segunda-feira, 27 de maio de 2024

INVENÇÕES E DESCOBERTAS


Perguntas sobre as invenções e as descobertas, no livro dos médiuns, Allan Kardec.

- OS ESPÍRITOS PODEM GUIAR NAS PESQUISAS CIENTÍFICAS E NAS DESCOBERTAS?

A ciência é a obra do gênio; não deve adquiri-la senão pelo trabalho, porque é só pelo trabalho que o homem avança no seu caminho. Que mérito teria se não houvesse se não que interrogar os Espíritos para tudo saber? Todo imbecil poderia tornar-se sábio a esse preço. Ocorre o mesmo com as invenções e as descobertas da indústria. Depois, há uma outra consideração, a de que cada coisa deve vir a seu tempo,  e quando as idéias estejam maduras para recebê-las; se o homem tivesse esse poder, transtornaria a ordem das coisas, fazendo crescer os frutos antes da época.

Deus disse ao homem: Tirarás teu sustento da terra com o suor do teu rosto; admirável figura que pinta a condição na qual está neste mundo; ele deve progredir em tudo pelo esforço do trabalho; se as coisas lhe fossem dadas todas prontas, de que lhe serviria sua inteligência? Seria como o escolar do qual um outro faria o dever.

 

- O SÁBIO E O INVENTOR JAMAIS SÃO ASSISTIDOS PELOS ESPÍRITOS EM SUAS PESQUISAS?

Oh! Isso é bem diferente. Quando há chegado o tempo de uma descoberta, os Espíritos encarregados de dirigir-lhe a marcha procuram o homem capaz de conduzi-la a bom termo, e lhe inspiram as ideias necessárias, de maneira a deixar-lhe todo o mérito, porque, essas ideias, é preciso que as elabore e as execute. Ocorre o mesmo com todos os grandes trabalhos da inteligência humana. Os espíritos deixam cada homem em sua esfera; daquele que não está apropriado senão para cavar a terra não farão o depositário dos segredos de Deus; mas saberão tirar da obscuridade o homem capaz de secundar seus desígnios. Não vos deixeis, pois, arrastar pela curiosidade ou ambição em um caminho que não é o do Espiritismo e que resultaria para vós nas mais ridículas mistificações.

 

Nota. O conhecimento mais esclarecido do Espiritismo acalmou a febre das descobertas que, no princípio, muitos pretendiam fazer por esse meio. Chegaram até a pedir aos espíritos receitas para tingir e fazer crescer os cabelos, curar os calos dos pés, etc. Vimos as pessoas que acreditaram fazer fortuna, e não recolheram senão procedimentos mais ou menos ridículos. Ocorre o mesmo quando se quer, com a ajuda dos espíritos, penetrar os mistérios da origem das coisas; certos espíritos tem, sobre essas matérias, seus sistemas que, frequentemente, não valem mais do que os dos homens e que é prudente não acolher senão com a maior reserva.

 

Fonte: O Livro dos Médiuns. Allan Kardec.  Segunda Parte – Cap. XXVI, itens 28 e 29.



segunda-feira, 20 de maio de 2024

ENSINOS DO MUNDO ESPIRITUAL PARA O PLANO FÍSICO


        É de boa técnica pedagógica do Mundo Espiritual que toda a verdade transmitida à terra seja dosada de conformidade com a possibilidade de percepção e assimilação daqueles que vão recebê-la. A espiritualidade não diz mais nem ensina mais do que aquilo que a média geral da humanidade pode receber. Alguns discípulos ou iniciados recebem em particular muita informação mais adiantada. Todavia, ficam obrigados a não revelar. Pelo seu próprio adiantamento sabem eles que não devem fazê-lo. Se a espiritualidade der mais que a humanidade pode assimilar estabeleceria a desordem na Casa do pai e a perturbação nas mentes humanas.

        Realmente, no plano espiritual há recomendações severas com referência ao envio de revelações a planos ou criaturas que não atingiram ainda o clima interior necessário para entendê-las. As vezes preferem as Forças Espirituais que a notícia venha aparentemente incompleta. Afirmam que será melhor. Paulatina e gradativamente serão transmitidas novas notícias que virão esclarecer os pontos aparentemente incompreensíveis. Ensino mais demorado, porém seguro.

        À proporção que o conhecimento cientifico avança, o homem vai enxergando mais longe e mais claramente e vai alterando todos os seus conceitos. Nem os espíritos que vivem em outras faixas vibratórias do Universo retêm a Verdade Integral.

        A verdade é dosada. Aos goles, pouco a pouco, o homem irá recebendo e compreendendo todos os problemas. A pedagogia para ser eficiente deve ser ministrada com sabedoria.

        Isso porque o que é novo causa impacto. Pela novidade e pela originalidade. O que é novo e original sempre impressiona. Especialmente sendo de outro plano. Causa um choque. O novo, por ser incomum e de esfera diferente, quase sempre, choca. O imprevisto, o inusitado, abala e às vezes até confunde, quando vem substituir o existente e já estabelecido. Ninguém gosta de aceitar uma coisa que vem alterar o que se aceita há longo tempo. O moderno de hoje, só agora revelado, abala o tradicional que já faz parte da vida humana...

        Não temos condições de aceitar informações mais elevadas. As revelações só poderiam ser transmitidas gradativamente e por imagens, por comparação. A palavra humana ainda é muito precária e pode confundir. O homem infelizmente, pela sua vaidade, quer sempre mais, esquecido de que muita vaidade pode conduzi-lo à loucura! Para compreender certos ensinamentos mais elevados é preciso possuir evolução maior. Realmente, quando atingirmos um grau maior de evolução compreendemos claramente o sentido oculto do ensinamento. O sentido oculto salta para fora. A cada grau de evolução revela os ensinamentos dessa evolução ensinados por espíritos detentores de evolução correspondente. Por mais que alguém se esforce não compreenderá senão o ensinamento que corresponda à sua própria evolução.

        Se insistir entrará em confusão. O seu Espírito só aceita tranquilamente o que pode assimilar. Aí, seria o caso de dizer: A cada um será dado de acordo com a sua evolução. “Deus não dá pedra a quem pede pão”. Também não dá entendimento a quem não pode assimilar. E para evoluir mais é preciso trabalhar mais em si mesmo.

        Se, pois, em sua previdente sabedoria, a Providência não revela as verdades senão gradualmente, as revela sempre à medida que a Humanidade está madura para recebê-las; Ela as mantém em reserva e não sob o alqueire. (...) e Jesus está com a verdade quando diz que não há nada de secreto que não deva ser conhecido. Tudo o que está oculto será revelado um dia, e o que o homem não pode ainda compreender na Terra, lhe será sucessivamente revelado nos mundos mais avançados, e quando estiver purificado; neste mundo, ele está ainda no nevoeiro.

        O Espiritismo vem hoje lançar luz sobre uma multidão de pontos obscuros; não a lança inconsideradamente. Os Espíritos procedem nas suas instruções com uma admirável prudência; não foi senão sucessiva e gradualmente que abordaram as diversas partes conhecidas da doutrina e é assim que as outras partes serão reveladas à medida que o momento tenha chegado para fazê-las sair da sombra. Se a tivessem apresentado completa desde o início, ela não teria sido acessível senão a um pequeno número; teria mesmo assustado os que para isso não estavam preparados, o que teria prejudicado a sua propagação. Se, pois, os Espíritos não dizem ainda tudo ostensivamente, não é porque haja na doutrina mistérios reservados e privilegiados, nem que coloquem a candeia sob o alqueire, mas porque cada coisa deve vir no seu tempo oportuno; eles deixam a uma ideia o tempo de amadurecer e se propagar antes de apresentarem uma outra, e aos acontecimentos o de lhe preparar a aceitação.



Fonte:
- Livro: O Sexo Além da Morte. Obra Mediúnica de R.A. Ranieri. Orientado pelo Espírito André Luiz.
- Livro: A 2ª Morte. Obra Mediúnica de R.A. Ranieri. Pelos Espíritos André Luiz e Altino.
- Livro: O Evangelho Segundo o Espiritismo. Allan Kardec. Cap. XXIV – item 5 e 7.


segunda-feira, 13 de maio de 2024

ENTES AMADOS


        Tema – No trato com os entes queridos


        Referimo-nos aos entes amados como sendo tesouros do coração. Erigem-se na existência, por bênçãos de Deus que nos enriquecem de tranquilidade e reconforto. São eles pais ou filhos, parentes ou companheiros, irmãos ou amigos que nos entretecem a alegria de viver com o doce magnetismo da afinidade. Para eles voam os nossos melhores pensamentos de carinho e previdência, tolerância e compreensão. Às vezes, supomos encontrar neles as mais nobres criaturas da Terra e, no afã de testemunhar lhes a confiança e ternura, proclamamos o intento de subtraí-los às dificuldades educativas do mundo, sob o pretexto de livrá-los de sofrimento e tentação. Decerto, semelhante empresa é atenciosamente seguida na Vida Maior pelos instrutores devotados que nos patrocinam a inspiração e a segurança.

        A preocupação de prover as necessidades daqueles que estimamos não é tão somente legítima, é indispensável. E tudo o que pudermos ofertar-lhes em abnegação redundará em sementeira de luz e amor a frutescer, um dia, em amparo e felicidade para nós mesmos.

        Habitualmente, contudo, um problema aparece na lavoura afetiva a que nos consagramos: tranca-se-nos o afeto, em torno das pessoas que a vida nos confiou à dedicação e eis que elas, a pouco e pouco, se transformam em prisioneiras de nossas exigências, sem que venhamos a perceber.

        Quando isso acontece, passamos instintivamente a entravar-lhes o passo e a influenciar-lhes, em demasia, o modo de ser. Daí nascem dificuldades e conflitos que é imprescindível saber evitar.

        Cada um de nós traz consigo realizações inacabadas, objetivos por atingir, tarefas
ou débitos diferentes que, na maioria das ocasiões, não nos permitem a comunhão
imediata uns com os outros.

        À vista disso, os que desejamos tanto a felicidade das criaturas que se nos fazem
extremamente queridas, saibamos respeitar-lhes a independência – o dom da
independência que a Lei Divina a todos nos conferiu.

        Auxiliemos nosso entes amados a serem eles próprios, com as faculdades que lhes
singularizam a alma. Devotemo-nos à construção da felicidade deles, com os mais entranhados sentimentos do coração, mesmo porque as Revelações Divinas nos
conclamam incessantemente a amar-nos com entendimento recíproco, mas peçamos a Deus nos ajude a reconhecer-lhes a liberdade, a fim de que escolham os caminhos e experiências que lhes pareçam mais justos à jornada de progresso e elevação, sem que haja cativeiro na vida, nem para eles nem para nós.



Pelo Espírito Emmanuel
Psicografia de Chico Xavier



Fonte: Livro – Encontro Marcado. Psicografia de Chico Xavier. Pelo espírito Emmanuel.