Céu e Inferno
são estados de Espírito. Onde se reunirem os bons será o Céu, e onde se
reunirem os maus será um inferno. Enquanto perdurar a maldade neles haverá em
suas almas as chamas do Inferno que são as chamas e tormentos da própria
consciência culpada. O sentimento de culpa determina o tempo da condenação
interior, quando ela se extingue começa o Céu, que é a tranquilidade e paz
interior que em verdade constituem o Céu. Deus não condena nem absolve ninguém!
A criatura,
espiritual ou não, vive no reino da Lei, que a condena ou absolve no âmbito da
própria consciência, que lhe cria o tormento ou a paz. Deus é Lei e o Universo
é a área imensa em que ela se exerce. Infringir a Lei é penetrar no domínio do
Inferno, vivê-la é estabelecer o Céu em si mesmo.
Cada um leva
para onde vai ou estabelece onde vive o seu Céu ou o seu Inferno! Assim, o Céu
e o Inferno são estados de espírito que vivem dentro de cada um! Faz o Bem e
estará criando o Céu no seu interior. Faz o Mal e edificará, pouco a pouco, o
Inferno na própria Alma!
Aqui, também,
se repete aquele esclarecimento espiritual: “Cada um é o construtor de si mesmo
sob a Misericórdia Divina.” Ao homem, na Terra, cabe fiscalizar e manter o
equilíbrio necessário. Aliás, no Universo inteiro, a lei do equilíbrio é o
fundamento eterno. Onde há o desequilíbrio há a desordem. Em todas as áreas do
comportamento humano o equilíbrio e a disciplina são fundamentais. A marcha
para o amor universal precisa alcançar primeiro o equilíbrio. Se os homens
atentassem nesse ponto e compreendessem que todos os sofrimentos decorrem da
falta de equilíbrio e retornassem ao equilíbrio do princípio, eles seriam mais
felizes e as guerras desapareceriam do mundo.
O Céu e o
Inferno são construções eternas de nós mesmos que nascem e crescem em nosso
interior criados pelos impulsos voluntários ou involuntários de nossa própria
vontade. Como um pêndulo, ora criamos o Inferno, ora criamos o Céu,
construíamos um e destruímos o outro, alternadamente, quase, até que o Espírito
ou a criatura conquistasse o equilíbrio permanente, o que seria a felicidade
eterna!
A luta do Bem
e do Mal de que nos falara Khrisna e de que nos dera provas Jesus.
Céu, Inferno
e Purgatório são estados de Espírito e estão na mente, na consciência e no
coração da criatura. Representam essa condição ou situação interior. Por isso,
devemos tomar muito cuidado com o que praticamos ou fazemos: nossos
pensamentos, atos e ações em todas as vidas, porque as recordações guardadas em
nosso inconsciente espiritual ressurgirão de vez em quando com intensidade
constituindo o nosso Inferno ou o nosso Céu interior. Cada um constrói em si
mesmo, o seu Céu ou o seu Inferno e neles viverá!
Assim, não é
como o Céu do Catolicismo ou do Protestantismo. E sim é uma construção interior
de cada um, a reunião de muitos bons forma uma zona de paz e aí será um Céu, ou
zona de vibração de ódio, dor e maldade e então será o Inferno! Onde
permanecermos com o nosso clima de paz ou de ódio serão o nosso Céu ou o nosso
Inferno Localizado. Céu e Inferno, levamos conosco dentro da alma e trabalhamos
na sua construção cada dia, cada hora, cada minuto e cada instante!
Não nos
esqueçamos: “Cada um é o construtor de si mesmo dentro da Misericórdia Divina!”
Deste modo,
não é um lugar localizado, criado para esse fim como obra de Deus ou do
demônio. Existem em cada um, obra de si mesmo, resultado do mal ou do bem que
fizeram! Nós próprios construímos o nosso destino dentro das leis Divinas
equilibradas ou desequilibradamente.
Por isso, as
criaturas devem buscar primeiro o equilíbrio, e o amor é o artífice maior nesse
trabalho. Os representantes do mal procuram conduzir a criatura para o
desequilíbrio, que é o seu reino!
Espírito se
materializa ou se espiritualiza a cada dia, vivendo o mal ou vivendo o bem, vivendo
a Lei Superior que se espiritualiza ou desprende das cosias inferiores e
materializadas ou vivendo e se prendendo às coisas materiais e também se
materializando a si mesmo e ao próprio coração.
Em verdade
não á pecado, o que existe é a afinidade com o Mal ou afinidade com o Bem, que
o próprio espírito desenvolve e cria em si mesmo. Assim, ele se materializa ou
se espiritualiza, cria o seu Céu ou o seu Inferno, nada mais. A proporção que
se espiritualiza adquire o direito de penetrar em regiões e agrupamentos ou
colônia de espíritos mais elevados e crê que aí é o Céu, um céu localizado, que
na verdade por ser região de paz, tranquilidade e amor pode ser entendido como
o céu, ao contrario, agrupamento de mais onde só existem vibrações inferiores,
de violência e de maldade pode ser entendido ou chamado Inferno! Mas o Céu e
Inferno cada um traz dentro de si mesmo, na sua mente e no seu coração e se
constrói a cada dia.
Como todas as
prisões de todos os lugares, são prisões da consciência: a criatura sofre
dentro daquilo que criou para si mesma. E só se liberta quando sente que
resgatou diante da sua própria consciência o mal que fez. Ninguém espera em
parte alguma um Céu que não construiu para si mesmo!
Todo tribunal
verdadeiro está sempre dentro de nós mesmos e se situa na própria consciência.
Nosso veículo
físico, ou seja o nosso corpo físico ou o corpo físico-espiritual (perispírito)
é o nosso barco-prisão.
Céu é uma
bela concepção. A paz é o céu! E a paz cada um constrói dentro de si mesmo, com
renúncia, com dedicação e amor!
Serenidade,
paz, compreensão, sabedoria, amor são construções laboriosas do próprio
espírito e o Céu é o resultado feliz desse trabalho. Essas conquistas juntas
são as chaves que abrem as portas da Lei que temos em nós mesmos, no coração e
na mente. Como disse um grande companheiro nosso: Ninguém espera um céu que não
construiu para si mesmo! Cada qual constrói o seu Céu e o seu Inferno Interior!
Fonte:
Livro – A 2ª
Morte. Pelos Espíritos André Luiz e Altino. Obra Mediúnica de R.A. Ranieri
Livro – Aglon
e os Espíritos do Mar. Pelo Espírito de Júlio Verne. R.A. Ranieri.