para ajudarem a filha a se livrar de uma gravidez não planejada são duplamente responsáveis pelo grave delito. Primeiro, porque não educaram, não vigiaram e não atenderam às necessidades afetivas da filha, deixando-a correr um risco desnecessário. E agora, para diminuir a culpa ou as consequências da sua invigilância, levam-na a perpetrar um crime muito maior, que pesará na economia espiritual dela e deles também, que são corresponsáveis.

         Por outro lado, os profissionais de saúde que praticam a interrupção criminosa da gestação, são pessoas que cometeram um delito ainda mais cruel! Fizeram um juramento para salvar a vida e respeitá-la, mas estão amealhando recursos financeiros que defluem de um crime praticado contra a vida, ainda mais quando se trata de vítimas indefesas.

          A História do século XX narra a trajetória de profissionais que cometiam mais de dez abortos por dia nos Estados Unidos. Nesse país, foi publicado um documentário denominado O Grito Silencioso, que mostra filmagens de abortos utilizando microcâmaras para captar imagens intrauterinas. As cenas documentam o momento exato da expulsão dolorosa da criança que se encontra no organismo materno. Quando o profissional introduz uma lâmina ou um aparelho qualquer para despedaçar a criança e retirá-la do útero, o pequeno ser percebe que será assassinado e desfere um grito pungente que ninguém ouve, mas que traduz o sofrimento de uma vida sendo esfacelada.

          Esses profissionais corrompidos são verdadeiros infanticidas que, no seu ato de desmantelar a vida, assemelham-se àqueles que trabalham num abatedouro de animais, separando peças bovinas destinadas ao fornecimento de carne para consumo humano. O indivíduo que se encontra no abatedouro ao menos está exercendo uma profissão para a qual foi treinado, enquanto o profissional de saúde que pratica o aborto não foi preparado para matar, mas sim, para salvar.

          O médium e orador espírita Divaldo Franco fala que em um país que visita periodicamente há muitas décadas, está ocorrendo um fenômeno inusitado. Como o aborto foi legalizado nesse país, várias mulheres têm procurado médicos para realizarem a interrupção da gravidez a seu bel-prazer. E quando chegam ao consultório essas gestantes se deparam com muitos médicos que se recusam a efetuar o procedimento, afirmando que ele fere a ética da sua profissão. Este comportamento denota um amadurecimento psicológico coletivo da classe médica naquele país, atingindo um elevado patamar de dignidade humana e de respeito pela vida.

          Mesmo nos países em que o aborto foi legalizado, o profissional de saúde que adere a essa prática estará dilapidando o patrimônio que lhe foi concedido por Deus, para que se tornasse um benfeitor da humanidade, porque ele fez um juramento para salvar vidas.


         Na atualidade, alguns conceitos científicos mostram-nos que o compromisso dos profissionais de saúde não é impedir a morte a qualquer preço, mas salvar vidas ou tornar a vida mais agradável, prolongando-a sempre que possível e colaborando para que tenha qualidade. Nesse painel de responsabilidades claramente estabelecidas, por que uma pessoa, que exerce uma profissão de saúde, se permitiria o luxo de matar? Por que converter o sacerdócio num profissionalismo vulgar?

         As consequências desta atitude são imprevisíveis, porque ninguém burla impunemente as Soberanas Leis da Vida. Mas não apenas para a mãe, senão também para o genitor do feto que tenha contribuído para a infeliz decisão, assim como para aquele que é o aborteiro.

          Para que a decisão da mãe seja a do aborto, quase sempre o genitor tem envolvimento emocional indireto. A sua conduta pode ser visualizada como um fator preponderante. A negligência do mesmo em não se responsabilizar pela aceitação do filho, negando-se ao dever que se deriva da autoria da concepção, faz com que ele se torne corresponsável pela tragédia.

        Ao médico, por sua vez, cabe o dever de preservar a vida em qualquer forma como se apresente e jamais interrompê-la, porquanto, para tal jurou e aprendeu como fazê-lo. Nesse conúbio que se apresenta entre a mulher que se sente defraudada, o homem que a explorou e aquele que interrompe a existência em formação, surge um compromisso negativo que os une para o futuro, nas consequências que sofrerão perante a Consciência Cósmica...


Fonte: Livro Sexo e Consciência de Divaldo Franco. Organizado por Luiz Fernando Lopes.

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