E tendo chegado à casa,
nela se reuniu uma tão grande multidão de povo, que não podiam mesmo tomar seu
alimento. Seus parentes, tendo sabido disso, vieram para se apoderarem dele,
porque diziam que ele havia perdido o espírito.
Entretanto, sua mãe e
seus irmãos tendo vindo, e ficando do lado de fora, mandaram chamá-lo. Ora, o
povo estava sentado ao seu redor, e lhe disse: “Vossa mãe e vossos irmãos estão
lá fora vos chamando”. Mas ele lhes respondeu: “Quem é minha mãe, e quem são
meus irmãos?” E olhando aqueles que estavam sentados ao seu redor: Eis, disse,
minha mãe e meus irmãos; porque todo aquele que faz a vontade de Deus, este é
meu irmão, minha irmã e minha mãe.
(São
Marcos, cap.III, v. 20, 21 e 31 a 35; São Mateus, cap. XII, v. de 46 a 50)
6.
Certas palavras parecem estranhas na boca de Jesus e contrastam com a sua
bondade e sua inalterável benevolência para com todos. (...) Tendo os Seus ensinamentos a lei do amor e da
caridade; não podia, pois, destruir de um lado o que estabelecia de outro; de onde
é preciso tirar esta consequência rigorosa de que, se certas máximas estão em
contradição com o princípio, é que as palavras que se lhe atribuem foram mal
expressadas, mal compreendidas ou não são dele.
7.
Admira-se, e com razão, ver, nessa circunstância, Jesus mostrar tanta
indiferença para com os seus parentes e, de alguma sorte, renegar sua mãe.
(...)
Supor-lhe ter renegado sua mãe seria
desconhece-lhe o caráter: um tal pensamento não poderia animar aquele que disse:
“Honrai a vosso pai e a vossa mãe”. É preciso, pois, procurar um outro sentido
para as suas palavras, quase sempre veladas sob a forma alegórica.
Jesus
não negligenciou nenhuma ocasião de dar um ensinamento; tomou, pois, a que lhe
oferecia a chegada da sua família para estabelecer a diferença que existe entre
o parentesco corporal e o parentesco espiritual.
O
PARENTESCO CORPORAL E O PARENTESCO ESPIRITUAL
8.
(...) Há, pois, duas espécies de
famílias: as famílias pelos laços espirituais, e as famílias pelos laços
corporais; as primeiras, duráveis, se fortalecem pela depuração. E se perpetuam
no mundo dos espíritos, através de diversas migrações da alma; as segundas,
frágeis como a matéria, se extinguem com o tempo e, frequentemente, se
dissolvem moralmente, desde a vida atual. Foi isso que Jesus quis fazer
compreender em dizendo aos seus discípulos: Eis minha mãe e meus irmãos, quer
dizer, minha família pelos laços do espírito, porque quem quer que faça a
vontade do meu Pai que está nos céus é meu irmão, minha irmã e minha mãe. (...)
Assim falando aos seus discípulos,
do ponto de vista espiritual: “Eis meus verdadeiros irmão”; sua mãe se
encontrava com eles e generaliza o ensinamento, o que não implica de nenhum
modo que tenha pretendido que sua mãe segundo o corpo não lhe era nada como
espíritos, e que não tivesse por ela senão indiferença; sua conduta, em outras
circunstâncias, provou suficientemente o contrário.
Fonte:
O Evangelho Segundo o Espiritismo; cap. 14.
Para
saber mais sobre famílias espirituais e carnais acesse o link da postagem 133: http://jardim-espirita.blogspot.com.br/2014/03/post133-familias-espirituais-e-carnais.html
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